Ally Cannon POV's
Naquela noite, eu sabia que demoraria bastante para adormecer. Apesar do ninho de braços de Jason ser um dos lugares mais confortáveis onde eu já estive, eu começara a sentir bastante dor de cabeça e nenhum remédio resolveria aquilo.
Era melhor continuar a olhar no par de olhos verdes que, nesse momento, me faziam tão bem.
Jason acariciava meus cabelos enquanto procurava estrelas cadentes no céu. Vez ou outra, víamos alguma e apontávamos aos berros um para o outro - eu me perguntava como os vizinhos não estavam reclamando.
Mas, aos poucos, o céu não estava mais tão escuro e as luzes claras da aurora do dia começaram a tomar conta do bréu. Tons de laranja e verde se misturavam com um azul profundo na mais perfeita sintonia, preparando o dia que estava vindo.
Eu tinha tanta coisa para fazer hoje. Consulta
Ally Cannon POV’sEu não podia dizer que exatamente estava odiando tudo aquilo. Dr. Garrett era muito atencioso e tinha conseguido até uma televisão para me distrair enquanto eu estava recebendo a medicação via intravenosa - eu passaria aproximadamente duas horas por dia ali fazendo isso, até que estivesse pronta para um novo exame para ver se o tumor estava retrocedendo.A televisão, é claro, estava falando de Jason e do The Finders. Aparentemente nada mais interessante acontecia por aqui. Ali estava ele, andando daquela forma arrogante e chacoalhando seus cabelos como se ele tivesse todo o controle da situação. Eles estavam em um grande evento para apresentar alguma música nova, no centro de Londres. Várias meninas gritavam histéricas para todos eles e os outros meninos tentavam dar atenção para todas - Jason, entretanto, as ignorav
Jason Smith POV’s Aquele dia seria um pouco mais longo do que o anterior, mas eu mal podia esperar a hora de voltar para o prédio de Ally. Pensei em passar na casa de Zack e pegar algumas roupas para deixar por lá e poder voltar mais dias. Aquele simples pensamento fez meu coração dar pulinhos de alegria. Voltei para meu camarim improvisado, ansioso pela garrafinha d’água que eu devoraria em apenas alguns segundos. Os meninos vieram me seguindo em meio à gargalhadas e piadinhas internas que rolavam em todo show. -Tinha uma fã lá que pelo amor de Deus. - ouvi Nick comentando, enquanto se adiantava para sua própria cadeira. - Eu juro, ela devia ter um metro de peito. -Que desrespeitoso, Nicholas. - Danny replicou, observando o colega com o rabo de olho. - Ainda bem que eu não sou igual você. Nick revirou os olhos. -Blá, blá, blá. Os outros soltaram gostosas gargalha
Ally Cannon POV’sMeu dia tinha sido particularmente difícil, mas eu sabia que agora as coisas estavam prestes a melhorar. Se eu assinasse esse contrato, eu e Jason continuaríamos juntos e eu jamais traria problemas para ele novamente. Eu estava fazendo o melhor para ele.E para mim.MacMallcom não me oferecera dinheiro, porque ele sabia que não tinha valor algum que me comprasse. Ele me oferecera algo bem mais grandioso. Uma apresentação. Uma gigantesca apresentação de piano em um show de novos talentos, da Broadway.Ele me oferecera a chance de compor algo, com grandes pianistas. A chance de ter um final digno do qual todos iam se lembrar. Uma canção dos cisnes. Ele me oferecera a chance de ser lembrada.Lembrei claramente do México, quando senti meu braço arder no formato de um cisne. Talvez a vida estivesse tentando me alertar disso há muito tempo.
Ally Cannon POV’s Assim que MacMallcom disse que havia depositado dinheiro em minha conta bancária, Jason ergueu o rosto inchado de choro e me fuzilou com os olhos verdes, que agora estavam injetados de sangue. Ele sorriu de uma forma raivosa, como se tivesse ganhado a discussão. -Parece um ótimo valor pra começar. - Jason respondeu por mim, com a voz rouca. Ele virou-se para mim - Não acha, Ally? Acho que definitivamente dá para fazer uma baguncinha com esse valor. Virei-me com meus olhos encharcados para MacMallcom, contendo um soluço antes de avançar em direção à ele. -Esse não foi o nosso acordo. - gritei, batendo os pés no chão com força e indo raivosa em tomar o papel que ele me oferecia. - Eu não te pedi dinheiro.
Ally Cannon POV'sDuas convulsões.Esse é o número necessário para acabar com quaisquer férias de família para o México. Guardei essa informação no fundo da minha mente caso alguém viesse me perguntar mais tarde. Está entediado de tanto ver imagens coloridas espalhadas sobre o Dia dos Mortos?Bom, eu tenho uma dica do que você pode fazer.Minha última lembrança era minha mãe ajoelhada ao meu lado, com diversas pessoas ao redor rezando e dizendo palavras em espanhol - que eu não entendia nenhuma, apenas "muerta", visto que o Dia de Los Muertos estava acontecendo de forma síncrona com meu drama epilético. Kelly chorava alto ao lado de minha mãe e gritava palavras sem sentido numa língua que acabara de inventar - talvez até eu pudesse lhe responder, se minha boca não estivesse espumando da forma que estava.Quando acordei horas mais tarde dentro de um hospital muito branco, fiquei com saudade do filtro amarelo que os filmes americanos col
Jason Smith POV's Aquela definitivamente era a melhor semana da minha vida. Veja bem, muita coisa tinha mudado desde que eu era um jovem rapaz que entrara de estúdio e estúdio com o sonho de fazer música. Agora eu tinha dinheiro, poder, influência e praticamente todas as garotas do mundo - e isso significava que eu era também o jovem de 18 anos mais feliz do mundo. Algumas pessoas podem dizer que essa fase é terrível para se estar em meio aos holofotes, mas eu discordo totalmente. Só assim consegui todas as minhas incríveis namoradas, que não brigavam entre si e ainda aceitavam a existência uma da outra. Exceto Caroline, mas ela...Bem, ela era outra história. Nessa semana, em específico, eu estava fazendo a viagem dos sonhos com Caroline. Estava em Ibiza, com muita música, iates, bebidas, diversão e gente puxando meu saco. Era uma das melhores experiências do mun
Ally Cannon POV'sContinuei a encarar o aparelho imenso de ressonância magnética como se esperasse, que por algum milagre, ele fosse se parecer menos com um caixão que me engoliria por 45 minutos contínuos.Kelly apertou meu braço, me dando um sorriso confiante.—Esse é literalmente o último que você precisa fazer. Depois disso, serão apenas gelatos e praias para nós duas.Bufei.—Fale por você, mana. Eu quero mesmo uma cerveja. - respondi, com uma risada. Minha mãe me encarou por baixo dos óculos escuros e eu dei de ombros.Aqui estávamos nós. Assim que viagem ao México acabou e minha dor de cabeça continuou mesmo no clima fresco de Los Angeles, minha mãe marcou todos os especialistas em Neurologia possíveis para explicar o que estava acontecendo. Isso fazia com que eu me sentisse péssima, porque a preocupação não parava de rondar os olhos das duas e eu sabia que ela chorava quando ligava para os outros parentes de madrugada -
Jason Smith POV'sUm dos novos donos da gestão teve a brilhante ideia de literalmente me atirar aos cães. Literalmente.Eu tentara de tudo para fazer com que aquele evento ridículo de adoção de cães resgatados funcionasse, mas um dos vira-latas mordia insistentemente meu tornozelo e quando tentei dar um peteleco em sua bunda peluda, um dos agentes imediatamente me empurrou para dentro de SUV preto e todas as câmeras começaram a clicar com mais urgência.Dentro do carro, um executivo louro, de corpo esguio, terno bem passado e óculos escuros me esperava, sentado mexendo em seu celular. Eu nunca o tinha visto, mas se os boatos que rolavam entre os outros eram verdadeiros, aquele provavelmente devia ser o filho do dono da empresa. Um jovem cujo único talento era ter um pai milionário.-Olá, Jason. - ele me cumprimentou assim