Larissa primeiro olhou para os ferimentos no abdômen de Walter.Mas não conseguia ver claramente, estava tudo embaçado de sangue.Sua palidez era evidente devido à perda de sangue, destacando ainda mais seus olhos escuros e sobrancelhas negras.- Não é de se surpreender que o Professor Enrico tenha ido cuidar da Srta. Diana, já que ela está tão gravemente ferida. – Comentou Larissa.Walter observava ela com um olhar frio.- Você parece estar defendendo muito bem ele. – Disse Walter.Os médicos estavam prontos, segurando uma seringa de anestesia, se aproximaram da cama de Larissa.- A paciente, por favor, evite falar. Vamos começar a sutura. – Disse o médico.Larissa concordou com a cabeça e prendeu a respiração.- Não podemos esperar. Você ainda está sangrando e não sabemos se atingiu algum órgão interno. Avise a sala de cirurgia para se preparar. – Falou o médico ao lado de Walter.De acordo com a identidade de Walter, com certeza já havia sido comunicada o hospital com antecedência.
- Você me salvou por causa disso? – Perguntou Walter, imperturbável.- Sr. Walter, você não vai ser ingrato, né? – Retrucou Larissa, tinha medo de que ele tentasse negar.Walter soltou um riso seco, sua expressão era fria e distante. Ele não queria mais olhar para ela e se virou, segurando a ferida em seu abdômen.- Fique quietinha. Quando receber alta, eu a pagarei. – Disse Walter. Mesmo sendo apenas dois dias de internação, a ideia de dividir o quarto com ele por 48 horas era desconfortável para Larissa. Ela considerou pedir à enfermeira para trocar de quarto, mas Walter, percebendo o que ela estava pensando, acrescentando com frieza. – Oitenta por cento das pessoas na equipe estão hospitalizadas com ferimentos. Se você sair por aí sozinha, está querendo ser alvo para o Zaca? Larissa teve que desistir da ideia, se sentindo irritada.Entretanto, ao mencionar Zaca, a preocupação de Larissa se intensificou.- A mão... Aquela que estávamos procurando, mas nunca encontramos o corpo, né?
A expressão de Walter estava longe de ser agradável. Larissa, percebendo que não havia mais o que discutir, sentiu uma dor intensa no braço e apertou o botão para chamar a enfermeira.Ao chegar, a enfermeira examinou a ferida de Larissa.- A sutura certamente causará dor. Se não conseguir suportar, posso trazer um analgésico para você. – Disse a enfermeira.- Por favor. – Concordou Larissa.A dor física, ao contrário da dor psicológica, podia ser aliviada com medicamentos. Larissa preferia não suportar a dor física quando havia uma opção.Depois de receber o analgésico, Larissa se sentiu sonolenta e decidiu descansar um pouco. - Sua ferida também está doendo? Gostaria de um analgésico? – Perguntou a enfermeira, quando percebeu Walter na cama ao lado.- Não é necessário. – Respondeu Walter, com frieza.A enfermeira, com medo de sua aura intimidadora, não ousou falar mais e saiu do quarto.Walter, com uma expressão sombria, se sentou sozinho por um tempo antes de se virar para olhar Lar
Walter não atendeu, desligou a chamada e digitou na tela do celular. “O que foi?” Danilo, ileso, estava lidando com a situação, acabava de sair da delegacia.“Zaca disse que é apenas amigo comum daqueles caras baixo e alto, não tem contato há muito tempo e não sabe por que fariam uma coisa dessas.”Walter soltou um sorriso irônico.“Conversa fiada.”“Todo mundo sabe que ele está falando besteira. O problema é que não há evidências diretas provando que Zac instruiu eles, então a polícia precisa soltar ele por enquanto. Walter, eu acho que esse cara, apesar de não ter muita fama, é mais complicado do que imaginávamos.”, respondeu Danilo.“Ele comanda cachorros e policiais à paisana testemunharam.”, comentou Walter.“Ele diz que só assobiou casualmente, não treinou os cachorros. Ele não é de Aldeia das Cerejeiras, aqueles são cachorros de rua de Aldeia das Cerejeiras, provavelmente não ouviriam ele. De qualquer forma, ele está fazendo de tudo para se distanciar e agora não podemos tocar
Larissa não tinha ideia do que eles estavam falando antes, ambos pararam de falar sem combinar.Ela deu uma olhada em Walter e depois em Enrico, que estava ao lado da cadeira perto da cama, pensando em se levantar.Com o braço esquerdo machucado, Larissa não conseguia se apoiar no colchão. Enrico se levantou diretamente, apoiando seu ombro e colocando um travesseiro atrás dela para maior conforto.- Como está se sentindo? A dor passou? - Perguntou Enrico, ansioso, seu rosto foi recuperando a calma.- Tomei analgésicos, não dói. Como você veio parar aqui? A Srta. Diana está gravemente ferida? - Disse Larissa, balançando a cabeça.- A cirurgia correu bem, a anestesia ainda não passou, ela ainda não acordou. Deixei uma cuidadora no quarto, ela me avisará assim que ela acordar. - Respondeu Enrico. Larissa franziu a testa. Enrico percebeu que ela provavelmente queria que ele voltasse para cuidar de Diana, sem se preocupar com ela. Antes que ela falasse, ele falou. - O quarto da Diana fica
- Eu não gosto de ovos cozidos, será que um ovo poché tem o mesmo efeito? - Perguntou Larissa, soltando um risada de repente.Walter resmungou com um risinho. - Larissa. - Chamou Enrico, depois de ficar surpreso por um momento.- Eu disse várias vezes que estou bem, professor Enrico, você simplesmente não acredita, como se estivesse torcendo para que algo acontecesse comigo. - Disse Larissa, pensando por um momentinho e continuando. - Que tal eu escrever uma carta de garantia para você? Garantindo que estou bem? Ela não queria dizer, mas o que Enrico poderia fazer?Larissa pressionou de novo ele para ir ver Diana.Após alguns minutos de impasse, Enrico suspirou e se levantou.- À noite, eu vou trazer sua refeição. Ovo poché, certo? Eu me lembro. - Concordou Enrico.- Obrigada. - Agradeceu Larissa.Assim que Enrico saiu do quarto, seu rosto rapidamente se tornou frio, totalmente oposto à sua habitual gentileza e temperamento agradável.Walter, tranquilo, apoiou na cabeceira da cama co
Walter acabou sendo levado de volta à sala de cirurgia para a reconstrução da ferida.Danilo correu até lá, perguntando a Jéssica o que havia acontecido. Não era para ser apenas um ferimento superficial? Por que precisava de uma segunda cirurgia?- Eu também não sei. O Sr. Walter disse que não precisava que eu ficasse no quarto com ele, e naquele momento eu estava do lado de fora. - Respondeu Jéssica, hesitante.- Quer dizer que ele estava deitado no quarto e de repente a ferida se abriu? Ele não estava em um quarto sozinho? O que havia no quarto? - Questionou Danilo. - O Sr. Walter e a secretária Larissa compartilham um quarto... - Respondeu Jéssica.Danilo pensou que isso não fazia sentido.Até onde ele sabia, Larissa sempre estava sob controle de Walter, como um tigre na floresta, preso sob as garras de um falcão. O que poderia ter feito ela causar uma abertura na ferida dele?Danilo refletiu sobre isso, se dirigindo ao quarto e olhando pela janela para Larissa lá dentro.Larissa e
Zaca tentou se levantar, mas Pietro deu um chute forte em seu peito, deixando ele sentindo como se suas costelas estivessem prestes a quebrar.- Vocês... Têm coragem de se identificar! - Gritou Zaca.- Você tem agido de domo arrogante por muito tempo em sua área restrita, achando que pode fazer o que quiser, desafiando tudo e todos? - Questionou Enrico, com calma, encaixando uma extremidade da barra de aço sob uma pedra. - Uma rã no fundo do poço, pensando que possui todo o céu, ousando fazer qualquer coisa, mexendo com qualquer pessoa e não tem uma perspectiva adequada. Zaca sentiu que o homem alto e forte que estava pisoteando ele era menos assustador do que o homem que falava com calma.- Você... Se você ousar me tocar! Eu garanto que você se arrependerá de ter nascido neste mundo. Você! - Disse Zaca, pálido, sua voz tremendo. Em seguida, ele soltou um grito. - Ahh! Pietro chutou a perna de Zaca para o espaço formado pela barra de aço e a pedra. Enrico não hesitou em pisar na bar