Jason Smith POV's
Acordei do que devia ser o melhor sono que eu tivera nos últimos dias. Alguns músculos do meu corpo estavam bastante doloridos pela briga e estresse da noite anterior, mas, ao sentir a massa minúscula de Ally no meu colo, nada daquilo importava. Tanto fazia qualquer dor física ou emocional - quando eu estava ao lado dela, eu sentia que podia tudo. Aquele era o amor em sua mais pura forma.
Respirei fundo, acariciando a touca macia que ocupava o lugar de seus cabelos logo abaixo de meu queixo, tentanto tirá-la discretamente para ter um contato mais digno com os fios que eu sentia tanta saudade, quando Ally acordou.
-Ei. - ela disse, tomando um susto e se sobressaltando na cama, afastando-se rapidamente de mim e de minhas mãos inconvenientes. Senti-me culpado por alguns segundos enquanto ela se encolhia no canto oposto, fazendo esforço para que seu corpo não perdesse o contato com o cobertor. Ela piscou várias vezes, me fitando. - Desculp
Jason Smith POV's-E vocês vão o que? - Ally perguntou, pela milésima vez, com uma careta de pavor ao ver os quatro meninos parados com malas no centro de seu apartamento.-Vai ser temporário. - Danny explicou novamente. - Até que a infestação de vespas na casa de Zack esteja sobre controle.-Vespas são bastante venenosas. - Nick acrescentou, e se justificou diante dos olhares de todos os outros: - Eu sempre quis ser biólogo.Adicionei mais essa novidade no ranking de coisas que Nick sempre quis ser, pois, cada vez mais, a lista aumentava. Eu tinha certeza que, durante sua infância, Nick quisera ser alguma coisa diferente em cada dia, totalizando mais de 600 profissões. Seu bordão nunca ficava velho.-Achei que você queria ser cabelereiro. - Ally disse, com os braços cruzados na altura do peito, encarando o loiro com desconfiança.
Ally Cannon POV'sEu ainda estava me acostumando com a ideia de que minha casa estava repleta de homens desde o final de semana - mas, eu sempre me surpreenderia ao acordar cedo e encontrar Danny apenas de samba canção de bichinhos fritando um ovo enquanto ouvia algum discurso de Nick sobre uma profissão que ele sempre quis ser - podólogo formado em Harvard tinha me assustado o suficiente.Entretanto, não podia negar que a atmosfera parecia de uma pálpavel alegria e descontração. Primerio porque os compromissos da gestão tinham finalmente acabado e agora eles se preparavam para voltar para as próprias casas das famílias no Natal - e depois haveria alguns eventos entre essa data e o Ano Novo, que eles fariam grandes performances. Infelizmente, ainda era bastante esquisito quando eu ouvia a respiração deles próxima demais ou via suas sombras acompanhando-os pela casa.&
Ally Cannon POV's-Eu literalmente nunca fiz isso, tudo pode dar errado! - adverti, enquanto eu e Nick enfiávamos uma quantidade um tanto quanto absurda de comida no carrinho de compras.-Relaxe, eu sempre quis ser cozinheiro. - Nick disse, consultando a própria lista que trouxera, riscando mais um item. - Preciso de mais cream cheese.-Eu pego. - Danny se ofereceu, ansioso para fazer algo além de empurrar o carrinho e tirar fotos alternativas com mães de fãs no corredor de massas.-Não, eu pego. - Zack disse, se adiantando e saindo apressado em sua frente, quase tropeçando no brinquedo de uma criança, esquecido no chão. - Volto já.Senti os braços fortes de Jason me envolvendo em seu abraço e sua linda cabeça surgindo majestosa em meu ombro, depositando um prudente beijinho no meu pescoço antes de sussurrar:-Está
Ally Cannon POV'sAnne gostava bastante de chá de limão.Descobri que ela era a primeira cliente a pedir isso na cafeteria do hospital e me surpreendi enquanto enrolava minha cerveja nos dedos.-Eu senti como se o mundo tivesse sido tirado de mim. - murmurei, encarando os olhos bastante verdes de Anne, que agora eram doloridos demais de se olhar por muito tempo. - Senti como se a vida tivesse me puxado o tapete definitivamente. Foi como se me arrancassem tudo.Anne assentiu, bebendo um gole do chá antes de procurar minha mão em cima da mesa e apertá-la.-Está tudo bem. Ele vai ficar bem, Ally. - Anne falou com uma lucidez maior do que eu jamais tinha visto. Ela provavelmente notou meu estranhamento no olhar e se apressou em explicar. - Eu estou acostumada com as crises de Jason. Se visse como ele era criança...-Era ruim? - perguntei, com a voz rouca enquanto derrubava mais uma lágrima
Ally Cannon POV'sMe aproximei do leito de Jason sentindo dor física o suficiente para desabar nos próximos passos. Era como se toda a força estivesse sendo sugada e destruída dentro do meu ser. Eu só queria deitar e tirar um longo cochilo para ignorar todo aquele sofrimento. Ele estava acordado, com o rosto lívido e um acesso gigantesco conectado a um soro que devia ter medicamentos pra asma dentro.-Apesar de tudo que aconteceu, seu cabelo parece perfeitamente arrumado. - comentei, fazendo com que seu olhar surpreso se voltasse pra mim. Jason sorriu minimamente, aparente agradecido por eu estar ali. - Quer algo? Pensei em passar na cafeteria...-Quero sim. - Jason confirmou, com um meio sorriso, esticando os braços. - Quero você. Pode se deitar aqui comigo?Tentei sorrir mas meu corpo parecia exausto até para isso. Parecia que eu seguia um roteiro e até minhas frases soavem mecân
caAlly Cannon POV's-Jason, eu... - tentei dizer, mas os olhos de Jason pareciam desconectados da realidade. Ele parecia estar revivendo tudo que tinha acontecido há muito tempo atrás, como se eu nem sequer estivesse ali.-Quando acordei no hospital, a primeira coisa que eu perguntei foi onde eles estavam. Se estavam vivos. Se estavam bem. - Jason sussurrou amargamente, piscando diversas vezes para conter as lágrimas dos olhos vermelhos. - Mas, eles não estavam. Óbvio que não.Fiquei encarando seu rosto, perdido, atordoado e cheio de sofrimento e sentimentos que nunca expressara antes. Senti uma vontade urgente de colocá-lo entre meus braços e protegê-lo de todo o mal do mundo.-Eu os vi, é claro. O acidente desonfigurou o rosto deles. Eles mal eram pessoas, sabe? Foi extremamente doloroso. O pior era vê-los conscientes em meio a tudo isso. Foi demais pra mim, mas
Ally Cannon POV'sNaquela manhã do dia 24, eu tinha diversos assuntos pendentes. E gostaria de resolver todos eles se uma fraqueza absurda nas pernas não me fizesse cair de cara no chão. Jason acordou na cama, assustado e veio correndo ao meu lado.-O que aconteceu? - ele perguntou, pegando meu corpo no colo com uma facilidade assustadora e colocando-me sentada na cama. - Você está bem?Assenti, encarando o jeito que seu lábio superior ficava toda vez que ele estava preocupado comigo. Ele era tão estonteantemente lindo para mim. Eu quase podia esquecer que abaixo dos joelhos eu não conseguia movimentar minhas pernas. Grunhi, relembrando de uma conversa com Dr. Garrett há alguns dias atrás e a constatação de um novo sintoma.-Não sinto minhas pernas. - murmurei com a voz trêmula. - Acho que elas dormiram ou algo do tipo.Jason assentiu,
Jason Smith POV’sEu estava há mais de uma semana tirando ridículas fotos com Ally. E aquilo era bastante difícil.Toda vez que eu encarava seus intensos olhos cinzas, sentia vontade de chorar e de agredi-la. Geralmente, tudo junto. Era estranho estar com as mãos em sua cintura e massageando distraidamente seus ombros sendo que tudo aquilo não era NADA natural.Eu achara, por bastante tempo, que Ally seria meu ponto de paz. Que ela seria um ponto limpo em meio à toda aquela sujeira - mais ainda, imaginava que ela podia ser uma causa maior para um rebelde de poucas causas. Mas não. Ela era exatamente igual à todos os outros.Mentia e enganava, à serviço de pessoas não muit