Capítulo 461
Com um estrondo ensurdecedor, o veículo parou de capotar. De repente, o mundo ficou em silêncio. Um silêncio tão intenso que parecia que a própria vida havia cessado.

Demorei um tempo para recobrar os sentidos e perceber que ainda estava viva. Tentei mexer meu corpo, mas não conseguia. Fiz mais força e, então, ouvi um gemido abafado.

— Não... Se mexa...

Meu mundo continuava imerso na escuridão. Sabia que essa escuridão não era da noite, mas porque meus olhos ainda estavam cobertos.

— Sebastião. — Chamei, com a voz trêmula.

— Estou aqui. — Respondeu ele, bem próximo, mas com um tom fraco.

— Sai de cima de mim. Não consigo me mexer. — Insisti, ainda sem perceber que ele estava ferido. Só queria me livrar daquele peso.

Sebastião se moveu um pouco, e aproveitei para tirar o rosto que estava pressionado contra o peito dele. Foi então que vi tudo ao meu redor: o carro destruído, o motorista imóvel e ensanguentado.

Um calafrio percorreu meu corpo, e gritei, desesperada:

— Se
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