caAlly Cannon POV's
-Jason, eu... - tentei dizer, mas os olhos de Jason pareciam desconectados da realidade. Ele parecia estar revivendo tudo que tinha acontecido há muito tempo atrás, como se eu nem sequer estivesse ali.
-Quando acordei no hospital, a primeira coisa que eu perguntei foi onde eles estavam. Se estavam vivos. Se estavam bem. - Jason sussurrou amargamente, piscando diversas vezes para conter as lágrimas dos olhos vermelhos. - Mas, eles não estavam. Óbvio que não.
Fiquei encarando seu rosto, perdido, atordoado e cheio de sofrimento e sentimentos que nunca expressara antes. Senti uma vontade urgente de colocá-lo entre meus braços e protegê-lo de todo o mal do mundo.
-Eu os vi, é claro. O acidente desonfigurou o rosto deles. Eles mal eram pessoas, sabe? Foi extremamente doloroso. O pior era vê-los conscientes em meio a tudo isso. Foi demais pra mim, mas
Ally Cannon POV'sNaquela manhã do dia 24, eu tinha diversos assuntos pendentes. E gostaria de resolver todos eles se uma fraqueza absurda nas pernas não me fizesse cair de cara no chão. Jason acordou na cama, assustado e veio correndo ao meu lado.-O que aconteceu? - ele perguntou, pegando meu corpo no colo com uma facilidade assustadora e colocando-me sentada na cama. - Você está bem?Assenti, encarando o jeito que seu lábio superior ficava toda vez que ele estava preocupado comigo. Ele era tão estonteantemente lindo para mim. Eu quase podia esquecer que abaixo dos joelhos eu não conseguia movimentar minhas pernas. Grunhi, relembrando de uma conversa com Dr. Garrett há alguns dias atrás e a constatação de um novo sintoma.-Não sinto minhas pernas. - murmurei com a voz trêmula. - Acho que elas dormiram ou algo do tipo.Jason assentiu,
Jason Smith POV’sEu estava há mais de uma semana tirando ridículas fotos com Ally. E aquilo era bastante difícil.Toda vez que eu encarava seus intensos olhos cinzas, sentia vontade de chorar e de agredi-la. Geralmente, tudo junto. Era estranho estar com as mãos em sua cintura e massageando distraidamente seus ombros sendo que tudo aquilo não era NADA natural.Eu achara, por bastante tempo, que Ally seria meu ponto de paz. Que ela seria um ponto limpo em meio à toda aquela sujeira - mais ainda, imaginava que ela podia ser uma causa maior para um rebelde de poucas causas. Mas não. Ela era exatamente igual à todos os outros.Mentia e enganava, à serviço de pessoas não muit
Ally Cannon POV's-Lapso de memória? - perguntei, mais uma vez, tendo certeza de que estava absorvendo todos os fatos. - Certo.Afundei mais ainda na minha cadeira, encarando meus próprios braços recebendo o líquido da Imunoterapia. Em questão de pouco tempo, eu estava perdendo, literalmente, partes de mim. Eu tinha alterações de personalidade, déficits de memória e toda a sorte de coisas ruins que o câncer instalado no meu cérebro estava me dando.-Mas, com o tratamento, podemos ter uma esperança, certo? - perguntei, sentindo a pena que o Dr. Garrett tinha em seu olhar me atingir até a alma. - Digo, logo eu devo estar pronta pra cirurgia, né?Dr. Garrett ergueu as sobrancelhas, com um sorriso.-Nós acabamos de começar, Ally. Seu tempo comigo ainda vai ser longo.Assenti, sentindo um sorrisinho despontar em m
Jason Smith POV'sEu não estava conseguindo engolir a ideia de Ally entrar sozinha em um hospital com um estranho que ela mal reconhecera por causa da mudança de um corte de cabelo. Se ela estava achando que eu tinha caído nessa, ela estava redondamente enganada.Ela estava agindo daquele jeito esquisito e eu não fazia ideia do porquê - mas eu ia descobrir.Eu tinha certeza que não era algo puramente pra me atingir - tinha algo a mais. Eu vira a confusão em seus olhos. Eu a vira olhar pra mim sem entender absolutamente nada. Ela podia enganar a mídia com seu péssimo jogo de atuação, mas ela não enganava à mim.Fiquei esperando no carro, tentando me distrair com um jogo de palavras cruzadas quando o estúpido médico saiu de lá de dentro e atravessou a rua em direção à uma padaria. Ele nem sequer olhou pra mim,
Ally Cannon POV’sQuando dei por mim, estava sonhando que estava nos braços de Jason.Era sempre Jason. Eu sonhava com ele e ansiava por ele. Podiam existir milhares de homens, mas era a eletricidade do seu corpo que eu gostaria de sentir. E, em meu sonho, eu sentira claramente o corpo dele colado no meu, causando choques elétricos.E aquilo era bom. No meu sonho, eu só sentia o toque macio de suas mãos em minha pele e o calor de suas carícias em mim. O sonho era bom. Pacífico. Mas a realidade não. A realidade era bem diferente e dolorida.Quando abri meus olhos dormentes, senti bastante dor na cabeça e uma ânsia de vômito forte demais. Parecia que meu estômago estava virado
Jason Smith POV’sAlly surtou. Digo, ela literalmente surtou e começou a me socar em cima do leito, sobre barulhos ainda mais altos das grades de sustentação.-Ally! - reclamei, agarrando seus pulsos no ar e impedindo que ela continuasse sua sessão ininterrupta de socos. - Estamos num hospital, pelo amor de Deus. Você vai fazer com que nos expulsem!Ally gritou, fazendo força para soltar seus pulsos de minhas mãos firmes. Suas pernas jogaram longe o meu casaco de couro e começaram a tentar me chutar, se remexendo por todos os lados da cama.Eu devia estar odiando tudo aquilo, mas não conseguia deixar de olhar suas lindas pernas nuas. Eram tão brancas e lisas quanto o mais polido m&aacu
Ally Cannon POV's-Você pode, por favor, parar de drama? - pedi para Jason, enquanto amarrava meus tênis apoiada na cadeira do pátio do hospital. - Eu não fazia ideia de que um leito era tão caro assim, vai.Jason parecia prestes a ter um ataque de raiva. Basicamente, depois de toda nossa aventura sexual, a sustentação do leito tinha cedido e Jason tivera que pagar vários e vários euros para o hospital, além da conta da minha cabeça.-Se eu soubesse, eu teria trazido carteira. - me defendi, encarando seus olhos verdes cada vez mais estressados, parecendo tremer nas órbitas.Jason virou-se para mim e abriu a boca, como se cogitasse responder. Depois de alguns segundos, entretanto, ele desistiu e continnuou andando em direção ao próprio carro. Não sem antes se virar mais uma vez e atirar a touca da Hello Kitty em mim.-Vê se
Jason Smith POV'sAssim que deixei Ally em casa, comecei a me sentir solitário dentro do meu próprio carro. Sua presença era como caos e destruição. Era como ver uma tempestade literalmente acontecendo do meu lado. Mas, no fim, era pacífica como um arco-iris. Era tudo, menos desinteressante. Em retrospectiva, me perguntava como já pensara isso dela.Ally nunca deixava de ser surpreendente.Bocejei, sentindo o sabor de batatinhas ainda em minha boca e esfreguei as mãos nos olhos em um ledo engano; o cheiro de melancia dos cabelos de Ally ainda estava impregnado ali, me acompanhando no vagoroso caminho cheio de trânsito até o estúdio.Quando cheguei, reconheci imediatamente o carro cor-de-cenoura de Leo e a Mercedes de Danny, os dois bem estacionados em frente ao estúdio.-Bom dia, flor do dia. - Leo disse, aparecendo na porta do estúdio com do