Meu coração deu um salto e, involuntariamente, eu perguntei: — Alguém morreu?— Não... Todos as luzes não estão mais acesas. — As palavras de Miguel me fizeram suspirar aliviada.Desde que não houve mortes, não é um problema grave.Eu olhei para as luzes de milhares de casas fora da janela: — Todas as luzes apagaram repentinamente?— Sim, de repente, todas as luzes sumiram. Os técnicos e os funcionários de manutenção já verificaram. Não há interrupção de energia, não há problema com o sistema elétrico e as funções do equipamento também estão normais. É apenas que os efeitos de luz desapareceram. — A explicação de Miguel me deixou um pouco desamparada.Eu não entendo muito sobre iluminação, e o designer original e a produção posterior foram todos feitos por George.Se ele estivesse aqui, tudo estaria bem.Mas não há "se".— Todas as luzes estão completamente apagadas? — Eu estava me virando para calçar meus sapatos enquanto falava.— Não, são brancas. — As palavras de Miguel me fizeram
Eu levantei novamente os olhos para a janela. O parque de diversões, que antes parecia uma lagoa morta, estava novamente cercado por luzes brilhantes e coloridas. E eu ainda ouvi os gritos de alegria lá fora.— Está resolvido. — Miguel também olhou para a janela e murmurou.— Presidente Carolina, Sr. Miguel, olhem... — De repente, o técnico me chamou novamente.Eu segui para onde ele estava apontando e vi que as luzes na tela do computador se transformaram em faixas e eram irregulares...— Ainda há problemas. — Miguel franzindo as sobrancelhas disse.Eu olhei fixamente para a tela por alguns segundos e depois comecei a correr para fora, corri até a área externa. Nesse momento, ouvi os turistas gritando e muitas pessoas apontando para as luzes que estavam mudando, gritando: — Há letras em cima...Eu levantei a cabeça e olhei para as luzes que estavam mudando. Uma cena passou rapidamente pela minha mente: George me pedindo em casamento. Eu estava no meio, e inúmeras fitas coloridas tinha
Corri até a "Olho da Cidade A", a roda-gigante do parque de diversões.Depois que o parque de diversões abriu ao público, essa roda-gigante foi adorada pelo público e recebeu um apelido.— Me leve para cima!Minha posição era suficiente para fazer a roda - gigante parar, girar e subir em meu favor.A roda - gigante subia lentamente. Miguel, que estava correndo atrás, ficou parado embaixo, olhando para mim com a cabeça erguida.À medida que eu subia cada vez mais, todo o parque de diversões ficou à minha vista panorâmica. A última vez que eu vi todo o parque de diversões assim foi quando George terminou de ajustar as luzes. Naquele momento, eu estava com ele.Naquela ocasião, além de admirarmos as luzes deslumbrantes, também sentíamos a doçura do nosso amor.Agora as luzes são as mesmas, mas ele não está mais aqui.Não!Ele está!As luzes recentes estavam me dizendo que ele ainda estava.Quando a roda-gigante alcançou o seu ponto mais elevado, o que eu vi não era apenas o parque de dive
— Você viu com seus próprios olhos ele ser cremado, não é? Talvez seja só uma coincidência. — Miguel encerrou a chamada e continuou olhando para a garota na roda - gigante.Fiquei lá em cima até que os turistas que vinham para se registrar e para admirar a vista começassem a se retirar um por um, e até que as luzes voltassem ao modo de sono, assim como a noite. Depois disso, desci da roda - gigante.Miguel ainda estava esperando por mim e veio me ajudar a descer.Seus olhos estavam fixos em meu rosto, como se ele quisesse perceber meu estado emocional.Mas eu já havia libertado todas minhas emoções lá em cima. Agora eu estava de volta ao normal.— Hora já está tarde. Vamos embora. — Ele falou para mim.Eu o segui para fora do parque de diversões e perguntei: — Irmão, me conte as informações sobre Ana.— Ela está na Cidade F. Sobre as outras informações, você pode contactá-la diretamente. — Miguel era muito cauteloso.Ele falou e pegou seu celular, mandando-me uma mensagem: — O seu novo
Os pais de Fernando ficaram perplexos com minha pergunta e depois me olharam com ansiedade: — Quem você é?Aparentemente, eles não me reconheceram, embora tenhamos nos visto antes.Talvez seja porque, por causa da sua idade, eles não se lembram.— Eu sou... um amigo de Fernando. Ouvi dizer que ele tinha um filho e vim para vê-lo. Eu menti, porque tinha medo de que, se dissesse minha verdadeira identidade, não conseguiria ver a criança.O casal idoso se olharam, parecendo muito suspeitos de mim, essa pessoa que apareceu repentinamente. Depois, voltaram os olhos para mim: — Nunca te vimos e nunca ouvimos Fernando falar sobre um amigo como você.Eles eram muito cautelosos, o que era bom. Afinal, há muitos esquemas e impostores na sociedade atual.Eu sorri levemente e dei o presente que tinha comprado para eles: — Não importa, senhor, senhora. Eu apenas vim para ver vocês, não tenho nenhum outro motivo.Eles não aceitaram o presente: — Não nos conhecemos e não te conhecemos.Depois disso,
— Seja honesto, você já fez amor com Carolina?A voz rouca do homem se espalhou pelo vão da porta, fazendo com que eu, prestes a entrar, parasse meus passos. Através do vão, observei os lábios finos de Sebastião pressionados de leve.— Ela tentou, mas eu não estava interessado.— Sebastião, não humilhe a Carolina dessa maneira. Ela é uma das mais belas do nosso círculo social; muitos caras estão interessados nela.Quem falou isso foi Pedro Santos, amigo íntimo de Sebastião e testemunha dos nossos dez anos de relacionamento.— Estamos muito familiarizados, você entende? — Sebastião franziu as sobrancelhas.Quando eu tinha quatorze anos, fui enviada para a casa dos Martins, onde conheci Sebastião pela primeira vez. Desde então, todos me disseram que ele seria meu futuro marido. E assim vivemos juntos por dez anos.— Isso mesmo, vocês trabalham na mesma empresa durante o dia, veem um ao outro o tempo todo, e à noite vocês comem na mesma mesa. Devem se conhecer tão bem que até sabem quanta
Sebastião levantou a cabeça ao ouvir o som da porta, e seu olhar parou no meu rosto. Ele deve ter notado minha expressão.— Está se sentindo mal? — Ele franziu ligeiramente a testa.Caminhei silenciosamente até sua mesa, engolindo o amargor que subia em minha garganta, e falei: — Se você não quer casar comigo, posso falar com sua mãe.As rugas entre as sobrancelhas de Sebastião aprofundaram; ele percebeu que eu tinha ouvido sua conversa com Pedro.A amargura voltou à minha garganta, e eu continuei: — Nunca pensei que me tornaria uma pessoa com quem você se sente desconfortável em estar, Sebastião...— Para todos, já somos marido e mulher. — Sebastião me interrompeu.E daí? Ele quer casar comigo por causa dos outros? Eu queria que ele case comigo por me amar, por querer passar o resto da sua vida comigo.Com um clique suave, Sebastião fechou a caneta que segurava, seu olhar caiu sobre o documento em minhas mãos, e disse: — Vamos pegar a certidão de casamento na próxima quarta-feira.
O dia todo, fiquei pensando sobre essa questão. Até à tarde, quando ele veio me chamar, eu ainda não tinha a resposta, mas o segui mesmo assim.O hábito era algo terrível. Em dez anos, me acostumei com ele e também a voltar para a casa dos Martins depois do trabalho.— Por que você não está falando? — No caminho de volta, Sebastião provavelmente percebeu que eu estava de mau humor e perguntou.Fiquei em silêncio por alguns segundos e, finalmente, comecei a falar: — Sebastião, e se nós...Antes que eu pudesse terminar a frase, o celular dele tocou. O viva-voz mostrou um número não identificado, mas eu vi claramente que Sebastião apertou o volante com força. Ele estava nervoso, algo raro.Instintivamente, olhei para o rosto dele, mas ele já tinha desligado o viva-voz e atendido com o Bluetooth: — Alô... Ok, estou indo agora.A ligação foi curta. Ele desligou o telefone e olhou para mim. — Lina, tenho uma urgência para resolver e não vou poder se levar para casa.Na verdade, antes mesm