Ellie Foi Vivian quem me acordou naquela manhã, como normalmente acontece. Perguntei pela minha mamãe e ela esboçou um sorriso que não entendi. Quis perguntar o que estava acontecendo, mas achei melhor descobrir por mim mesmo. Soltei a mão dela, e sai correndo em direção ao quarto da mamãe. Ainda ouvi Vivian me chamando enquanto empurrava a porta pesada, mas parei no lugar, confuso. Quem estava na cama da minha mãe era a tia Madson. – Cadê a minha mamãe? Perguntei, olhando minha babá por cima do ombro. – Não está aqui? Ela perguntou quando me alcançou, mas não parecia estar falando comigo. Continuei caminhando pelo corredor, então lembrei do quarto de hóspedes, e me perguntei se ela estaria lá. Vivian continuava me chamando, mas não me importei pois, havia finalmente encontrado a porta do quarto de hóspedes. Puxei a maçaneta, precisando ficar na ponta dos pés para isso e então, vi mais uma coisa estranha. Era o meu papai, dormindo que nem uma pedra. Caminhei até lá, subi na cama
Christine (Algumas horas antes) – Então, sobre ontem… – Wolfgang começou a dizer, seu semblante um tanto desconcertado enquanto coçava a nuca, e seus olhos fugindo aos meus. – Você se lembra do que me disse? Questionei, cortando-o de leve. – De cada palavra! Ele respondeu, agora me encarando. – O que pretende fazer agora? – Preciso de um tempo para processar isso… – Eu disse, sendo sincera. Wolfgang ainda parecia inclinado a falar sobre o assunto, mas não o fez, por causa de uma ligação repentina que o obrigou a se afastar, pedindo licença para atendê-la, e depois de alguns minutos, franzindo as sobrancelhas enquanto falava com alguém na varanda, retornou com um semblante preocupado, dizendo que precisava voltar pois, algo havia acontecido na empresa. Despediu-se do filho, beijando seus cabelos igualmente loiros e antes de sair pela porta de entrada, ainda me lançou um olhar cheio de significado. O encarei indo embora, sentindo um gosto amargo na boca. Meu lado emocional gri
Atenção!! Os capítulos a seguir fazem mensão gráfica a violência, sequestro e desespero, prossiga com cuidado. Christine Meu desespero não podia ser colocado em palavras. Assim que a ligação foi encerrada, ainda fiquei alguns segundos em silêncio, estática, meu cerebro parecia ter parado, e como uma ferida profunda que demora alguns segundos para começar a sangrar, a ficha finalmente caiu e entrei em pânico. – O que aconteceu? Júlia questionou tentando me segurar. – Christine, me conta, o que está acontecendo? – Solta meu braço! Gritei de volta, a empurrando para longe. – Alguém levou o Ellie, oh meu Deus! Foi nesse momento que comecei a chorar copiosamente, estava em desespero, a dor em meu peito era tão forte que parecia ter recebido uma facada, era real e agonizante. Chorei tanto que duvido que Wolfgang tenha entendido o que eu estava falando quando liguei para ele. – Você disse que o buscaria… – Murmurei aos fungando. – Eles o levaram, Wolfgang! A essa altura, minhas pernas
Wolfgang Ouvi o grito de Christine e meu sangue gelou. Eu já estava dentro do carro, então, sem avisar, dirigi rapidamente em direção a L&W Corporation. Entrei no escritório de Axel num tranco, arrastando os dois seguranças que tentavam me parar, mas quando cheguei em frente à porta, encarei cada um deles, deixando bem claro que, se não me soltasse, alguém sairia com dentes a menos, foi quando enfim, consegui seguir em frente. Irrompi pelas portas de vidro, e encontrei Axel flertando com sua secretária, senti meu rosto se contorcendo numa careta de nojo, pois, ele nem sequer se importou com a minha presença, sem contar que ainda mantinha o mau-hábito de ser infiel. Foi quando a minha paciência foi para o inferno e simplesmente chutei uma cadeira ao lado, causando um estrondo. Ao ver isso, a mulher saiu da sala toda desconfiada e tentando arrumar suas roupas amassadas. – Onde está a porr* daquele seu filho doente? Questionei entre dentes, tendo que me segurar muito para não agarrá-l
Atenção!! O capítulo a seguir pauta situações traumáticas que podem causar gatilhos como: cárcere, violência e morte, prossiga com cautela. Christine Acariciei os cabelos loirinhos de Ellie e tentei o acalmar, contendo seu corpinho trêmulo em meus braços, mesmo que instintivamente, sentisse que corríamos um grande perigo. Fui tirada dos meus devaneios quando ouvi a porta se abrindo, e um feixe de luz entrou no cômodo, causando um ardor em meus olhos. Quando enfim, me acostumei com a claridade, consegui identificar o que estava ao nosso redor, percebendo a silhueta de Joshua parado há alguns metros de nós. Depois de um tempo em silêncio, ele caminhou despreocupadamente em nossa direção, agachou-se à minha frente e segurou meu rosto com uma das mãos, me obrigando a olhar diretamente em seus olhos. – Olha só o ódio nesses olhos… – Disse casualmente, mas logo, abriu um sorriso, como se estivesse se divertindo. – Seja boazinha e siga o roteiro, sim? Eu teria cuspido em seu rosto se não
ATENÇÃO!! Este capítulo faz referência ao transtorno de estresse pós-traumático, por favor, se isto lhe engatilha algo ruim, prossiga com cuidado. Observei as ataduras que cobriam meus braços e soltei um suspiro enquanto vestia uma blusa de manga comprida, escondendo-os. As marcas e cicatrizes deixadas pelas queimaduras ainda me incomodavam muito, mas aos poucos estava tentando me acostumar, e acabava cobrindo-as para não engatilhar os traumas que Ellie ainda estava lidando. Desci a escadaria, ainda meio perdida em pensamentos, porém, fui tiradas dos meus devaneios quando notei Vivian saindo com Ellie, provavelmente se preparando para ir à escola. Meu peito se apertou e fiquei ansiosa, meus joelhos chegaram a perder as forças, ao ponto de precisar me segurar no corrimão para não cair. A verdade era que eu havia sido diagnosticada com transtorno de estresse pós-traumático, e estava me tratando com ajuda psicológica, juntamente a Ellie e Vivian. – Bom dia! Cumprimentei com um sorriso
– Gisela passou por cirurgia também, e está bem, só que foi presa… – Expliquei, procurando as palavras corretas pois, não tinha certeza do quanto o relacionamento deles havia amadurecido naquele meio tempo. – Joshua não foi encontrado, mas acredito que esteja vivo. – E Emil, está com os pais dela? Wolfgang, que até então apenas balançava a cabeça concordando, perguntou com um semblante preocupado. – Como ele está? – Não sei ao certo porque, mas ele está sob os cuidados de seus pais… – Respondi, um tanto sem graça pela falta de informações. – Tenho o visitado às vezes, ele parece estar se acostumando. Os olhos de Wolfgang dobraram de tamanho ao ouvir minhas palavras, e antes que eu pudesse impedir, ele já estava arrancando os acessos e levantando da cama, causando uma loucura de ‘bips’ nos equipamentos eletrônicos de monitoramento. O encarei confusa enquanto o via se vestir rapidamente, e quando percebi que ele realmente deixaria o quarto, me apressei para acompanhá-lo. Na recepção,
Dirigi por longos minutos, ainda incomodada com as palavras de Wolfgang, às vezes, o observava pelo canto do olho, imaginando que tipo de relação distorcida ele havia tido com o pai para estar tão desesperado, mas não tive coragem de enchê-lo de mais perguntas. Chegamos à mansão dos Ludwin com o tempo fechando, sinal de que uma forte chuva se aproximava. Wolfgang adentrou o local como um furacão, não houve cumprimentos ou mesmo uma mínima menção de respeito, ou explicação sobre o fim de seu coma, ele apenas olhou ao redor, procurando pelo filho. – Onde o meu filho está? Questionou assim que se deparou com a madrasta. – Wolfgang, por favor, se acalme… – Monik murmurou com um semblante preocupado, e ergueu as mãos, tentando acalmar o enteado. – Ele tem estado conosco, estamos cuidando bem dele… Wolfgang fez uma expressão de desagrado ao ouvir aquelas palavras, mas não respondeu, e ao invés disso, seus olhos recaíram sobre o primeiro andar onde o choro de uma criança podia ser ouvid