Num esgoto qualquer abaixo de uma rua qualquer de Lacrimal city.
Sentado em um latão de óleo ao canto escuro onde o pouco de luz que entra pela gradeacima de sua cabeça, Julio Cesar está envolto por um manto negro com o lado de seu rostodeformado. A pele está enrugada em algumas partes com um relevo da mesma vermelho ecom bolhas que já estouraram mas ficaram em pedaços pendurados.De pé á seu lado está Brenda a misturar algo em uma pequena bacia, mas com os trajes que
veste mais parece uma mendiga do que uma poderosa sacerdotisa.–Beba isso – ofereceu um copo com um conteúdo desconhecido misturado ao da bacia.Julio Cesar levou o copo aos lábios, mas assim que sentira o cheiro daquela coisa comopensara, imediatamente o afastara e resmungou – isto fede!Brenda fez uma careta, afinal estava a ajudá-lo e ele ainda lhe ofendia.–Eu sei que o cheiro é horrível – empurrou o copo a ele que, agora, fazia uma careta – mas vai ajudar para que sua pele pare de cair aos pedaços.Julio Cesar obrigou-se a tomar aquela ‘coisa horrível’ e como um mero mortal tampou onariz com o dedo indicador e polegar e virou o conteúdo do copo de uma única vez.– A maldita da Soraia conseguiu destruir o meu rosto – resmungou rancoroso ao entregar ocopo vazio a Brenda enquanto sua memória lhe enviava flashes do ocorrido naquele casarãoabandonado mas o que mais lhe enraivou á ponto de trincar os dentes e estreitar os olhosfora o momento em que a vadia lhe arrancou o ouro de sua nuca e fez o sol surgir só com odesejo de seus olhos e o devorou em dores.–Como aquela vaca conseguiu fazer o sol surgir nos olhos e no céu? – perguntou-se e Brendalhe fez o favor de responder.– Ela é a descendente da Deusa Kaxal dos vampiros, acostume-se com o que ela ainda vaifazer.Isso se você continuar vivo.Os olhos do vampiro se acenderam em sangue.Enquanto isso lá no colégio, os alunos faziam a decoração para a formatura, mas com tudo o
que acontecera talvez ela venha a acontecer no início do ano.– Ainda bem que a vaca da Soraia sumiu – disse Maya com todo o seu veneno ao amarrar umbalão branco junto a outro preto e rosa.–Por que você odeia tanto a Soraia, Maya? – perguntou a ruiva dos olhos violeta que estavaá seu lado também amarrando balões enquanto outra menina pedia outras cordinhasa ela chamando-a de Leticia.–Porque ela roubou a atenção que era minha.– Você está sendo injusta – dissera – ela chegou a te oferecer amizade e você recusou –defendeu ao colocar vários balões amarrados em outros dependurados que formavam umarco.Maya trincou os dentes e jogou os balões no chão – A única coisa que eu queria dela era a
cabeça em uma bandeja – e saiu pisando duro porta a fora do salão.– O que deu nela? – perguntou outra garota loira que trazia em mãos vários balões cheios.– O mesmo de sempre – disse Leticia ao abrir um saquinho de balões – a raiva dela por Soraia.Dias depois.
Katrina e Adam praticamente se mudaram para o acampamento sem se importarem em viverem uma tenda e, de lá nenhum dos dois saia. Nem mesmo Adam que era o prefeito da cidade. Mas a angústia estava por fim para acabar.O dia estava amanhecendo, havia um vento sereno e o céu tão azul como um mar após a
tempestade e o mais incrível, havia no ar o leve aroma de rosas.Todos ainda dormiam e no momento era Katrina quem velava o sono mortal da filha, e bem que mesmo quando Adam estava ali esta passava mais vindo ali do que dormindo.O vento adentrou de mansinho a tenda e retirou o lençol de cima do corpo de Soraia – segundo Sheila o lençol protegeria o corpo e a alma desta – e Katrina desde que conhecera a cigana aprendera a respeitar e confiar seus ensinamentos – e então a rainha kaxal abriu seus olhos.O vento fizera se trabalho e ao voltar, tocara no rosto de Augusto fazendo-o despertar ao ladoda cama de Soraia onde passara a ser a sua também.Parece até mentira, mas depois de longas semanas, Augusto sorria pleno e aliviado por estar encarando os lindos olhos negros de Soraia como se fosse a primeira vez que os visse. Lentamente Soraia levantou sua mão fraca e a estendera a Augusto que a pegou com carinhoe a posou em seu rosto quente, ansiando pelo toque de Soraia embora fosse frio. –Seu rosto é tão quente – murmurou fracamente . –Eu posso te aquecer, meu amor – dissera ele ao soltar sua mão, e assim ampara-la e erguê-la por detrás de suas costas e, assim ambos experimentaram o toque íntimo e o esplendoroso beijo. Sem pressa, abraçados ,línguas dançando devagar e apaixonadamente enquanto mãos apertavam costas e cintura com adoração.Uma tossidela discreta se fez presente – e necessária – e quando ambos se descolaram, havia uma plateia l
Pela primeira vez em muito tempo, Julio Cesar saiu do esgoto onde estivera escondido por vários dias com Brenda. Trajado em couro para evitar que o sol lhe destruísse a pele – já que a vaca da Soraia tinha lhe arranca ouro – e para cobrir seu rosto deformado, - por enquanto – usava uma máscara de couro também.O sol assim mesmo lhe castigava, afinal estava debilitado que sequer conseguia olhar para as nuvens no céu. MAIS UM PRESENTE DE SORAIA. Ah, Soraia quanta raiva estou a sentir de você. Mas é próximo o dia em que minha vingança vai recair sobre você. Julio Cesar e Brenda seguiram pela calçada ignorando os olhares lhes dirigido. PALAÇOS Castelo dos Guardiões Amy estava debruçada a janela com os olhos fixos ao horizonte vendo a dança magnífica de um bando de pássaros co
O dia passou, mas a chuva não.A saudade de Amy se intensificou, bem como a preocupação de Sheila, Katrina e Thiago. E todos pelos mesmos motivos; Augusto, Soraia e Miranda.Já na cidade aqueles que não deviam retornar, o fazem, e em grande estilo... e tragédia. Em Lacrimal city chega a ser ‘lei’- todos os fins de semana tem festa – e nesta sexta-feira não será a exceção. – Eu conto com isso – murmurou Julio Cesar salivando como um animal faminto ao ver um pedaço de carne á sua frente, no caso a ‘carne’ andava num belo salto alto e vestido justo e caminhava rumo as portas de entrada de uma boate. – Você vai transforma-los? – perguntou Brenda ás suas costas. Ok que ela não necessita tanto de sangue como Julio Cesar, afinal ela além de vampira é sacerdotisa, ma
Na escuridão da floresta, hoje não banhada luar, Soraia continua no galho da árvore – para um humano ótimo para cãibras – seus olhos repousam fechados e no céu - que não contempla – nuvens negras e densas que antes encobriam o lua, agora se dispersam calmamente enquanto a lua volta a brilhar. Lágrimas começaram a rolar por seu rosto, mesmo contra sua vontade, e no ar um verso da musica Save me now de Andru Donald lhe acompanha enquanto a saudade dos braços calorosos de seu lobo lhe aperta o coração. Here I am In a place that I Have never beenOut of love And afraid that you Won’t let me In (no) You came to me and I started to feel That my senses had left me to die Where is my strength when I need it the most? Tell what have you d
2 dias depoisSentimentos estavam sendo pesados pela balança do coração, da consciência e a alma. Mas a vida não pode parar, seja esta humana ou não. Um caminhão com equipamentos e som e luz acabara e estacionar nos fundos do colégio. Dois funcionários que já esperavam pela carga se dirigiram até o caminhão e tratavam de abrir as portas deste e começar a descarregar os aparelhos e tal. Julio Cesar disfarçado de um funcionário comum carregava em seus ombros uma das caixas de som e calmamente seguia o outro, com seus olhos negros perscrutando a tudo e todos á espera do momento propício para se esquivar e, este acontecera assim que deixara a caixa no chão perto do t
Pés descalços caminham por uma estrada de pedras que cortavam e arranhavam, mas dor nenhuma se comparava a que estava no coração de Soraia e só aumentou ao pegar uma trouxinha onde estava seu pobre filho. Morto. Sua dor era sufocada, mas gritava dentro de si, e nenhum sentimento fora exposto por isso que nenhuma gota de chuva caia. Tudo estava seco como o interior de Soraia. Uma densa neblina pairava sobre o acampamento. O que para Soraia tanto fazia, afinal seus olhos de vampira eram suas lanternas. Esta estava se dirigindo para o único lugar que seu bebê encontraria paz, e muitos foram aqueles que quiseram acompanha-la, espacialmente, sua mãe. Mas a todos Soraia dispensara. No ar a tristeza era palpável, mas ainda assim, Soraia preferira a solidão do que a pena que vira em muitos olhares por ali. Ela então respirara profundamente, apertara os
Marcus e Amy estão nus e abraçados no conforto dos braços um do outro e da cama claro. – Sinto um aperto no peito a cada vez que penso em Soraia – desabafou Amy – sinto que eu preciso estar do lado dela, mas também sinto que preciso ficar aqui. Marcus lhe afagou os ombros – lembre-se do que Matteo disse – a escolha é sua. Você é a Guardiã – e eu te juro – beijou-lhe o alto da cabeça; ela sorriu – aonde você escolher ir, eu irei junto. – A saudade dói. Marcus ergue-se com ela na cama – Então deixe-a te guiar. Amy sorriu, mas de um jeito diferente. – O que foi? – perguntou sem graça. – Sua convivência com Matteo está te fazendo falar como ele. Ambos riram, mas, de repente o sorriso de Marcus murchou e seus olhos perderam o brilho. – Agora eu t
A semana se passou e decisões foram postas em prática. A primeira delas é... Uma visita do futuro ao passado.05 horas antes... Marcus encontrava-se sentado á escrivaninha, um copo de sangue – cortesia de Matte – a seu lado e a frente de seus olhos a tela do notebook a lhe proporcionar as informações que seu coração ansiava e ali, ao alcance de sua mão, olhava de oslaio para os passaportes com destino a Paris – local onde havia uma casa que outrora pertencera a sua mãe e cria que ainda o fosse.– Mamma espero que ainda esteja me esperando-murmurou ao pegar uma caneta e um bloco de anotações para escrever o que necessitava. Estava tão absorto que nem percebera a entrada de Amy, a não ser quando esta o abraçara por trás e lhe beijara o pescoço ao sussurrar – je t’ai ame. &nb