Anthony querendo me provocar, eu podia ignorar. Mas o convite pra ver Felipe era algo que eu não podia simplesmente deixar de lado.Ainda assim, a hora da mensagem me incomodava. Era tarde demais para ser algo casual.Se eu respondesse agora, ele podia aproveitar a oportunidade pra sugerir algo a mais. Se eu recusasse, ele provavelmente usaria isso contra mim na conversa com o pai. A melhor estratégia seria tratá-lo como fiz ontem: ignorá-lo.Respirei fundo e voltei minha atenção para Luana, que ainda falava algo que eu não tinha escutado direito.— Então, vocês oficializaram o namoro e agora acabou? Não vão dar o próximo passo?— Que próximo passo? — Perguntei, distraída pela mensagem de Anthony.— O próximo passo óbvio de um casal: dormir juntos. — Respondeu ela, com um tom malicioso.— George é um homem respeitável, sabia?— Respeitável? Desde quando isso exclui os instintos humanos? Ele não tem desejos? Não quer reproduzir a espécie? — Retrucou ela, revirando os olhos do outro lado
O celular vibrou duas vezes na minha mão. Era uma mensagem da Luana, acompanhada de um GIF animado: uma mulher recém-saída do banho, vestindo uma camisola sexy, cheia de poses provocantes. E, claro, a boa e velha "sabedoria" dela vinha logo abaixo: [Você deveria tentar algo assim.]Revirei os olhos e respondi com um emoji de cabeça explodindo. Por mais que eu achasse a Luana completamente sem noção, a ideia ficou martelando na minha cabeça. Talvez, só talvez, valesse a pena tentar. Mas eu precisava de um motivo convincente para colocar isso em prática, algo que não fosse tão... Óbvio. Fui para o banho, deixando a água quente me ajudar a pensar em um plano. Usar a história das mensagens do Anthony? Não. Se eu mencionasse isso, George certamente tentaria me impedir. Não era uma boa ideia. Inventar que o encanamento estava com problema e pedir ajuda? Também não. Os canos estavam em perfeito estado, e eu não tinha coragem de estragar algo de propósito só para isso. Talvez dize
Meu coração disparou, pulsando tão forte que parecia ecoar nos meus ouvidos. Eu tinha decidido provocá-lo, testar seus limites. Mas agora que George realmente havia respondido, fui eu quem recuou, tomada por uma onda de nervosismo. Minha respiração estava ofegante. — George, você... Ele deu um passo à frente, cortando minhas palavras e me forçando a recuar instintivamente. Nesse jogo de avanço e recuo, ele conseguiu sair do batente da porta e entrar no apartamento. Acabei encurralada contra o armário de sapatos, com ele bem próximo. A tigela de mingau de abóbora ainda estava entre nós dois, como uma ponte frágil. Apesar da proximidade e do movimento, nenhuma gota tinha sido derramada. Meu coração batia tão rápido que parecia prestes a explodir. George não disse nada. Apenas me encarava, mantendo-se a poucos centímetros de distância. Sua presença era tão intensa que me faltava coragem para sustentar o olhar. Por dentro, me amaldiçoava por ter começado tudo isso. Por que
O fracasso com Sebastião tinha me deixado sensível, até mesmo provocada. Eu queria saber se era realmente tão desprovida de apelo, se um homem poderia me segurar assim nos braços e ainda assim resistir a mim.— George... — Chamei baixinho, enquanto minhas mãos deslizavam para suas costas, apertando-o por cima da camisa, minhas unhas cravando levemente em sua pele.Senti o corpo dele enrijecer instantaneamente. Ele até suspirou fundo, quase como um reflexo.— Carina...Me aproximei ainda mais. Vestindo apenas um pijama leve após o banho, sabia exatamente o quão macio e flexível meu corpo estava.Se ele resistir a isso, só posso concluir que fracassei completamente.— Carina... — George me chamou com a voz rouca, quase urgente. Então, ele me soltou, segurando meus ombros com firmeza. Sua cabeça estava baixa, e ele respirava ofegante.Seu pomo de Adão subia e descia, e seu corpo inteiro parecia à beira de um colapso, como se ele tivesse acabado de correr uma maratona.Eu não estava muito
[Boa noite, namorada!]Recebi a mensagem de George meia hora depois.Não fazia ideia do que ele tinha feito nesse meio-tempo. Será que ele tinha tomado um banho frio, como nos clichês dos romances?Só de lembrar da cena quente de antes, meu rosto já queimava. Não tive coragem de responder.Aquela noite foi difícil. Não consegui dormir direito. Talvez fosse porque eu mesma deveria ter tomado um banho frio. Havia algo dentro de mim, inquieto, como se algo rastejasse sob a pele. Sempre ouvi dizer que o desejo, uma vez desperto, era difícil de controlar. Agora, entendia isso por experiência própria.Sem descanso, acordei cedo. Mas, como sempre, George já estava um passo à frente. Ele havia saído para correr.A energia e resistência daquele homem eram impressionantes. Não consegui evitar o pensamento: Se ele era assim, será que no sexo também...Sacudi a cabeça, tentando afastar as ideias. Mas parecia que estava enfeitiçada. Tudo aquilo era culpa de Luana e de seus conselhos absurdos.Pegue
O rosto dele se iluminou com um sorriso ao mesmo tempo divertido e cheio de ternura.— Você já fez isso antes, lembra? Tem precedentes.Minhas bochechas esquentaram imediatamente, e junto com a vergonha veio um leve incômodo. Esse George… Saber ele até pode, mas precisava jogar isso na minha cara? Que falta de noção!— Carina. — Ele me chamou com a voz suave, quase carinhosa. — Você tem coragem para fazer travessuras, mas depois vira uma covarde. Não mudou nada desde pequena.Eu estava prestes a rebater, mas, de repente, algo me deixou alerta.Travessuras? Ele não achou que abrir a porta de pijama tivesse sido um acidente? Ele percebeu que foi de propósito? Ele sabia que eu tinha planejado aquilo?Meu Deus, que vergonha!A chave do carro girava nervosamente entre meus dedos. Eu já estava quase cavando um buraco para me esconder de tanta humilhação. E, com isso, fiquei irritada, levantando o queixo para me defender:— Quem você está chamando de travessa, hein? Você é que... Você que...!
— O que foi?— George!Falámos ao mesmo tempo.— Você disse que ia embora hoje. Pra onde você vai? — Perguntei, ofegante, enquanto corria de volta até ele.A preocupação em meu rosto fez com que a expressão séria dele se suavizasse. Ele sorriu levemente.— Está com medo de eu fugir?Seu tom brincalhão fez minhas bochechas corarem. Cruzei os braços, fingindo irritação.— George, fala sério. Pra onde você vai?— Não vou mais.— Como assim? — Perguntei, confusa.— Eu ia embora, porque o trabalho aqui já terminou e não tinha nada que me prendesse. Mas agora é diferente.Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. Então, inclinou-se ligeiramente, os olhos fixos no meu.— Agora tenho uma namorada.Uma onda de calor percorreu meu corpo, como se cada célula estivesse sendo eletrificada. Dei um passo para trás, incapaz de lidar com o peso daquela declaração.Mas, antes que pudesse me afastar mais, senti sua mão envolver meu pulso. Num movimento firme, ele me puxou contra seu co
Ao lembrar de como ele já tinha me acusado injustamente antes, aproveitei a oportunidade para me vingar:— Augusto, solta minha mão. Ou vou te acusar de assédio.Ele riu, sem o menor sinal de preocupação:— Pode acusar. Quero ver você ter coragem.Ele não tinha medo mesmo.Sem paciência para lidar com alguém tão descarado, tentei puxar minha mão de volta, mas ele continuou segurando. Com um sorriso cínico, ainda provocou:— Mana, faz tempo que não nos vemos. Você está cada vez mais... Linda.— Vai pro inferno! — Retruquei, puxando minha mão novamente.Mas ele não só não soltou, como ainda se aproximou mais, apertando minha mão com mais força.— E seu temperamento também está cada vez pior.A expressão “cara de pau” parecia ter sido inventada especialmente para ele.De repente, alguém o chamou do outro lado do corredor:— Augusto! Deixa de enrolação e vem logo.Pelo jeito, ele realmente tinha algo urgente para fazer, afinal, ele havia entrado correndo no hospital. Mas, ao que parecia,