O chá servido no teatro de ópera estava com um sabor doce e amargo ao mesmo tempo. Larissa deu um gole e começou: - Walter, você...- Você não me chamava de Walt? - Walter perguntou baixinho. A mão de Larissa que segurava a xícara tremeu ligeiramente, algumas gotas de chá caíram na mesa, deixando uma mancha.Ele tinha realmente ouvido quando ela chamou ele assim na noite anterior.- Você nunca me chamou assim antes. Quando começou? - Walter olhou para ela.Larissa limpou a mesa com um pano, mas a marca de água ainda estava lá.Walter continuou olhando para ela. Normalmente, seus amigos chamavam ele de Walter; era a primeira vez que alguém chamava ele de “Walt”. Parecia mais íntimo do que “Walter”.- Isso começou nos últimos dias? - Perguntou Walter.Ele pensou que, durante esse tempo em que ele acompanhou ela, ela estava mais tranquila com ele, e foi assim que esse apelido surgiu.Mas não era isso.Esse apelido estava no coração dela há muito tempo. Depois de se apaixonar por ele, el
Larissa acabou apertando o botão do último andar para eles. Embora ele estivesse lá, ela estava tão ocupada lidando com ele que mal tinha tempo para pensar no caso de Sarah. De certa forma, sua presença a deixava mais tranquila.Mas pensar em passar a noite com ele debaixo do mesmo cobertor para dormir puro e simplesmente era desconfortável para ela. Porque seja durante aqueles três anos ou nessas últimas vezes, sempre que estiveram juntos em uma cama, nunca foi apenas para dormir. A simples ideia disso fazia Larissa se sentir estranha.Walter olhava para ela novamente. Antes, ele não a havia nos seus olhos, mas agora seus olhos nunca saíam dela. Larissa mordeu os lábios e disse: - Sr. Walter, isso é mais apropriado. Walter resmungou de leve.Quando chegaram ao 12º andar, Larissa saiu primeiro e disse: - Boa noite, Sr. Walter...Antes que o som de sua voz terminasse, Walter de repente segurou o braço dela, puxando ela para si e se inclinando para beijar seus lábios!Larissa ficou
- O quê? - Larissa se endireitou. - É sério? Walter jogou o celular dela na cama, indicando para ela ver. Na tela estava a chamada perdida de Milena. Larissa atendeu às pressas. - Milena? Milena ouviu sua voz e suspirou aliviada: - Finalmente você atendeu a ligação. Onde você esteve nos últimos dias? Mandei mensagens que você não respondeu, liguei e você não atendeu. Fui ao hotel onde você estava hospedada e não te encontrei. Cheguei a pensar que a família Nunes... Pensei que se não conseguisse falar com você hoje, iria chamar a polícia. Larissa piscou, foi porque, nos últimos dias, ela esteve com Walter o tempo todo e o celular estava na bolsa, que ela deixou no último andar, ela mesma não se lembrou de pegar o celular.- Estou bem. - Que bom. Aliás, tenho uma notícia para você. A ordem de restrição que te impedia de sair da Cidade X foi revogada, agora você pode se movimentar livremente. Larissa perguntou em seguida: - Por que a revogaram tão de repente? - Aqueles dois homens
A Cidade X estava a apenas quatro horas de viagem de carro até a Cidade S, seguindo pela rodovia.Depois de se livrar do peso que Sarah representava em sua vida, Larissa não tinha mais preocupações, isso deixou ela relaxada. Ela primeiro respondeu às mensagens que tinha perdido durante os dois dias “desaparecida” e depois começou a sentir sono.Principalmente por causa do aroma de canela no ar, que trazia consigo uma sensação de calor de inverno, o que deixava ela com sono. Ela apoiou a cabeça no vidro da janela do carro e fechou aos poucos os olhos.Ela não estava dormindo profundamente quando Walter estendeu a mão para apoiar a cabeça dela contra a janela, acordando ela.Larissa abriu levemente os olhos e viu Walter segurando um tablet enquanto usava a outra mão como apoio para a cabeça dela, evitando que ela se machucasse com os trancos da estrada.Seus movimentos pareciam tão naturais, como se fosse algo esperado.Não era à toa que diziam que os homens tinham momentos em que mostra
Larissa e sua mãe caminhavam juntas pelas ruas de paralelepípedos da Florescer Lagoa. Enquanto caminhavam, Larissa conversava com ela, mas apenas sobre coisas boas, evitando assuntos preocupantes.Quando Vanda estava de bom humor, sua agilidade mental aumentava, ela disse a Larissa: - Seu pai foi fazer acupuntura, então vamos buscar ele quando terminarmos aqui. - Tudo bem.Nas últimas semanas, Tiago tinha ido a uma clínica de acupuntura chinesa para cuidar de uma perna machucada. Larissa havia ouvido falar disso com a babá.Elas foram ao mercado juntas, onde, além das costelas, compraram uma variedade de alimentos, como frango, pato, peixe, legumes e verduras.Larissa queria dizer que ficaria apenas dois dias e que não conseguiriam comer tudo isso, mas Vanda era do tipo de mãe que, quando os filhos voltavam para casa, queria alimentar eles até que engordassem e só então deixar eles ir embora.Larissa teve que mandar uma mensagem para sua irmã para que viessem jantar em casa naquela
Walter olhou para o lado, largou o celular e disse indiferente: - Ele chegou rápido. Traga ele aqui. - Sim. - Jéssica acenou e, de repente, o guarda-costas, que não se sabia onde estava escondido, apareceu e parou o carro.Jéssica foi até o carro e disse algumas palavras. A pessoa dentro do carro saiu.Era Luiz, como esperado.Luiz olhou na direção de Walter, meio sorrindo, depois colocou as mãos nos bolsos e seguiu Jéssica.Walter estava sentado em uma mesa ao ar livre do café, Luiz disse: - Sr. Walter, você está muito disponível ultimamente, às vezes na Cidade X, às vezes aqui, o CEO está tão ocupado que tem que se deslocar para todos os lados, o Grupo BY está tão mal assim? Walter respondeu com frieza: - Sr. Luiz, sua prima foi levada pela polícia, você não está na Cidade X para ajudar, mas veio até aqui, não está misturando as estações demais? Dois homens jovens e bonitos, se encontrando na Florescer Lagoa, um sorridente, o outro calmo e indiferente, mas as palavras eram como
Até ser conduzida para fora da sala de operações após o término da cirurgia de curetagem, Larissa Couto ainda não tinha conseguido se recuperar do turbilhão de emoções ao engravidar inesperadamente e, em seguida, sofrer um aborto inesperado.- Larissa do quarto 1703, algum parente seu está aqui? - Perguntou a enfermeira, a conduzindo até o quarto, prestes a fazer o registro de internação. Larissa, olhando o teto branco, desolada, com o olhar perdido, não ouviu as palavras da enfermeira.- Larissa, seus familiares estão aqui? - Repetiu a enfermeira.Outra enfermeira, ocupada ajustando o frasco de soro, avistou as duas e se virou com pressa.- Deixe comigo, eu preencho. Quando a ambulância a trouxe, ela me entregou a identidade e o cartão bancário, pedindo para registrar e cobrar diretamente, ela não... - Disse a outra enfermeira.- Não tenho familiares. - Interrompeu Larissa, respondendo tardiamente.O cheiro de desinfetante invadiu suas narinas enquanto ela se encolhia, a perda do beb
Após o término da reunião, Larissa acompanhou cada cliente até seus carros, se encostando ao poste de luz na calçada. Sentiu um arrepio gelado percorrer todo o seu corpo, sem conseguir identificar qual órgão estava pulsando com dores intermitentes.Seu batom havia se desfeito, revelando seus lá lábios sem cor.O motorista de Walter notou sua estranheza. - Secretária Larissa, quer entrar no carro primeiro? - Sugeriu o motorista, conhecendo a relação entre ela e Walter.Larissa assentiu, subindo para o banco de trás. Dois minutos depois, a porta foi aberta novamente, com Walter e uma garota parados ao lado do carro. Ambos pareciam planejar entrar juntos, sem contar com a presença de Larissa.Quando viu Larissa, Walter franziu a testa, a culpando por estar ocupando o lugar.- Sr. Walter, eu sento na frente. - Sussurrou a garota, abrindo rapidamente a porta do passageiro. - Leve Bianca Souza para casa primeiro. - Ordenou Walter, batendo a porta. Larissa fechou os olhos, se sentindo exau