Jason Smith POV's
Senti todo meu corpo parar em cima de Ally antes que eu pudesse sequer trabalhar em minha mente o que ela acabara de dizer. Por acaso, ela disse que não me odiava? Aquilo era bastante impressionante considerando que todos os nossos encontros se resumiram a agressões, xingamentos e acusações. Talvez alguns poucos momentos de trégua aqui e ali, como no aeroporto e depois do banho quente...
Levantei meu rosto para encarar o dela. Eu não podia parar de lembrar daquela garota do aeroporto, correndo, rindo e se divertindo como nunca com alguém que acabara de conhecer. Não podia esquecer de como seu sorriso parecera tão sincero. Naquele dia, eu sabia que ela era como uma das centenas de garotas que eu já encontrara em uma festa e chamara para um beijo...Mas quando a beijei, por que me senti tão diferente?
Eu não consegui esquecer aquele beijo de imediato. E mesmo
Ally Cannon POV'sJason se afastou de mim tão rápido que quase caiu da cadeira do piano. Uma de suas mãos, entretanto, mantinha fortemente os dedos entrelaçados nos meus. Ele olhava para a porta, sem sequer virar os olhos pra mim. Parecia tenso.-GENTE. - Nick gritou de novo, tropeçando em tudo que estava no caminho. Ele estava esbaforido e com o cabelo apontando para milhares de direção. Assim que seus olhos nos encontraram, ele demonstrou muitos sentimentos: confusão, medo, surpresa e, por fim, indiferença. Ele continuou a respirar fundo. - O mundo está colapsando.Jason sequer piscou, mas senti sua mão apertar a minha com mais força. Tentei lhe passar apoio com o olhar, mas ele sequer virava-se para mim.-E o que aconteceu, Nicholas? - Jason perguntou, calmamente.Nick tremeu, tentando recuperar o fôlego e aparentemente com medo do que diria a seguir. Ele r
Jason Smith POV'sAquele devia ter sido o pior esporro que eu já recebera na vida. Vi até o último dos meus centavos ser retirado da minha conta bancária e fui humilhado na frente de mais de 10 pessoas que eu sequer conhecia. Em algum momento, alguém jogou um caderno com força em meu rosto, mas eu nem me mexi.Eles estavam me tratando com tanta crueldade, que tiveram alguns segundos que eu não tinha certeza se podia me mexer, se podia respirar. Assinei mais uma vez o acordo que continuaria na banda, mas não me envolveria em mais nenhuma polêmica e meu nome passava a ser um produto, completamente controlado pela gestão.Eles controlariam o que eu vestiria, o que eu falaria, quem seriam meus amigos, os locais que eu frequentaria, as pessoas que eu conheceria, as pessoas que eu namoraria. Eles controlariam tudo que eu era. Eu me sentia um animal, engaiolado, privado de liberdade. A his
Ally Cannon POV'sNaquela noite, eu sabia que demoraria bastante para adormecer. Apesar do ninho de braços de Jason ser um dos lugares mais confortáveis onde eu já estive, eu começara a sentir bastante dor de cabeça e nenhum remédio resolveria aquilo.Era melhor continuar a olhar no par de olhos verdes que, nesse momento, me faziam tão bem.Jason acariciava meus cabelos enquanto procurava estrelas cadentes no céu. Vez ou outra, víamos alguma e apontávamos aos berros um para o outro - eu me perguntava como os vizinhos não estavam reclamando.Mas, aos poucos, o céu não estava mais tão escuro e as luzes claras da aurora do dia começaram a tomar conta do bréu. Tons de laranja e verde se misturavam com um azul profundo na mais perfeita sintonia, preparando o dia que estava vindo.Eu tinha tanta coisa para fazer hoje. Consulta
Ally Cannon POV’sEu não podia dizer que exatamente estava odiando tudo aquilo. Dr. Garrett era muito atencioso e tinha conseguido até uma televisão para me distrair enquanto eu estava recebendo a medicação via intravenosa - eu passaria aproximadamente duas horas por dia ali fazendo isso, até que estivesse pronta para um novo exame para ver se o tumor estava retrocedendo.A televisão, é claro, estava falando de Jason e do The Finders. Aparentemente nada mais interessante acontecia por aqui. Ali estava ele, andando daquela forma arrogante e chacoalhando seus cabelos como se ele tivesse todo o controle da situação. Eles estavam em um grande evento para apresentar alguma música nova, no centro de Londres. Várias meninas gritavam histéricas para todos eles e os outros meninos tentavam dar atenção para todas - Jason, entretanto, as ignorav
Jason Smith POV’s Aquele dia seria um pouco mais longo do que o anterior, mas eu mal podia esperar a hora de voltar para o prédio de Ally. Pensei em passar na casa de Zack e pegar algumas roupas para deixar por lá e poder voltar mais dias. Aquele simples pensamento fez meu coração dar pulinhos de alegria. Voltei para meu camarim improvisado, ansioso pela garrafinha d’água que eu devoraria em apenas alguns segundos. Os meninos vieram me seguindo em meio à gargalhadas e piadinhas internas que rolavam em todo show. -Tinha uma fã lá que pelo amor de Deus. - ouvi Nick comentando, enquanto se adiantava para sua própria cadeira. - Eu juro, ela devia ter um metro de peito. -Que desrespeitoso, Nicholas. - Danny replicou, observando o colega com o rabo de olho. - Ainda bem que eu não sou igual você. Nick revirou os olhos. -Blá, blá, blá. Os outros soltaram gostosas gargalha
Ally Cannon POV’sMeu dia tinha sido particularmente difícil, mas eu sabia que agora as coisas estavam prestes a melhorar. Se eu assinasse esse contrato, eu e Jason continuaríamos juntos e eu jamais traria problemas para ele novamente. Eu estava fazendo o melhor para ele.E para mim.MacMallcom não me oferecera dinheiro, porque ele sabia que não tinha valor algum que me comprasse. Ele me oferecera algo bem mais grandioso. Uma apresentação. Uma gigantesca apresentação de piano em um show de novos talentos, da Broadway.Ele me oferecera a chance de compor algo, com grandes pianistas. A chance de ter um final digno do qual todos iam se lembrar. Uma canção dos cisnes. Ele me oferecera a chance de ser lembrada.Lembrei claramente do México, quando senti meu braço arder no formato de um cisne. Talvez a vida estivesse tentando me alertar disso há muito tempo.
Ally Cannon POV’s Assim que MacMallcom disse que havia depositado dinheiro em minha conta bancária, Jason ergueu o rosto inchado de choro e me fuzilou com os olhos verdes, que agora estavam injetados de sangue. Ele sorriu de uma forma raivosa, como se tivesse ganhado a discussão. -Parece um ótimo valor pra começar. - Jason respondeu por mim, com a voz rouca. Ele virou-se para mim - Não acha, Ally? Acho que definitivamente dá para fazer uma baguncinha com esse valor. Virei-me com meus olhos encharcados para MacMallcom, contendo um soluço antes de avançar em direção à ele. -Esse não foi o nosso acordo. - gritei, batendo os pés no chão com força e indo raivosa em tomar o papel que ele me oferecia. - Eu não te pedi dinheiro.
Ally Cannon POV'sDuas convulsões.Esse é o número necessário para acabar com quaisquer férias de família para o México. Guardei essa informação no fundo da minha mente caso alguém viesse me perguntar mais tarde. Está entediado de tanto ver imagens coloridas espalhadas sobre o Dia dos Mortos?Bom, eu tenho uma dica do que você pode fazer.Minha última lembrança era minha mãe ajoelhada ao meu lado, com diversas pessoas ao redor rezando e dizendo palavras em espanhol - que eu não entendia nenhuma, apenas "muerta", visto que o Dia de Los Muertos estava acontecendo de forma síncrona com meu drama epilético. Kelly chorava alto ao lado de minha mãe e gritava palavras sem sentido numa língua que acabara de inventar - talvez até eu pudesse lhe responder, se minha boca não estivesse espumando da forma que estava.Quando acordei horas mais tarde dentro de um hospital muito branco, fiquei com saudade do filtro amarelo que os filmes americanos col