Capítulo 78
Quando George voltou da varanda, me encontrou dormindo na frente do computador. A luz suave da luminária iluminava meu rosto, e ele ficou parado, me observando.

Eu podia sentir o olhar dele sobre mim, mas não conseguia acordar.

Depois de um tempo, ouvi sua voz, suave e baixa:

— Carina...

Carina? Ele estava falando comigo?

Sim, ele estava.

Antes de entrar para a família Martins, esse era meu nome. Fazia tanto tempo que ninguém me chamava assim...

De repente, uma imagem de infância surgiu na minha mente: uma menina pequena, com dois coques no cabelo e uma carinha de boneca, chamando por um menino.

— Irmão... Meu nome é Carina...

O menino era sério e falava pouco, mas a menina não se importava. Ela o seguia para todos os lados.

Então, na minha mente, eu me tornei aquela menina, e George era o menino. Eu estava nas costas dele, rindo.

— Irmão, você tem um cheirinho bom...

— Irmão, tem uma pinta preta no seu pescoço. Deixa que eu tiro.

— Carina, não belisca! Isso dói.

— Carina, tô cansado.
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