Jason Smith POV’s
Eu estava há mais de uma semana tirando ridículas fotos com Ally. E aquilo era bastante difícil.
Toda vez que eu encarava seus intensos olhos cinzas, sentia vontade de chorar e de agredi-la. Geralmente, tudo junto. Era estranho estar com as mãos em sua cintura e massageando distraidamente seus ombros sendo que tudo aquilo não era NADA natural.
Eu achara, por bastante tempo, que Ally seria meu ponto de paz. Que ela seria um ponto limpo em meio à toda aquela sujeira - mais ainda, imaginava que ela podia ser uma causa maior para um rebelde de poucas causas. Mas não. Ela era exatamente igual à todos os outros.
Mentia e enganava, à serviço de pessoas não muito mais virtuosas que ela.
-Jason, uma foto beijando. - um dos fotográfos pediu.
Ally virou-se com um sorriso irônico para me encarar, enquanto eu continuava sentindo sua cintura quente por baixo das minhas mãos. Assenti para a câmera e puxei Ally para um selinho. Ela rapidamente enroscou as mãos no meu pescoço e tentou aprofundar o beijo, mas eu a empurrei delicadamente para longe de mim.
-Aqui não, querida. - murmurei com um sorrisinho e sai caminhando em direção aos homens com câmeras e um dos agentes da gestão. - Então, temos o suficiente?
O executivo levantou os olhos para mim. Ele ficou literalmente as duas horas da sessão de fotos mexendo no celular - eu definitivamente queria aquele emprego.
-Acho que sim. Agora você só precisa levar Ally em casa. - ele sorriu, virando seus olhos novamente para o celular.
-Como é que é? - praguejei, batendo os pés com força no chão. - Ela pode pegar um táxi ou sei lá.
Senti um peso em minhas costas e vi que Ally tinha se jogado em cima de mim.
-Jason, querido. - ela disse, me abraçando por trás. - Vai me dar uma carona?
Senti cada centímetro do meu corpo tremer de tanta raiva e vontade de jogar Ally no chão. Infelizmente, a quantidade de câmeras não deixaria minha agressão passar impune. E eu não estava interessado em perder tanto dinheiro novamente.
Não agora, que eu consertara as coisas.
Não agora, que eu pagara todas as contas.
Não agora, que eu estava limpo.
Uma das poucas virtudes que Ally me ensinara, apesar de ser uma pessoa tão imunda. Aliás, ela me influenciara a ser uma pessoa um pouco melhor, porque talvez alguém visse umm pouco de beleza nisso. Talvez, alguém visse algo além de muito dinheiro quando olhasse para mim.
-Claro, meu amor. - grunhi, balançando os ombros para que ela perdesse o equilíbrio e me soltasse.
Ally abriu seu sorriso estonteante para mim e me ofereceu uma mão, para que andassemos juntos. O parque que a gestão tinha escolhido para as fotos era lindo e vazio, agora cercado por seguranças. As águas verdes do grande lago eram divertidas e cheias de pedalinhos em formatos de cisnes e de navios piratas.
Eu realmente queria pedalar em um navio pirata.
-Jason. - Ally disse, apertando minha mão. - Será que você pode me deixar no hospital ao invés do apartamento?
-Claro. - revirei os olhos - Você está morrendo?
Ally me olhou, ofendida. Senti as suas unhas se fincarem na carne da palma das minhas mãos. Depois de um segundo, ela recuperou o sorriso brincalhão.
-Não te interessa.
Soltei uma risadinha.
-Você está errada, Ally.
Ela ergueu as duas sobrancelhas:
-Estou?
-Sim, não é que não me interessa. É que não me importa. - respondi, sentindo um sorriso maléfico se formar em meus lábios.
Me satisfazia ver Ally murchar toda vez que eu a atacava. Isso estava cada vez mais raro nos últimos dias, então eu tinha que comemorar cada vez que acontecia. Ally soltou minha mão e começou a arrumar os cabelos em um coque, ignorando minha presença - algo que ela estava cada dia melhor em fazer.
-Que hospital você precisa ir? - questionei, procurando a chave do carro nos bolsos da calça.
-O hospital pesquisa do centro. - Ally respondeu, distraidamente, mexendo em seu celular.
Senti as chaves do carro caírem de minhas mãos. Foi assim que Ally tinha me encontrado aquele dia. Ela estava no hospital...Fazendo o quê? Será que ela sabia sobre eles? Ainda pior, será que ela sabia sobre mim? Senti minha garganta engolir em seco. Não consegui reagir.
-Jason! - retornei, ao som de Ally berrando - Será que dá pra adiantar? Nem todo mundo tem o seu tempo.
Rosnei. Era impossível que uma pessoa insuportável como Ally se importasse com alguém além dela para saber algo assim. Respirei fundo, tendo certeza que ela iria para esse hospital fazer coisas triviais e irritantes que só ela era capaz de fazer.
-O que você faz por lá? - perguntei, sentindo a curiosidade despontar do meu peito, enquanto destravava a Mercedes para ela entrar.
A gestão tinha me dado um carro desde a assinatura do contrato. Basicamente, após tudo aquilo minha vida voltara para os eixos e eu era o queridinho da empresa mais uma vez. A ovelha negra que retornara para o rebanho.
-Não te importa, não é mesmo, Jason? - ela disse, entrando no carro e batendo a porta com força.
Revirei os olhos e entrei no banco do motorista atrás dela.
-Pode, por favor, tomar cuidado com o carro? Isso aqui não é seu carro de favelado - resmunguei.
-Carro de favelado? - Ally gritou, ofendida. - Meu carro foi muito mais caro que o seu.
-Seu carro é ridículo. - retruquei, ligando o meu próprio carro e avançando para a rua.
-Meu carro é maravilhoso.
-Ridículo. - continuei provocando.
Ally revirou os olhos e desistiu de continuar discutindo comigo. Ela decidiu se deitar no vidro do carro e fingir tirar um cochilo somente para me ignorar. Liguei o rádio no último volume para incomodá-la.
-Vai se lascar, Jason. - Ally reclamou, colocando as mãozinhas delicadas nos ouvidos. - Inferno.
Dei uma risada divertida e continuei dirigindo tranquilamente pelas ruas de Londres, sob uma luz delicada do sol se atrevia a discutir com as nuvens. Era delicioso. Me dava vontade de beber cappuccinos em um restaurante à céu aberto, encarando o London Eye. Pensei em passar lá mais tarde. Infelizmente, a única pessoa que eu alguma vez tivera vontade de levar lá era uma falsa mentirosa e cochilava tranquilamente no banco do passageiro.
Eu não tinha mais palavras pra descrever o quanto estar com Ally me machucava. MacMallcom e a gestão tinham conseguido macular tudo que eu acreditava ser sagrado. Tinham me tirado uma coisa que, na verdade, eu nunca tive: Ally. Ela sempre fora uma atriz, programada pra me encontrar, programada pra me fazer me interessar por ela, programada pra dizer tudo aquilo...
Às vezes, eu me perguntava se existia uma chance dela estar falando a verdade. Agora, encarando aquele rosto tão fresco e aqueles lábios tão vermelhos, eu me perguntava mais ainda se não existia um universo onde eu podia afastar os sofás e dançar uma música lenta no meio da sala do apartamento de Ally, ignorando o resto do mundo.
Antes, quando eu estava com Ally, eu sentia que éramos cores flamejantes; éramos fogo, eletricidade, sintonia. Hoje eu detestava cada segundo com ela. Ela era a vítima perfeita. Sempre com roupas, olhares e trejeitos de vítima. Eu era o vilão, sempre um rebelde sem causa. E eu detestava tudo aquilo.
Eu a detestava tanto que descobrira algo relendo o contrato e encarando sua assinatura.
Tínhamos apenas um ano juntos. Um contrato de um ano.
Em exatos 11 meses e 3 semanas eu seria o Jason livre de novo.
Em uma medida de tempo ínfima, nunca mais nos veríamos de novo - eu cuidaria pessoalmente disso.
Nem percebi quando a fachada do prédio do hospital irrompeu a luz solar, imponente. Eu já estivera tão acostumado à dirigir pra lá que sabia o caminho quase inconscientemente. Estacionei o carro na frente da portaria e esperei Ally se movimentar e sair do carro.
Mas ela cochilava tranquilamente, com o rosto apoiado nos próprios ombros. Quase podia ouví-la roncar.
Minhas mãos tremiam antes de encostar em seu braço.
-Ally. - murmurei, chacoalhando seus ombros delicadamente. - Já chegamos, pode sair.
Ally abriu seus intensos olhos cinzas, confusa. Ela encarou minhas mãos em seus ombros e braços e eu as retirei rapidamente. Ela me olhou, com dúvida.
-Onde estamos, Jason? - ela perguntou, com a voz rouca. A voz dela era tão sexy quando estava rouca. Eu quase podia sentir os pelos do meu braço se arrepiando.
-No hospital, ué. - respondi, com selvageria, tentando abrir a porta dela para que ela saísse.
Ally me olhou, surpresa. O que diabos ela estava fazendo? Eu estava cansado dos diversos joguinhos de provocação dela. Mas, dessa vez, parecia genuíno.
-Hospital? - ela perguntou, boquiaberta. - Por que viemos aqui?
-Garota? - gritei, erguendo os ombros - E eu vou saber? Você me pediu pra te deixar aqui e nem me disse o porquê. Eu não faço ideia, pode, por favor, sair do carro?
Ally ficou me olhando com seus imensos globos oculares cinzas e úmidos.
-Por que está me tratando assim? - ela perguntou.
Eu não estava mais entendendo nada. Bati com as duas mãos no volante e gritei, resmungando. Levantei-me e saí do carro, indo para o lado do passageiro abrir a porta para que ela saísse.
Ofereci minha mão para puxá-la para fora do carro. Ally aceitou e a puxei com força.
-Ai. - Ally murmurou, esfregando os ombros.
Fiquei encarando ela tão pequena e aparentemente indefesa. Isso devia ser parte do plano que ela fizera para me enlouquecer. A maior vontade que eu tinha era de abraçá-la. Mas, Ally era venenosa. E me provara isso diversas vezes ao longo dos últimos dias.
-Não vai entrar? - questionei, enquanto o vento bagunçava os cabelos dela. Ally encarou as portas do hospital e ficou olhando para mim, como se ainda esperasse que eu explicasse algo para ela. - Ally, é sério, não tô com seu tempo...
Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, um homem de aparentemente uns 30 anos e cabelos longos batendo nos ombros saiu do hospital e sorriu para Ally, vindo passar os braços por seus ombros. Ela o olhou, com um misto de confusão no rosto. Sem sequer perceber, avancei e empurrei-o.
-Com licença, cara? - gritei, jogando seus braços para longe de Ally. - Quem você tá pensando que é?
O homem se desequilibrou e quase caiu, recuperando-se no último minuto ao se agarrar no poste de luz. Ele deu uma risadinha e chacoalhou a cabeça, como se lembrasse de uma piada engraçada. Ele veio mais uma vez em nossa direção. Enfiei Ally atrás de mim, me interpondo entre ela e ele.
O homem ergueu as sobrancelhas para mim, com um sorriso divertido.
-Jason Smith, acredito. - ele disse, me estendendo a mão. - Já vi bastante sobre você na televisão.
Ignorei sua mão estendida, ainda segurando Ally pela cintura atrás do meu corpo. Seu calor perto do meu me causava choques de extâse. Eu queria levá-la embora e colocá-la em cima da minha cama, onde deitaríamos juntos e...Balancei a cabeça, afastando esses pensamentos. Senti minha mão cair na cintura de Ally.
Eu não podia protegê-la. Ela não era quem eu achava. Eu tinha que me lembrar disso - mas ficar pensando muito era como sentir uma navalha afiada no meu coração.
-Eu acredito que você está sequestrando minha paciente. - O homem disse, procurando com os olhos por trás do meu corpo. - Ally, que bom te ver.
Senti Ally se desvencilhar de trás de mim e olhar para o homem, com uma interrogação em cada centímetro do rosto. Sem pensar, puxei sua cintura para trás de mim mais uma vez.
-Ela nem te reconhece, cara. Caí fora. - gritei, sentindo minhas mãos tremerem.
Eu devia deixar que um desconhecido sequestrasse e levasse Ally embora, para me livrar do meu fardo. Mas eu não conseguia. Quanta raiva eu sentia. Quase pude bater os pés no chão de raiva.
O homem ergueu uma sobrancelha, surpreso.
-Ah, não? - ele disse, indo para trás do meu corpo procurar por Ally.
-Cara, eu não vou falar de novo e... - gritei, batendo em seu ombro para afastá-lo.
Foi quando Ally gritou.
-Dr. Garrett. - ela gritou, surpresa, coçando a própria cabeça. Ela olhou para meu rosto e ficou lívida, começando a respirar mais rápido. - Você mudou os cabelos? Eu nem te reconheci.
Dr. Garrett sorriu para Ally e estendeu os braços para ela mais uma vez.
-Claro, vamos. Estive ansioso esperando por você.
Olhei para Ally, sem entender absolutamente nada. Antes que ela saísse, segurei seu braço com força, fazendo-a virar-se para mim.
-Você tem certeza que conhece ele, não é? - perguntei, encarando os olhos de Dr. Garrett de uma forma que eu considerava intimidante. - Eu vou esperar aqui fora no carro até você acabar a consulta.
Dr. Garrett olhou surpreso para mim e para Ally. Vi ela enrusbecer.
-Não precisa, Jason. Vai demorar umas duas horas e...
-Ótimo. - resmunguei, tirando o celular do bolso - Eu baixei um ótimo jogo de palavras cruzadas. Vou estar aqui fora, no carro.
Ally Cannon POV's-Lapso de memória? - perguntei, mais uma vez, tendo certeza de que estava absorvendo todos os fatos. - Certo.Afundei mais ainda na minha cadeira, encarando meus próprios braços recebendo o líquido da Imunoterapia. Em questão de pouco tempo, eu estava perdendo, literalmente, partes de mim. Eu tinha alterações de personalidade, déficits de memória e toda a sorte de coisas ruins que o câncer instalado no meu cérebro estava me dando.-Mas, com o tratamento, podemos ter uma esperança, certo? - perguntei, sentindo a pena que o Dr. Garrett tinha em seu olhar me atingir até a alma. - Digo, logo eu devo estar pronta pra cirurgia, né?Dr. Garrett ergueu as sobrancelhas, com um sorriso.-Nós acabamos de começar, Ally. Seu tempo comigo ainda vai ser longo.Assenti, sentindo um sorrisinho despontar em m
Jason Smith POV'sEu não estava conseguindo engolir a ideia de Ally entrar sozinha em um hospital com um estranho que ela mal reconhecera por causa da mudança de um corte de cabelo. Se ela estava achando que eu tinha caído nessa, ela estava redondamente enganada.Ela estava agindo daquele jeito esquisito e eu não fazia ideia do porquê - mas eu ia descobrir.Eu tinha certeza que não era algo puramente pra me atingir - tinha algo a mais. Eu vira a confusão em seus olhos. Eu a vira olhar pra mim sem entender absolutamente nada. Ela podia enganar a mídia com seu péssimo jogo de atuação, mas ela não enganava à mim.Fiquei esperando no carro, tentando me distrair com um jogo de palavras cruzadas quando o estúpido médico saiu de lá de dentro e atravessou a rua em direção à uma padaria. Ele nem sequer olhou pra mim,
Ally Cannon POV’sQuando dei por mim, estava sonhando que estava nos braços de Jason.Era sempre Jason. Eu sonhava com ele e ansiava por ele. Podiam existir milhares de homens, mas era a eletricidade do seu corpo que eu gostaria de sentir. E, em meu sonho, eu sentira claramente o corpo dele colado no meu, causando choques elétricos.E aquilo era bom. No meu sonho, eu só sentia o toque macio de suas mãos em minha pele e o calor de suas carícias em mim. O sonho era bom. Pacífico. Mas a realidade não. A realidade era bem diferente e dolorida.Quando abri meus olhos dormentes, senti bastante dor na cabeça e uma ânsia de vômito forte demais. Parecia que meu estômago estava virado
Jason Smith POV’sAlly surtou. Digo, ela literalmente surtou e começou a me socar em cima do leito, sobre barulhos ainda mais altos das grades de sustentação.-Ally! - reclamei, agarrando seus pulsos no ar e impedindo que ela continuasse sua sessão ininterrupta de socos. - Estamos num hospital, pelo amor de Deus. Você vai fazer com que nos expulsem!Ally gritou, fazendo força para soltar seus pulsos de minhas mãos firmes. Suas pernas jogaram longe o meu casaco de couro e começaram a tentar me chutar, se remexendo por todos os lados da cama.Eu devia estar odiando tudo aquilo, mas não conseguia deixar de olhar suas lindas pernas nuas. Eram tão brancas e lisas quanto o mais polido m&aacu
Ally Cannon POV's-Você pode, por favor, parar de drama? - pedi para Jason, enquanto amarrava meus tênis apoiada na cadeira do pátio do hospital. - Eu não fazia ideia de que um leito era tão caro assim, vai.Jason parecia prestes a ter um ataque de raiva. Basicamente, depois de toda nossa aventura sexual, a sustentação do leito tinha cedido e Jason tivera que pagar vários e vários euros para o hospital, além da conta da minha cabeça.-Se eu soubesse, eu teria trazido carteira. - me defendi, encarando seus olhos verdes cada vez mais estressados, parecendo tremer nas órbitas.Jason virou-se para mim e abriu a boca, como se cogitasse responder. Depois de alguns segundos, entretanto, ele desistiu e continnuou andando em direção ao próprio carro. Não sem antes se virar mais uma vez e atirar a touca da Hello Kitty em mim.-Vê se
Jason Smith POV'sAssim que deixei Ally em casa, comecei a me sentir solitário dentro do meu próprio carro. Sua presença era como caos e destruição. Era como ver uma tempestade literalmente acontecendo do meu lado. Mas, no fim, era pacífica como um arco-iris. Era tudo, menos desinteressante. Em retrospectiva, me perguntava como já pensara isso dela.Ally nunca deixava de ser surpreendente.Bocejei, sentindo o sabor de batatinhas ainda em minha boca e esfreguei as mãos nos olhos em um ledo engano; o cheiro de melancia dos cabelos de Ally ainda estava impregnado ali, me acompanhando no vagoroso caminho cheio de trânsito até o estúdio.Quando cheguei, reconheci imediatamente o carro cor-de-cenoura de Leo e a Mercedes de Danny, os dois bem estacionados em frente ao estúdio.-Bom dia, flor do dia. - Leo disse, aparecendo na porta do estúdio com do
Ally Cannon POV'sCheguei para minha sessão de Imunoterapia ansiosa pelo bolinho e pela conversa do Dr. Garrett. Mas, assim que cheguei, o doutor não estava mais tão animado quanto eu.-Boa tarde, Celia. - falei, passando pela recepcionista e cumprimentando-a. Celia me olhou com os olhos pesarosos e somente assentiu. - Ok.Continuei andando em direção ao meu quarto, onde meu médico já devia estar me esperando, animado. Mas, encontrei Dr. Garret andando de um lado para o outro, ansioso e aparentemente estressado. Assim que me viu, ele parou abruptamente.-Ally! - ele dise, surpreso. - Muito bom...Ver você.-Olá! - acenei, timidamente. Tirei minha touca da sorte (que eu tinha decidido usar basicamente o tempo todo) e coloquei a bolsa em uma poltrona, me preparando para sentar em minha cadeira-leito.-Ally, espere. - o Dr. disse, erguendo as mãos e me olhando nos olhos. - Como
Ally Cannon POV'sAquela semana chegou ao fim tão rápida quanto veio. Era uma sexta-feira à noite e eu estava empenhada em fazer algo. Ir a alguma balada ou evento com Jason para que me fotografassem. Encarei minha figura no espelho, orgulhosa dos meus shorts jeans estarem caindo.Durante a semana eu tinha descoberto uma academia dentro do prédio. Eu ia lá 2x por dia, no mínimo, e estava comendo muito pouco. Eu estava satisfeita com a perda de peso rápida que meu corpo tivera - algo que eu devia agradecer ao meu metabolismo tão jovem e problemático. Bebi mais um gole do horrível chá que aprendera a fazer na internet para me liberar líquidos e me sentei no sofá, procurando algo interessante para fazer.Algo piscou em minhas redes sociais. Era um chat de uma tal de Anna...Precisei pensar por um segundo até dar um gritinho de empolgação. Era a