Crucificados

Pela primeira vez em muito tempo, Julio Cesar saiu do esgoto onde estivera escondido por vários dias com Brenda.

Trajado em couro para evitar que o sol lhe destruísse a pele – já que a vaca da Soraia tinha lhe

arranca ouro – e para cobrir seu rosto deformado, - por enquanto – usava uma máscara de couro também.

O sol assim mesmo lhe castigava, afinal estava debilitado que sequer conseguia olhar para as

nuvens no céu.

MAIS UM PRESENTE DE SORAIA.

Ah, Soraia quanta raiva estou a sentir de você. Mas é próximo o dia em que minha vingança vai recair sobre você. Julio Cesar e Brenda seguiram pela calçada ignorando os olhares lhes dirigido.

PALAÇOS

Castelo dos Guardiões

 Amy estava debruçada a janela com os olhos fixos ao horizonte vendo a dança magnífica de um bando de pássaros coloridos ali conhecidos como os dançarinos do céu. Esta estava tão distraída que nem percebera a chegada de Marcus, somente quando este lhe abraçou por trás e beijou-lhe logo abaixo do lóbulo de sua orelha lhe roubando um sorriso de olhos fechados.

– Meu coração por seus pensamentos – propôs e Amy riu e contou um pedaço de sua vida de algum tempo atrás.

‘ Quando eu e Soraia éramos crianças adorávamos brincar de que éramos as dançarinas juntos com esses passarinhos’ – ela riu ao lembrar-se de tal fato enquanto as imagens de uma ruivinha pequenininha e magrela de cabelos despenteados pelo vento saracoteava junto com uma guriazinha nanica e também magrela pulando á seu lado, ambas rindo e olhando para o céu onde os passarinhos dançavam.

‘Nós ficávamos a manhã inteira olhando para eles, cantando qualquer música e pulando como duas loucas’- riu entre lágrimas.

– Se as lembranças são tão boas

– Amy perdeu-se nas lembranças que nem percebera que Marcus havia lhe rodeado o corpo e agora estava a sua frente lhe enxugando as lágrimas – por que chorar?

– Porque as lembranças quando boas trazem saudades – disse ao abraça-lo e ser confortada

tanto por aqueles braços quanto pelo canto que os pássaros começaram a entoar.

LACRIMAL CITY

Colégio Division Academy

O colégio e o salão já estão prontos para a formatura. Balões presos ao céu como nuvens

e/ou formando arcos nas entradas; mesas ao longo as paredes com belos arranjos florais; luzes estroboscópicas por entre as ‘nuvens’ dando um belo efeito; e ao fundo localizado entre longas e pesadas cortinas vermelhas brilhantes, agora, abertas está um palco com quaro degraus de cada lado e um telão atrás.

No momento alunos e funcionários estão espalhados pelo salão e colégio organizando os

últimos detalhes.

– E então, Maya já pensou no vestido que vai usar? – questionou Leticia ao alinhar um vaso de flores ao centro de uma mesa a Maya que fazia o mesmo em outra.

– É claro – disse – até porque, agora não tem mais a Soraia para competir comigo – concluiu toda sorridente ao fato de não haver notícia alguma do aparecimento de Soraia. Leticia olhou a outra garota que endireitava uma cadeira em uma mesa e resolveu perguntar – mas e se Soraia aparecer?

– Eu daria um jeito de despacha-la de novo – rosnou e uma trovoada estremeceu o colégio

fazendo muitos pularem de susto. Exceto Maya que seguiu para outra mesa como se nada houvesse acontecido.

VOCÊS NEM SABEM DO QUE ELA SERÁ CAPAZ...

Acampamento dos lobos. Katrina caminhava de um lado a outro, braços cruzados e olhos

marejados e fixos ao chão onde seus pés pisavam.

Valéria estava abraçada ao marido que lhe afagava as costas, preocupada com a amiga, pois sabia como ela se sentia – sentira o mesmo aperto no peito quando Amy partira para Palaços.

Camila abraçava Sheila que olhava de soslaio para Adam que estava sentado ao lado de Thiago em um tronco de árvore, ambos nervosos. O pai pela filha e o garoto pela namorada.

– Pelo amor de Deus, Katrina, você vai acabar desmaiando – disse Adam ao levantar-se e ir ao

encontro dela e abraça-la.

– Talvez fosse melhor eu desmaiar, assim apagaria as aflições de minha cabeça – disse chorosa.

– Por favor – Adam agarrou seus braços; ela lhe encarou – eu te imploro, tenha fé e força por nossa filha – ela assentiu fracamente – confie em Soraia – e a aninhou de volta a seu peito.

– Ouça seu marido, Katrina – aconselhou Sheila ao ir até seu encontro – eu não tenho um marido que me diga essas coisas, e ainda assim tenho fé e força pelo meu filho.

Katrina suspirou em derrota.

– Minha fé está baixa. Minhas forças já se esgotaram. E a minha filha se embrenhou nessa

floresta e não voltou – apontou por onde vira a filhar ir e não voltar – e Miranda fora atrás dela e também não retornara. E seu filho – apontou para local onde Augusto também sumira – também se fora. Agora me digam, como acham que minha fé e forças estão?! 

Olhares se desviaram; cabeças se abaixaram; mas somente uma amiga fora até seu encontro e disse – estou com você - e Valéria chorou junto com Katrina.

Dentro de um tronco de árvore estava Miranda, abraçada aos joelhos com o queixo apoiado nos

mesmos, olhando para a chuva que até diminuíra de intensidade, mas não cessara, e pensando na conversa que tivera com Soraia e onde está poderia estar agora.

Num galho de uma árvore morta, em meio a muitas folhas ressecadas mas que por birra

permaneceram presas aos galhos, estava Soraia recostada, aguentando a chuva que lhe grudava os cabelos ao rosto e costas curvadas, já que estava também apoiada aos joelhos dobrados, a chorar por suas faces bem como suas lágrimas. No alto de uma colina descampada e pastos verdejantes e brilhantes estava Augusto, ainda na forma de lobo negro, olhando para o céu coberto pela chuva e uivando como um cãozinho ferido e abandonado.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo