Rio de Janeiro, Brasil
Setembro de 2010
Cinco anos antes, Sophie Bittencourt saiu do elevador e caminhou de forma impecável em seu salto scarpin em um monograma dourado. Era o quinto dia consecutivo que ela foi à ala da UTI para visitar Nicole e se informar sobre o quadro da paciente.
As paredes cinzas traziam um tom tedioso ao ambiente frio dos corredores. Ela ajeitou o terninho preto e acenou com a cabeça para a recepcionista que a cumprimentou como de costume. Seguiu pelo intocável piso vinílico branco.
As mãos engelhadas tocaram na maçaneta do quarto 7B, fechou a porta assim que viu o jovem de cabelos dourados aproximar dos circuitos do aparelho que mantinham Nicole viva.
― O que você faz aqui?
Rio de Janeiro, Brasil. Agosto de 2015. Da janela do apartamento, Nicole contemplava imensidão no azul do mar, o alvorecer iluminava as águas e as poucas pessoas que caminhavam e se exercitavam na areia da praia. Tomou um gole de suco de abacaxi com hortelã e respirou o ar puro. Após explicar sobre algumas mudanças ao filho, no café da manhã, Nicole pegou um táxi e seguiu para São Conrado, assim que uma das empregadas avisou que Alexander não estava em casa. Logo que chegou à mansão, ela cumprimentou Rosa e subiu as escadas. A governanta seguiu para a biblioteca com o celular na mão. Sem perder tempo, foi direto para o segundo andar e mandou o filho arrumar a mochila com os brinquedos e os livros que mais gostava. Entrou no quarto e se deparou com a
Por mais que o evento fosse um jantar de comemoração pelo aniversário do filho, a anfitriã estava empolgada com o requinte na decoração do ambiente. ―Tudo está deslumbrante! ― Josephine olhou para Louise. ― Parabéns, chérie! ― Obrigada! Eu estava tão inspirada que resolvi colocar um pouco mais de glamour na decoração. ― E como foi com o doutor Albuquerque? Ele deve ter ficado feliz por saber que tem uma neta. ― Oui! Ele ficou muito animado quando conheceu ma fille. ― Espero que vocês se reconciliem logo e fiquem juntos. ― Claro! Os lábios delineados pelo batom vermelho se esticaram. Os mocassins batiam contra o piso enquanto ele se locomovia até o outro lado da mesa. ― O que há de tão importante? ― indagou Henry ― Eu vou direto ao ponto. ― Alexander apoiou os cotovelos sobre a mesa e juntou as mãos. ― Eu não quero que o senhor conte nada a Nicky. ― Nicole é minha filha! Eu tenho todo o direito de falar com ela.― Nicole é minha filha! Eu tenho direito de contar a ela. ― Ela é a minha esposa! ― Engrossou o tom de voz. ― Ela precisou de um pai a vida inteira e onde o senhor estava? ― Você não pode impedir que eu me aproxime dela. Se você teve uma oportunidade para corrigir os seus erros, então me deixe corrigir o meu. ― Eu não abandonei meu filho. ― Os punCapítulo 26
O desejo egoísta e o sentimento de posse o impediam de aceitar a amizade de sua esposa com aquele homem. Ele chegou mais perto de Nicole e a virou. Os olhos ardiam como brasas. ― Elas nunca significaram nada pra mim. Encostou o quadril estreito próximo ao dela e pressionou o corpo dela contra a mesa. Os ombros largos a pegaram com uma certa delicadeza e a sentou na escrivaninha próxima da janela. A palma da mão tocou o rosto macio de Nicole e a encostou contra a camisa de linho azul-escuro. ― Me perdoe! ― Respirou fundo ao envolvê-la nos braços. ― Ele tem que entender que você é minha! A proximidade com Nicole era quase como uma terapia, gradualmente ele alcançava níveis altos de concentração mental. Os dedos se enrolaram por seus cabelos, puxou a cabeça para trás. A
O jantar comemorativo, agora era um tribunal. Louise continha o riso e piscou para Isabella. ― Conte à sua preciosa esposa o que fizemos ainda pouco no escritório, mon coeur! ― Mordeu os lábios vermelhos ao sorrir. ― Você é louca! Casse-toi! ― Apontou em direção a saída. Nicole puxou o braço, mas ele a manteve presa ao seu lado. As mãos estavam úmidas quando Alexander apertou-lhe a palma. ― Rosa, chame o segurança! ― A voz grossa de Alexander solicitou a governanta. ― Sim, doutor! ― Rosa correu. As discussões entre Josephiné e Alexander sempre foram difíceis e acaloradas, há mais de dois anos que as duas partes já não se tratavam com respeito mútuo.
Por alguns dias, Alexander correu por quilômetros na areia da praia. Nadou no mar e chorou. Depois de sete dias lutando contra as armadilhas da mente, ele passou mais tempo se exercitando na musculação e trabalhou mais do que nunca. Contudo, o sentimento devastador prevaleceu. Em uma tarde chuvosa, ele ajeitou a haste prateada dos óculos, podia ouvir as batidas suaves da chuva fina contra o vidro enquanto lia a carta do pedido de demissão de Nicole. Tirou o telefone do gancho e ligou para um número que não existia mais. Bateu o telefone com força e olhou para a porta com uma fisionomia inescrutável. ― Entre! ― Com licença! Jenny ajeitou a blusa azul combinando com a calça da roupa que ainda usava após uma cesariana de emergência. Se
Sou extremamente grata por cada um que me deu um voto de confiança e se manteve firme na leitura desse romance até aqui. Agradeço de coração!Eu sei que o final do livro "Só Minha!" foi meio tenso e inesperado, mas fiquem tranquilos porque o livro "Só Teu! Volume II da trilogia Doce desejo" já está disponível na plataformaEm meio a dor e ao sofrimento, Alexander tomou decisões impensadas que o levaram a consequências avassaladoras. Todavia, o médico, e CEO do Hospital São Miguel, fará de tudo para conseguir mais uma chance para o amor.O
Rio de Janeiro, Brasil. Setembro de 2010. No décimo primeiro andar da unidade de terapia intensiva do hospital São Miguel, uma jovem com aparência debilitada respirava com auxílio de aparelhos. Entre quatro paredes em tons terrosos, a luz halógena pairava sobre o rosto com alguns hematomas e a cabeça enfaixada. Aquela seria mais uma noite como as outras se não fosse por uma inesperada visita. A silhueta esguia do homem com uma postura sisuda parou próximo à janela do quarto bem arejado. Marcello Bordeaux passou os dedos pelos fios dourados e ajeitou a gola da camisa preta. Olhou na direção dos tubos que auxiliavam na respiração da mulher adormecida e se aproximou da cama. ― Por que você é tão estúpida, Nicky? Os olhos de água-marinha encarav