Walter não atendeu, desligou a chamada e digitou na tela do celular. “O que foi?” Danilo, ileso, estava lidando com a situação, acabava de sair da delegacia.“Zaca disse que é apenas amigo comum daqueles caras baixo e alto, não tem contato há muito tempo e não sabe por que fariam uma coisa dessas.”Walter soltou um sorriso irônico.“Conversa fiada.”“Todo mundo sabe que ele está falando besteira. O problema é que não há evidências diretas provando que Zac instruiu eles, então a polícia precisa soltar ele por enquanto. Walter, eu acho que esse cara, apesar de não ter muita fama, é mais complicado do que imaginávamos.”, respondeu Danilo.“Ele comanda cachorros e policiais à paisana testemunharam.”, comentou Walter.“Ele diz que só assobiou casualmente, não treinou os cachorros. Ele não é de Aldeia das Cerejeiras, aqueles são cachorros de rua de Aldeia das Cerejeiras, provavelmente não ouviriam ele. De qualquer forma, ele está fazendo de tudo para se distanciar e agora não podemos tocar
Larissa não tinha ideia do que eles estavam falando antes, ambos pararam de falar sem combinar.Ela deu uma olhada em Walter e depois em Enrico, que estava ao lado da cadeira perto da cama, pensando em se levantar.Com o braço esquerdo machucado, Larissa não conseguia se apoiar no colchão. Enrico se levantou diretamente, apoiando seu ombro e colocando um travesseiro atrás dela para maior conforto.- Como está se sentindo? A dor passou? - Perguntou Enrico, ansioso, seu rosto foi recuperando a calma.- Tomei analgésicos, não dói. Como você veio parar aqui? A Srta. Diana está gravemente ferida? - Disse Larissa, balançando a cabeça.- A cirurgia correu bem, a anestesia ainda não passou, ela ainda não acordou. Deixei uma cuidadora no quarto, ela me avisará assim que ela acordar. - Respondeu Enrico. Larissa franziu a testa. Enrico percebeu que ela provavelmente queria que ele voltasse para cuidar de Diana, sem se preocupar com ela. Antes que ela falasse, ele falou. - O quarto da Diana fica
- Eu não gosto de ovos cozidos, será que um ovo poché tem o mesmo efeito? - Perguntou Larissa, soltando um risada de repente.Walter resmungou com um risinho. - Larissa. - Chamou Enrico, depois de ficar surpreso por um momento.- Eu disse várias vezes que estou bem, professor Enrico, você simplesmente não acredita, como se estivesse torcendo para que algo acontecesse comigo. - Disse Larissa, pensando por um momentinho e continuando. - Que tal eu escrever uma carta de garantia para você? Garantindo que estou bem? Ela não queria dizer, mas o que Enrico poderia fazer?Larissa pressionou de novo ele para ir ver Diana.Após alguns minutos de impasse, Enrico suspirou e se levantou.- À noite, eu vou trazer sua refeição. Ovo poché, certo? Eu me lembro. - Concordou Enrico.- Obrigada. - Agradeceu Larissa.Assim que Enrico saiu do quarto, seu rosto rapidamente se tornou frio, totalmente oposto à sua habitual gentileza e temperamento agradável.Walter, tranquilo, apoiou na cabeceira da cama co
Walter acabou sendo levado de volta à sala de cirurgia para a reconstrução da ferida.Danilo correu até lá, perguntando a Jéssica o que havia acontecido. Não era para ser apenas um ferimento superficial? Por que precisava de uma segunda cirurgia?- Eu também não sei. O Sr. Walter disse que não precisava que eu ficasse no quarto com ele, e naquele momento eu estava do lado de fora. - Respondeu Jéssica, hesitante.- Quer dizer que ele estava deitado no quarto e de repente a ferida se abriu? Ele não estava em um quarto sozinho? O que havia no quarto? - Questionou Danilo. - O Sr. Walter e a secretária Larissa compartilham um quarto... - Respondeu Jéssica.Danilo pensou que isso não fazia sentido.Até onde ele sabia, Larissa sempre estava sob controle de Walter, como um tigre na floresta, preso sob as garras de um falcão. O que poderia ter feito ela causar uma abertura na ferida dele?Danilo refletiu sobre isso, se dirigindo ao quarto e olhando pela janela para Larissa lá dentro.Larissa e
Zaca tentou se levantar, mas Pietro deu um chute forte em seu peito, deixando ele sentindo como se suas costelas estivessem prestes a quebrar.- Vocês... Têm coragem de se identificar! - Gritou Zaca.- Você tem agido de domo arrogante por muito tempo em sua área restrita, achando que pode fazer o que quiser, desafiando tudo e todos? - Questionou Enrico, com calma, encaixando uma extremidade da barra de aço sob uma pedra. - Uma rã no fundo do poço, pensando que possui todo o céu, ousando fazer qualquer coisa, mexendo com qualquer pessoa e não tem uma perspectiva adequada. Zaca sentiu que o homem alto e forte que estava pisoteando ele era menos assustador do que o homem que falava com calma.- Você... Se você ousar me tocar! Eu garanto que você se arrependerá de ter nascido neste mundo. Você! - Disse Zaca, pálido, sua voz tremendo. Em seguida, ele soltou um grito. - Ahh! Pietro chutou a perna de Zaca para o espaço formado pela barra de aço e a pedra. Enrico não hesitou em pisar na bar
Lucas deixou a casa de Zaca e foi direto para o hospital.Ao percorrer o corredor, ele se deparou com Walter, que havia acabado de retornar à sala após ter suas feridas costuradas e estava sendo empurrado de volta para o quarto por uma enfermeira. Danilo estava ao lado da cama, conversando com Walter. - Walter, Danilo. - Cumprimentou Lucas. Ao se aproximar e ver a expressão de Walter, Lucas franziu a testa e fez um som de desaprovação, comentando. - As feridas de Walter são tão graves? Parece que eu fui leve demais. - O que você fez? - Perguntou Danilo, e logo especulou. - Você foi atrás do Zaca? - Sim, resolvi o problema em Aldeia das Cerejeiras. - Respondeu Lucas, entregando o contrato para Jéssica com um sorriso. - Eles se mudarão esta noite.- Como você fez isso? - Perguntou Danilo, curioso.- Não fiz nada demais, apenas fiz ele se ajoelhar para mim. - Disse Lucas. Eles chegaram à porta do quarto, e Larissa, que estava dentro, podia ouvir a conversa. Lucas continuou. - Eu chegue
Larissa ficou parada sem se mexer.- Depois de me deixar assim, não vai fazer nenhum gesto? - Pergutnou Walter, suspirando.- Que gesto você quer? Devo enviar flores para você? Sr. Walter, em vez de me pedir um gesto, por que não diz diretamente que “se você não me ajudar a pegar água, vou divulgar suas fotos”, assim eu faria isso de bom grado. - Respondeu Larissa.- Sim, se eu morrer de raiva por causa de você, vou imprimir suas fotos e colá-las em meu túmulo como uma foto memorial para que todos possam ver. - Disse Walter, rindo da provocação dela.- Você está maluco? - Larissa não pôde deixar de xingar.Walter apertou os lábios, não querendo brigar com ela. Ele abriu o cobertor, segurou a ferida no abdômen, parecendo querer sair da cama para pegar água, começou a se forçar a se levantar.Larissa observava ele, preocupada com a possibilidade de a ferida se romper novamente e ele precisar de outra ida à sala de cirurgia no meio da noite.Lucas estava ali, enquanto Walter estivesse sob
Larissa franzia a testa, se aproximando e ajudando Walter a tirar a roupa com uma mão.Seus cabelos caíam até o peito enquanto se inclinava, e Walter, sem avisar, virou a cabeça, captando o leve aroma que ela exalava. Quando ele levantou os olhos, encontrou a proeminente ponte do nariz dela, devido à proximidade, ele conseguia distinguir até os pequenos pelos na ponta do seu nariz.Mais abaixo estavam os lábios dela.Os olhos de Walter, ao seus cabelos deslizarem pelo ombro dele, começaram a escurecer. Ele estava pensando na última vez deles no quarto de limpeza.Naquela ocasião, ele estava irritado por descobrir que Severino estava observando ela em segredo, chegando ao ponto de ir vê-la. Então, quando eles transaram, ele meio que repreendeu ela demais e acabou não se entregando muito ao desejo, não tirou muito prazer disso.Isso fez com que ele se sentisse meio arrependido.Larissa percebeu que a temperatura dele aumentou um pouco. Afinal, eles estiveram juntos por três anos, então