Afonso olhou para José, chocado e alarmado. Como o Presidente Santos, sempre tão estratégico e hábil nos negócios, podia se deixar levar por causa de uma criança?Enquanto o grupo Santos Empresa não cedesse, o projeto da família Silva ficaria paralisado e, se não fosse concluído no prazo contratual, teriam que pagar uma multa por quebra de contrato. Cada dia de atraso apenas aumentaria a multa, uma quantia exorbitante.José não se importava com o destino da família Silva, mas as famílias Santos e Silva tinham laços de casamento, o que poderia fazer parecer que José estava visando seu irmão Pedro.Os conflitos familiares já eram um fator de risco latente para o grupo Santos Empresa, o que facilmente poderia causar problemas para ele.— Presidente Santos... — Afonso, arriscando ser demitido, precisava desabafar. — O senhor parece especialmente preocupado com Carolina e aquela criança, e isso não é típico do senhor...Afonso já estava sendo bastante sutil. Dizer que era "não típico"
Cidade C, Clube Noturno. Matilde levou Carolina para o clube e conseguiu para ela um trabalho relativamente tranquilo, na recepção. Carolina tinha boa aparência, pele clara e boa figura, sendo assim, destacava-se na recepção. — Na recepção, a imagem é muito importante, mas também pode atrair problemas. Se algum cliente bêbado te importunar, não o confronte, me ligue, ouviu? — Matilde agora era diretora da área de vendas do clube, e ainda tinha alguma capacidade de proteger Carolina. Carolina assentiu. — Ok, eu entendo. Matilde olhou para o celular e chamou algumas meninas bonitas para cumprimentar os clientes. — Oh, senhor, por que você não apareceu recentemente? O que pretende beber hoje à noite? Por minha conta! O homem corpulento riu, segurando a cintura de Matilde. — Eu ainda vou deixar você pagar? Hoje trouxe alguns amigos, procure algumas espertas para nos acompanhar. Matilde sorriu significativamente e entrou no elevador com o senhor. Carolina ficou na
Ela parecia não saber fazer isso. Cinco anos de vida na prisão não haviam permitido que ela usasse maquiagem. Mesmo antes disso, ela não costumava usar maquiagem, era apenas no palco que os maquiadores a maquiaram. Carolina entrou na sala de maquiagem com as roupas nas mãos. Primeiro trocou de roupa e, nervosa, olhou para si mesma no espelho. O vestido tinha mangas longas, mas era muito justo, delineando seu corpo quase à perfeição... O pescoço de Carolina era longo. Desde criança, praticava balé, o que o tornara longo e gracioso. Aquele rosto era perfeitamente delicado, pálido, cabelos negros presos em um rabo de cavalo baixo atrás das orelhas. Exceto pela palidez dos lábios, ela quase podia ser considerada perfeita. Especialmente com aquelas pernas longas. Carolina tinha 1,69m de altura, não particularmente alta, mas com proporções corporais perfeitas. Suas pernas eram esguias e brancas, apenas as contusões arroxeadas ainda visíveis eram impactantes. Respirand
Carolina, com medo, apertou os dedos e lançou um olhar de socorro para Elisa. — Presidente Nono, ela é nova aqui, acabou de terminar o treinamento, é nossa recepcionista. Algum problema? — Elisa correu para lá. — Levante a cabeça! — A voz de Marcos era fria, e ele parecia impaciente. Carolina apertou os dedos com força e lentamente levantou a cabeça. Marcos ficou surpreso por um momento, depois riu. — Nada não, confundi com outra pessoa. Elisa suspirou aliviada, sinalizando para Carolina se retirar. Marcos não disse mais nada e saiu direto. Carolina soltou um suspiro de alívio, cinco anos se passaram, Marcos certamente a esquecera. Quando Marcos se afastou, Alice se aproximou tremendo. — A presença desse figurão é diferente, assustador demais. Carolina também estava com as pernas bambas. Alice sorriu, apoiando Carolina. — Ficou assustada, não é? Eu achei que o Presidente Nono tinha se interessado por você, que susto! Carolina sorriu, meio sem jeito. —
— É uma universitária? — Carolina parecia jovem e tinha um bom corpo, ninguém diria que ela já tinha tido um filho. O Presidente André estava quase tocando a perna de Carolina com a mão. — Ela não serve. — Depois de ficar em silêncio por muito tempo, Marcos finalmente falou com uma voz calma. Carolina, nervosa, recuou um pouco, ficando ali com a cabeça abaixada. O Presidente André ficou surpreso e Marcos falou novamente. — Ela já teve um filho. A bandeja nas mãos de Carolina quase caiu no chão, seu coração batia forte; Marcos realmente a tinha reconhecido. Presidente André e os outros ficaram espantados. — O Presidente Nono a conhece? E essa mulher, mesmo tendo tido filhos, mantém um corpo tão bom? — Uma jovem mãe, isso eu gosto ainda mais. — Outro empresário riu e comentou. Carolina corou de raiva, não de vergonha. O olhar desses homens sobre as mulheres era como escolher vegetais no mercado. Era humilhante. — Ela? Difícil de conquistar. — Marcos deu um s
Dentro do quarto, todos ficaram instantaneamente chocados. Então, esta era a amante de Marcos... Não é de se admirar que ela não aceitasse os oito milhões, tendo dado a Marcos um filho ilegítimo, nem oito milhões, nem mesmo bilhões, seria difícil resistir. — Você pode sair agora. — Marcos pediu para Carolina sair. Carolina olhou, atônita, para Marcos, naquela noite... era realmente ele? Desesperada, fugiu do quarto, se escondeu no banheiro por um longo tempo, lavando o rosto repetidamente com água fria. Esses anos, ela sempre foi assombrada pela memória daquela noite, um pesadelo corroendo sua alma. Durante seus cinco anos na prisão, ela sonhou quase toda noite com mãos tateando seu corpo, puxando-a para o inferno. Ela se odiava por, naquela noite, não ter ficado completamente lúcida, odiava ter sucumbido às drogas que estavam na bebida. O mais difícil de aceitar para Carolina foi que, naquela noite, além de se sentir enojada, ela desistiu de resistir. Ela
Marcos tinha uma expressão que parecia um sorriso nos olhos, como se estivesse esperando para ver o que Carolina queria fazer. Juntando coragem, Carolina se levantou e, de cabeça baixa, foi até ele. — Presidente Nono... — Algum problema? — Marcos perguntou, olhando para Carolina com um interesse oculto. — Foi você... há seis anos? — Carolina perguntou baixinho, ainda de cabeça baixa. Marcos olhou para Carolina atentamente; agora, entre uma multidão, ele talvez nem a notasse. A mulher que uma vez chamou sua atenção era a brilhante cisne branco no palco, não este patinho feio humilde e coberto de poeira. Pode-se dizer que destruir alguém é realmente fácil, basta cinco anos. — Quem você gostaria que fosse? — Marcos perguntou. Ele sabia tudo sobre Carolina. Cinco anos atrás, ele realmente tinha a intenção de levar aquele cisne branco para casa. Mas, na época, Carolina era muito orgulhosa. Ela se recusou a se curvar, então ele só pôde esperar para vê-la perde
Marcos entendeu e se encostou no assento, sorrindo. — Entre no carro, não me faça pedir pela terceira vez. Os dedos de Carolina quase se machucaram de tanto apertar a si mesma. Ela olhou para suas roupas, certificando-se de que estavam limpas, e abriu cuidadosamente a porta de trás do carro. — Sente-se na frente. — Marcos sinalizou. Carolina pensou um pouco e então sentou-se na frente. Marcos não disse nada e levou Carolina ao shopping. — Saia do carro. — Marcos pediu para Carolina sair. Carolina ficou sentada, imóvel. Depois de um bom tempo, Carolina finalmente falou. — Eu... eu quero voltar. — Você acha que, ficando comigo por três anos, vai ser como uma dona ou uma faxineira? — Marcos quase riu. Carolina continuou em silêncio. — Desça, se eu vou ou não fazer o teste de paternidade depende de você me obedecer. — Sem escolha, Marcos a ameaçou. Carolina não cedia facilmente, a menos que fosse ameaçada. Carolina desceu do carro e seguiu Marcos. Marc