Este é o final feliz?
– Gisela passou por cirurgia também, e está bem, só que foi presa… – Expliquei, procurando as palavras corretas pois, não tinha certeza do quanto o relacionamento deles havia amadurecido naquele meio tempo. – Joshua não foi encontrado, mas acredito que esteja vivo. – E Emil, está com os pais dela? Wolfgang, que até então apenas balançava a cabeça concordando, perguntou com um semblante preocupado. – Como ele está? – Não sei ao certo porque, mas ele está sob os cuidados de seus pais… – Respondi, um tanto sem graça pela falta de informações. – Tenho o visitado às vezes, ele parece estar se acostumando. Os olhos de Wolfgang dobraram de tamanho ao ouvir minhas palavras, e antes que eu pudesse impedir, ele já estava arrancando os acessos e levantando da cama, causando uma loucura de ‘bips’ nos equipamentos eletrônicos de monitoramento. O encarei confusa enquanto o via se vestir rapidamente, e quando percebi que ele realmente deixaria o quarto, me apressei para acompanhá-lo. Na recepção,
Dirigi por longos minutos, ainda incomodada com as palavras de Wolfgang, às vezes, o observava pelo canto do olho, imaginando que tipo de relação distorcida ele havia tido com o pai para estar tão desesperado, mas não tive coragem de enchê-lo de mais perguntas. Chegamos à mansão dos Ludwin com o tempo fechando, sinal de que uma forte chuva se aproximava. Wolfgang adentrou o local como um furacão, não houve cumprimentos ou mesmo uma mínima menção de respeito, ou explicação sobre o fim de seu coma, ele apenas olhou ao redor, procurando pelo filho. – Onde o meu filho está? Questionou assim que se deparou com a madrasta. – Wolfgang, por favor, se acalme… – Monik murmurou com um semblante preocupado, e ergueu as mãos, tentando acalmar o enteado. – Ele tem estado conosco, estamos cuidando bem dele… Wolfgang fez uma expressão de desagrado ao ouvir aquelas palavras, mas não respondeu, e ao invés disso, seus olhos recaíram sobre o primeiro andar onde o choro de uma criança podia ser ouvid
Decidi não contar a Wolfgang o que estava acontecendo, ele já tinha problemas demais para resolver, e de certo modo, eu já estava acostumada a lidar com situações como aquela sozinha. Já no hospital, descobri que Ellie havia sido levado pela professora porque estava ardendo em febre. Conversamos brevemente, e descobri que ele estava sendo atendido na emergência, mas infelizmente nenhum de nós poderia entrar no meio do procedimento. Esperei por longos minutos que pareceram uma eternidade, sendo atormentada por uma infinidade de pensamentos ruins que passavam pela minha cabeça, mas que foram interrompidos quando as portas da emergência se abriram e uma enfermeira irrompeu por elas, chamando por mim. Corri em sua direção e o encarei esperançosa. – Como ele está? Perguntei preocupada, apertando as mãos em sinal de oração, mesmo que fosse um movimento involuntário. – A febre foi estabilizada, mas precisará ficar em observação por causa da infecção alimentar… – Ela explicou sem muitos
Não soube o que dizer a ela, as palavras haviam desaparecido. E depois de um tempo, já dirigindo em direção ao apartamento de Wolfgang, pensei comigo mesma que era o melhor que eu poderia ter feito no momento, afinal, uma decisão com a cabeça tão quente – como estava –, tinha chances bem altas de se transformar num novo problema. Wolfgang não conseguiu esconder sua surpresa ao vir atender a campainha e se deparar comigo, piscou algumas vezes, como se não acreditasse no que via, porém, depois de algum tempo, sorriu amarelo e abriu a porta, dando espaço para que eu entrasse. O observei de onde estava e pensei comigo mesma que a paternidade lhe caia bem, na verdade, aos meus olhos, ele ficava ainda mais atraente com os cabelos despenteados, e as mangas da camisa amassada enquanto segurava uma criança semi-adormecida. – Sinta-se à vontade… – Ele disse, quase num sussurro para não acordar o bebê, sorriu de canto e começou a andar em direção ao que imaginei ser o quarto. – Irei colocá-
Wolfgang Sim, eu sabia quem era Ilana, seu rosto sorridente havia ficado impregnado em minhas retinas, não porque era excepcionalmente bonito, pelo contrário, tinha uma aparência comum, e nem chegamos a conversar, o verdadeiro motivo, na verdade, era porque ele constantemente me lembrava a culpa que eu sentia pelo que aconteceu. Ela era umas das muitas namoradas que Joshua havia levado à mansão, iludida, achando que iriam se casar e viver felizes para sempre, como num conto de fadas utópico, mas não foi isso que aconteceu. A essa altura, já não nos falávamos, eu praticamente nem ficava em casa, então, não dei muita atenção ao novo e, ao meu ver, passageiro, relacionamento deles. Infelizmente, eu estava certo. Duas ou três semanas depois, Joshua já estava com outra garota, mas de novo não me importei, afinal, já estava acostumado aos seus relacionamentos fúteis, e teria continuado assim, vivendo minha vida sem me intrometer na dele, se num dia, por acaso, não tivesse descoberto
Christine Nada mais foi dito depois daquela conversa estranha, apesar de que, eu sentia que ele queria me dizer algo, mas estava se refreando. E quando acordei na manhã seguinte, estava sozinha na cama. Olhei ao redor e notei que, assim como havia pensado na primeira vez em que estive naquela casa, eles dormiam em quartos separados, e aquele era o de Wolfgang. Tomei um banho em sua suíte, sentindo o cheiro de seu champoo costumeiro, terminei minha higiene matinal e então, saí do quarto, procurando pelos outros. E logo, os encontrei na cozinha, Ellie e Emil comendo uvas entre risos enquanto observavam o pai fazendo o café da manhã. – Bom dia! Cumprimentei caminhando na direção deles. Passei pelos meninos, beijando seus rostinhos quase idênticos e então, parei ao lado de Wolfgang, ficando na ponta dos pés para beijar sua bochecha, em seguida, apoiei as mãos na cintura enquanto procurava por algo em que pudesse ajudar. Tomamos nosso desjejum ainda no balcão da cozinha, e tive um
Massageei meu pescoço, sentindo a musculatura dolorida e suspirei enquanto destrancava a porta de casa, enquanto despia o casaco pesado, pensei sobre como havia sido burra em acreditar tão cegamente em Madson, porém, fui tirada dos meus devaneios quando me deparei, para a minha surpresa, com Júlia e Carlota me esperando sentadas no sofá da sala de estar. – Então… – Murmurei não conseguindo esconder minha confusão inicial. – Fico feliz em vê-las por aqui, mas, o que está acontecendo? – O que vai acontecer na verdade… – Júlia comentou se aproximando, abriu um sorriso travesso e apontou duas malas próximas ao sofá. – É que você vai tirar férias, e não, você não tem escolha, já até fizemos suas malas. – Exatamente! Carlota concordou, se aproximando também. – Júlia e Vivian ficarão encarregadas de Ellie, e eu cuidarei da empresa enquanto vocês estiverem tomando água de coco numa bela praia. – Vocês? Repeti em tom de questionamento, e nem me dei ao trabalho de tentar entender aquele pl
– Posse me acostumar com essa tranquilidade… – Suspirei enquanto rolava na cama, puxei o lençol, cobrindo minha nudez e abracei suas costas musculosas. – Voltou a dormir? – Não, ‘tô’ acordado… – Ele respondeu meio perdido em pensamentos. Estávamos na ilha, tirando o que mais parecia uma lua de mel improvisada, há três dias. Mas, apesar dos momentos que passamos juntos naquele pequeno pedaço do paraíso terem sido extremamente agradáveis, uma estranha tensão podia ser sentida no ar. O que ficou ainda mais palpável quando percebi que constantemente meu celular desaparecia, e eu sabia que era coisa dele, pois, toda vez que o aparelho estava em minhas mãos, era distraída. No fim, tirando as poucas ligações com Ellie ou minhas amigas, eu não tinha mais nenhum contato com o resto da humanidade, e isso já estava me enlouquecendo. Beijei seu pescoço gentilmente e me levantei, caminhando em direção à suíte que ficava no cômodo adjunto. Tomei um banho morno, escovei os dentes e quando reto