O jantar comemorativo, agora era um tribunal. Louise continha o riso e piscou para Isabella.
― Conte à sua preciosa esposa o que fizemos ainda pouco no escritório, mon coeur! ― Mordeu os lábios vermelhos ao sorrir.
― Você é louca! Casse-toi! ― Apontou em direção a saída.
Nicole puxou o braço, mas ele a manteve presa ao seu lado. As mãos estavam úmidas quando Alexander apertou-lhe a palma.
― Rosa, chame o segurança! ― A voz grossa de Alexander solicitou a governanta.
― Sim, doutor! ― Rosa correu.
As discussões entre Josephiné e Alexander sempre foram difíceis e acaloradas, há mais de dois anos que as duas partes já não se tratavam com respeito mútuo.
Por alguns dias, Alexander correu por quilômetros na areia da praia. Nadou no mar e chorou. Depois de sete dias lutando contra as armadilhas da mente, ele passou mais tempo se exercitando na musculação e trabalhou mais do que nunca. Contudo, o sentimento devastador prevaleceu. Em uma tarde chuvosa, ele ajeitou a haste prateada dos óculos, podia ouvir as batidas suaves da chuva fina contra o vidro enquanto lia a carta do pedido de demissão de Nicole. Tirou o telefone do gancho e ligou para um número que não existia mais. Bateu o telefone com força e olhou para a porta com uma fisionomia inescrutável. ― Entre! ― Com licença! Jenny ajeitou a blusa azul combinando com a calça da roupa que ainda usava após uma cesariana de emergência. Se
Sou extremamente grata por cada um que me deu um voto de confiança e se manteve firme na leitura desse romance até aqui. Agradeço de coração!Eu sei que o final do livro "Só Minha!" foi meio tenso e inesperado, mas fiquem tranquilos porque o livro "Só Teu! Volume II da trilogia Doce desejo" já está disponível na plataformaEm meio a dor e ao sofrimento, Alexander tomou decisões impensadas que o levaram a consequências avassaladoras. Todavia, o médico, e CEO do Hospital São Miguel, fará de tudo para conseguir mais uma chance para o amor.O
Rio de Janeiro, Brasil. Setembro de 2010. No décimo primeiro andar da unidade de terapia intensiva do hospital São Miguel, uma jovem com aparência debilitada respirava com auxílio de aparelhos. Entre quatro paredes em tons terrosos, a luz halógena pairava sobre o rosto com alguns hematomas e a cabeça enfaixada. Aquela seria mais uma noite como as outras se não fosse por uma inesperada visita. A silhueta esguia do homem com uma postura sisuda parou próximo à janela do quarto bem arejado. Marcello Bordeaux passou os dedos pelos fios dourados e ajeitou a gola da camisa preta. Olhou na direção dos tubos que auxiliavam na respiração da mulher adormecida e se aproximou da cama. ― Por que você é tão estúpida, Nicky? Os olhos de água-marinha encarav
Centro de Lyon, França Janeiro de 2015 As primeiras chuvas frias do inverno caíram sobre a cidade. Na janela do penúltimo andar do hospital Saint-Mary, Alexander fitou o céu encoberto por nuvens cinzas, ajeitou os óculos e desviou o olhar para a tela do celular, enquanto escutava as batidas suaves das gotas contra o vidro. ― O que você quer, Josephiné? ― O tom na voz rouca soou fria, assim que atendeu a ligação. ― Estou muito ocupado! ― É só isso que você tem a dizer, mon coeur? Tem cinco dias que você não aparece em casa. ― Ficarei por uns dias no hotel aqui perto. ― Você ainda está zangado por que eu sugeri um ménage? Alexander suspirou pesado e sen
Rio de Janeiro, Brasil. Sete de janeiro 2015 O imponente prédio do Hospital São Miguel, por longos anos, era administrado pela Diretora-executiva Sophie Bittencourt. Embora ela comandasse os negócios com mão de ferro, a renomada neurocirurgiã avaliava mentalmente sobre cada minuto que dedicou à empresa nos últimos 40 anos, enquanto captava a imagem cansada no espelho do banheiro. Anos de trabalho e dedicação para preservar os negócios e o bom nome da família Bittencourt não evitaram que Sophie recebesse o temido diagnóstico que a obrigou a se afastar do cargo. A tomografia contrastada do abdômen e a cintilografia óssea detectaram uma metástase. O rosto pálido demonstrava que aqueles dias, entre a internação e a radioterapia, foram os momentos mais dolorosos de sua vida. Uma das enfermeiras a aux
Rio de Janeiro, Brasil Janeiro, 2015. Depois que encarou algumas horas de voo, Alexander alugou o carro e seguiu direto para a casa luxuosa onde seus pais moravam em São Conrado. Ele saiu do automóvel esportivo prata logo depois que estacionou em uma das quatro garagens. Colocou as mãos no bolso da calça e caminhou em volta do deck da suntuosa piscina. Seguiu pelo amplo gramado verde onde costumava passar tardes agradáveis. Ficou imóvel e observou enquanto o sol se escondia no horizonte. Admirar aquela paisagem trazia alguma luz aos pensamentos confusos e paz para a alma. O corpo não cabia no balanço infantil de madeira, as mãos esguias movimentaram a corda ao lembrar de Nicole pedindo para ir mais alto. Esboçou um sorriso com a recordação. A nostálgica tarde de verão recarregou as energias.
Rio de Janeiro, Brasil Onze de janeiro de 2015. A luz do sol invadiu o quarto nas primeiras horas do dia. Às sete da manhã, Nicole esticou o braço e desligou o alarme do relógio digital. Sentou na cama e olhou para a parede em tons pastéis que se juntavam ao rosa numa versão bem clara. Alex levantou-se um pouco mais cedo e arrumou o material na mochila para o primeiro dia de aula na escola. Organizou o quarto, vestiu a blusa do uniforme e pegou uma das revistas da coleção. ― Meu filho, o café da manhã está pronto! ― Nicole apareceu na porta. ― Já vou, mãe! A cozinha tinha uma mesa com tampo de mármore e 4 cadeiras. Embora não houvesse muito espaço, tudo era limpo e
A madrugada parecia mais fria, em sua calma escuridão, Alexander virou para o outro lado da cama e recordou dos bons momentos que viveu ao lado de Sophie. Levantou da cama na forma como veio ao mundo e foi direto para o banheiro. Abriu o chuveiro e entrou debaixo da água morna. Os braços estavam apoiados na parede do box e a cabeça baixa, a água se misturava às lágrimas. Colocou um terno microfibra italiano, após o banho. Fechou os dois botões do blazer que sobrepunha uma camisa social preta e em seguida calçou o sapato de couro sintético. Os óculos não disfarçavam a dor no olhar fundo, mas ele pareceu não se importar com o reflexo no espelho. Alexander saiu do quarto e caminhou pelo amplo corredor com carpete vermelho até a escada. Em cada degrau que pisava, a