Quando uma deusa era pisoteada na lama, era lamentável de se ver. — Você tem certeza de que quer ficar com nosso chefe? — Daniel perguntou gentilmente, aproveitando que não havia ninguém por perto. Talvez seu senso de consciência não o deixasse em paz. Daniel também sabia que Marcos gostava de Carolina, mas o jeito que ele gostava... Nos últimos anos, várias mulheres passaram pela vida de Marcos, todas bailarinas, cada uma lembrando um pouco da Carolina de antigamente. Não importava quantas mulheres Marcos trocasse, em todas havia traços de Carolina. Carolina pensou por um momento e sorriu amargamente. — Eu não tenho escolha... Se houvesse uma segunda opção, ela não se rebaixaria assim. Mas ela já estava tão rebaixada que não tinha mais escolha. Estar com Marcos era melhor do que Pedro jogá-la para aqueles homens maus. Daniel abaixou os olhos, achando aquilo lamentável. — Não se preocupe com as roupas, o Presidente Nono sempre foi generoso com as mulheres,
No caminho de volta, Carolina adormeceu encostada na janela. Marcos indicou ao assistente para aumentar o aquecimento, desligou a música e dirigiu em silêncio e suavemente. — Presidente Nono, descobri que... a Srta. Carolina fugiu para a Cidade C sozinha, a família Silva e a família Santos aparentemente não pretendiam deixá-la escapar facilmente. Ouvi dizer que Pedro queria forçá-la a casar com o filho do mordomo da família Santos, que é um paciente psiquiátrico, e ela escapou após chamar a polícia. A voz de Daniel estava um pouco rouca. Ele não entendia por que toda a malevolência do mundo parecia destinada a atacar essa mulher tão bondosa. O rosto de Marcos estava sombrio, com o olhar fixo na janela do carro. — Naquela época, a Srta. Silva estava cega ao gostar de alguém como Pedro, acabou encontrando uma pessoa ruim... — Daniel comentou. Seis anos atrás, ele já achava que Pedro não era bom o suficiente para Carolina. Mas na época, Carolina só tinha olhos para
— O Presidente Santos está muito ocupado, já é bom que ele pense em você, garotinho. — Afonso sorriu, agachando-se, e acariciou a cabeça de Tiago pela fresta do portão. — Já resolvi a sua matrícula, amanhã Augusto terá tempo para te levar à escola. Estude bem e não abra a porta para estranhos. Tiago assentiu obedientemente. De repente, lembrou-se de algo e correu rapidamente para dentro de casa, voltando com um papel cuidadosamente dobrado. — Isto é um presente para o papai. Tiago realmente se esforçava para agradar José, ele realmente queria que José fosse seu pai. Afonso pegou o papel, suspirou, mas não corrigiu o modo como o garoto chamava. — Amanhã, o Presidente Santos e eu vamos viajar para Cidade C, você deve se comportar em casa. — O tio vai trazer a mamãe de volta? — Tiago sentia falta da mãe. — Vou. — Afonso assentiu. Ele já descobrira que Carolina provavelmente foi para Cidade C, e José foi para lá antecipadamente para procurá-la. Recentemente, Pedro e
Sala privada. José empurrou a porta, entrou com o rosto carregado. Alguns empresários bebiam intensamente, com belas mulheres ao colo e companhia ao redor, um ambiente de decadência. José franziu ligeiramente a testa, varreu o local com um olhar frio e não viu Carolina em lugar algum. Inexplicavelmente, sentiu um alívio. — Quem é a Matilde? — Afonso perguntou. Os empresários, bêbados, não ouviram as palavras de Afonso. Afonso acendeu a luz e desligou o som, falando em tom firme. — Quem é Matilde? Por ser assistente de José, Afonso era naturalmente mais altivo do que um assistente comum; ele tinha motivo para ser orgulhoso. Alguns dos empresários olharam para Afonso com desgosto. — Quem é você...? Alguém reconheceu o rosto de José, levantou-se rapidamente, atordoado, achando que via coisas por causa da bebida. — Santos... Presidente Santos? Matilde também ficou chocada e se levantou. — Presidente Santos? Essas mulheres da noite não podiam deixar de recon
— Entre, eu não vou fazer amor com você esta noite. — Ao ver que Carolina ainda estava hesitante na porta, Marcos falou novamente. Carolina suspirou aliviada e lentamente entrou na sala. A casa de Marcos era grande, mas meio vazia, dava para perceber que ele morava sozinho; estava um pouco bagunçada e parecia que ele não tinha o hábito de contratar uma dona de casa. Marcos foi tomar banho, e Carolina, sem ter o que fazer, resolveu dar uma ajeitada na casa dele. Quando Marcos saiu, a sala estava completamente limpa e arrumada. Carolina, meio sem jeito, ficou de pé ao lado. — Eu... só dei uma arrumada. Marcos não disse nada, apenas levou Carolina até a porta, registrando sua face e impressões digitais na fechadura eletrônica. — Eu não venho aqui com frequência, é melhor você ficar morando aqui. Carolina ficou surpresa, abriu a boca, mas acabou não perguntando. Será que Marcos era tão generoso com todas as mulheres? — Vá dormir. — Marcos disse para Carolina ir d
Marcos abriu lentamente os olhos, com o olhar profundo. — José quer se meter nos assuntos do Pedro? Marcos não achava que José era o tipo de homem que se metia nos assuntos do irmão. Daniel estava um pouco preocupado, pois a família Santos e a família Silva da Cidade A já haviam sido implacáveis com Carolina. — Presidente Nono, a família Santos e a família Silva pegaram pesado com a senhorita Silva. Você tem certeza de que quer se envolver nesse problema? — Heh... — Marcos deu uma risada fria. — Se eu quero proteger uma mulher, a família Santos e a família Silva podem fazer o quê? Além disso, José não é do tipo que se envolve em tudo. — Mas o Presidente Santos ainda está procurando por ela. — Daniel não sabia como proceder. — Deixe ele procurar. — Marcos desligou o celular. Jogou o celular de lado e levantou-se para ir até a porta do quarto de hóspedes. Sua mão levantada parou no ar por um momento, e ele esfregou o rosto antes de entrar em seu próprio quarto. De
Carolina não disse nada, quase enfiando a cabeça no peito. — O Presidente Santos ainda não tomou café da manhã, né? A Carolina fez, quer experimentar? — Marcos, rindo, abraçou Carolina e fez a pergunta. O corpo de Carolina estava muito rígido, e seus olhos ficaram marejados. José olhou instintivamente para a posição da mesa de jantar; mesmo de longe, ele já conseguia sentir o cheiro. Inexplicavelmente, ele realmente queria provar a comida que Carolina tinha preparado. Marcos sorriu de forma enigmática, sentindo de repente uma sensação de perigo. Se fosse Pedro... ele não ligaria. Mas José, era diferente. — Não. — José disse em um tom grave, olhando para Carolina como se estivesse dando a última chance. Carolina, cabisbaixa, ainda não disse nada. — Vá com calma, vou bancar o jantar esta noite, meu assistente entrará em contato antes. — Marcos observou José sair. A expressão de José estava terrível, e seu olhar era um pouco complexo. Ele tinha acabado
Carolina ficou surpresa, seus olhos levemente inquietos. José... Procurou por ela a noite toda? — Não... não há relação, ele é irmão do Pedro. — Carolina desviou o olhar instintivamente. — Eu acho que ele é diferente do Pedro, parece realmente se importar com você. Se quisesse prendê-la, não precisaria procurá-la pessoalmente no meio da noite. — Matilde sacudiu a cabeça, achando que José não tinha más intenções com Carolina. — Matilde, chegou alguma encomenda para mim em casa? — Carolina mudou de assunto. Matilde percebeu que Carolina não queria falar mais sobre isso, então tirou uma sacola pequena da bolsa. — Aqui, foi enviada pelo seu irmão. Carolina deu uma olhada e respirou aliviada. — Obrigada. — Carolina, já que você decidiu recomeçar, não se prenda ao passado. Eu também achava que não conseguiria seguir em frente, mas depois tudo fica bem. — Matilde aconselhou Carolina. Carolina assentiu, apertando o pacote que continha o cabelo com folículo de Tiago em s