Os passos da Guardiã

PALAÇOS

A TERRA DOS GUARDIÕES

Sete dias após a chegada conturbada de Amy e Marcus.

Terra de castelos e casarões milenares. Árvores gigantescas das mais variadas espécies em

folhagens. Cercas- vivas cobertas por flores robustas e belas a espalharem seu cheiro pelas

ruas ricamente ladrilhadas e conservadas.

O coração da cidade é a Praça de Pandora cercada por duas longas fileiras de cercas-vivas em om verde claro com rosas negras a imergirem dentre suas folhas. Bancos de pedras e estátuas dos antigos guardiões que já nos deixaram se espalham aqui e ali. E no centro

da praça a estátua do Guardião Solano –o primeiro e mais poderoso guardião – repousa

em seus imponentes quase três metros cercado por quatro Protetores- os da guarda real dos

guardiões – em posição de ataque. O chão ao redor dos mesmos é feito e ladrilhos rosa

alaranjado. Bem diferente das colocadas na cidade que são de um verde musgo.

Amy e Marcus estão maravilhados com o que seus olhos já virão, imagine quando estes

adentrarem o castelo. E o que dizer dos olhares de soslaio a pessoas diante daqueles

estrangeiros?

–Nossa, eu não imaginava que Palaços fosse tão... magnífica- maravilhava-se Amy olhando

para o castelo que se destacava no alto da colina.

–Eu nem sei o que dizer- Marcus estava receoso e seu coração martelava compulsivo dentro de seu peito.

–Você não queria estar aqui, não é mesmo – isso era mais uma afirmação do que uma

pergunta, pois apesar do pouco tempo de convivência, Amy sabia ler os olhos de Marcus.

Ele por sua vez preferiu o silêncio, afinal fora ele próprio que insistira para Amy vir para

Palaços.

Em frente, fora justamente o que ambosfizerem não só na vida, mas também no caminho de pedras cercadas por arbustos volumosos que se estendia até a entrada do castelo com três degraus de mármore branco com pilares de pedra em forma de anjos.

Amy e Marcus levantaram o olhar e se depararam com quatro andares de janelas altas e toda a opulência de um castelo medieval cujo tempo não apagara sua história.

–O que desejam? – perguntou uma voz suave de mulher e, quando se viraram depararam-se

com uma bela loira e olhos cor de piscina num contraste fatal num vestido negro frente único

com trabalhos em renda.

Marcus bem que vira seu queixo cair por aquela loira, mas ao olhar de soslaio a ruiva do seu lado, engolira forçado e tratou de se recompor.

– Meu nome é Amy, e ele é o Marcus, meun namorado- dera ênfase no tocante a meu namorado, o que fez a loira sorrir com a demonstração de ciúmes.

– Amy, a Guardiã que veio de Lacrimal city para ocupar seu lugar de direito.

Amy gostou muito das palavras a loira que até sorriu.

Um ancião na casa dos 70 anos, vestindo um manto vermelho escuro surgiu atrás a loira, que respeitosamente moveu-se para o lado ao dizer – este é o Guardião Supremo, Matteo.

–E você, minha filha, veio tomar seu lugar como está escrito.

–Não é minha intenção – rebateu Amy.

– Sei que não- dissera o ancião com sua voz de pai zeloso- mas é o desejo do destino que o

faça – e do nada, virou-se e seguiu pelo caminho que viera.

–Me acompanhem, por favor- pediu a loira ao segui-lo e esperar que os dois assim o fizessem

também.

– Posso lhe fazer uma pergunta antes?- inquiriu Amy bem próxima da loira, que lhe disse- todas que quiser.

–Qual o seu nome?

–Me chamo Lavínia e sou uma de suas protetoras.

–Protetora? – O ancião vai lhe responder tudo o que quiser saber – dissera apenas.

Ao entrarem no interior do castelo a primeira coisa que viram fora uma longa escadaria em

forma de caracol com um corrimão de ouro ao qual eles subiram com os olhos brilhando,

enquanto Lavínia lhe dizia que a escada os levaria ao segundo, terceiro e quarto andar e

que aquele era o andar apenas dos protetores e os pilares que viam eram de pedras turmalinas legítimas.

Amy também notou que os móveis eram em madeira trabalhada e que os abajures bem

grandes por sinal eram de bronze, espalhados por lugares estratégicos bem com vasos com

plantas silvestres.

–Aqui é o segundo andar – informou Lavínia assim que terminaram uma segunda volta da

escadaria. Um amplo salão surgiu e, segundo Lavínia ali era o andar dos empregados, e a

cozinha que se apresentou era o sonho de consumo de qualquer dona de casa, afinal com

tantos utensílios até um ovo sai com perfeição.

Mais um lance de escada se fora e surgira então o andar dos Guardiões, e em pé, lado a lado

encontram-se três homens e três mulheres cobertos por mantos e capuzes vermelhos só

mostrando seus olhos especulativos a Amy que estremeceu. Mas Marcus pegou sua mão e a

apertou lembrando-a e que estava ali para qualquer coisa.

–Senhoras e senhores, esta é Amy - apresentou Matteo gesticulando com sua mão – minha sucessora.

Os Guardiões então baixaram seus capuzes revelando rostos compassivos e fortes, e um a

um foram se apresentando.

–Meu nome é Silvana – apresentou-se a primeira mulher de cabelos longos encaracolados e negros e belos e amorosos olhos azuis escuros em evidência na pele de leite – e estou para você como a mim.

–Meu nome é Merana – dissera a do seu lado com cabelos ondulados e loiros como ouro e

olhos de violeta em uma pele morena – e estou para você como a mim.

Amy já começava a perceber que essa frase era como um mantra de proteção... a ela.

– Meu nome é Estefânia – apresentou-se a terceira mulher com cabelos de fogo e olhos

veres bem claros, quase dourados – e estou para você como a mim.

ESTOU PARA VOCÊ COMO A MIM.

Agora chegara a vez dos homens se apresentarem, algo que Marcus não gostou muito, obviamente.

–Meu nome é Rafael – dissera o belo ruivo e cabelos á altura do colarinho em um

hipnotizante contraste com seus olhos de esmeralda – e eu estou para você como a mim.

Não, não está mesmo – pensou Marcus e braços cruzados observando ao mínimo piscar

de olhos aquele ruivo.

–Meu nome é Ruan – falou o outro, este loiro e bem descolado em seus cabelos arrepiados e

de olhos negros – e estou para você como a mim.

Esta frase é que estava irritando e ,muito, Marcus mas jamais demonstraria o quanto

essa droga de código mexia com seus ciúmes.

Ainda bem que esse é o último.

– Meu nome é Miguel – este lhe lembrava muito o Aragorn dos filmes O senhor dos anéis

até mesmo na cor e no estilo dos cabelos e olhos – e estou para você como a mim.

Amy anuiu em respeito. E então o olhar destes se voltaram para Marcus que temeu ser

expulso, mas seus pensamentos já lheordenavam – lute seja contra quem for.

– Se apresente a nós- pediu Matteo com seu jeito de pai.

–Eu? – perguntou Marcus incrédulo ao apontar para si mesmo.

–Sim, você – afirmou Matteo – existe outro na vida de Amy mais leal e apaixonado só no olhar

do que você? Amy sorriu ficando levemente corada.

–Eu... eu me chamo Marcus e vivo para Amy – olhou-a com devoção; ela sorriu – mais do que

por mim mesmo.

Matteo e os demais curvaram suas cabeças a eles, mas somente o Guardião Supremo ousou

levantar a sua de novo e dizer – sejam bem vindos ao Castelo dos Guardiões.

Algum tempo depois assim que Lavínia os deixara á porta do quarto do Guardião. Ali o

chão é forrado com tapetes e veludo negro; no teto lustres de cristal adornam os cantos com

suas gotas e elos dourados e nas paredes desenhos milenares pintados á mão.

Amy e Marcus ainda estão á entrada da porta, embasbacados. Sob seus pés nus, já que

fizeram questão e tirar os calçados, sentiam o pelinho macio do tapete , mas seus olhos estavam concentrados na cama queen size redonda ao centro do cômodo com m colcha

vermelha de cetim com babados e bordados em renda sobrepostas ao tecido.

–Poxa, Amy você vai me convidar para dormir aqui, não é mesmo?

Marcus não desviava os olhos da cama e a mente do que poderia fazer com Amy ali. Ela

por sua vez o olhou com os braços cruzados e uma expressão divertida no rosto.

O banheiro os fez cair o queixo; todo em mármore negro e com utensílios em vidro era o

verdadeiro spa de férias sem previsão de fim. O teto era abobadado e branco como o piso com

um lustre ornamental em formato de folha. Mas o detalhe encontra-se no espelho que cobre por completo uma parede inteira.

UAU!!!

Então uma terceira porta oval branco chamou a atenção e curiosos e maravilhados com tudo

o que já haviam visto, Marcus e Amy não perderam tempo em ir ao encontro desta e abri-la, então...

–Ué, outro quarto? – perguntou-se Marcus ao ver um cômodo igual ao outro só mudando um

objeto de decoração e as cores da colcha e dos tapetes.

–Talvez um quarto especial para nós, já que aqui é o do Guardião – palpitou Amy confusa.

– Só que você é a Guardiã – lembrou-a Marcus.

–Mas então onde Matteo dormira?

– Há um quarto especial para o Ancião – respondeu uma voz ás suas costas e ao se virarem, depararam-se com Matteo sorridente.

–Podemos ficar em outro quarto sem problemas – afirmou Amy.

–Esse quarto é seu –afirmou Matteo – e não só por direito, mas também porque eu quero que

assim o seja.

– Mas há três quartos aqui, então...

– Não – cortou-a – este é para você e Marcus e o outro – apontou para a porta que ainda

permanecia aberta – é para sua família.

–Mas...

–Não discuta, menina, quando um guardião toma uma decisão, ele não volta atrás.

Amy chegou a abrir a boca para protestar, mas Marcus pegou-lhe a mão e fez ‘não’ com sua cabeça.

– Sábias palavras, meu filho – elogiou Matteo.

– Mas eu não disse nada.

–No silêncio há mais palavras do que na voz. 

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