Rui mudou de expressão imediatamente e levantou-se abruptamente. — José?José já havia se envolvido nos assuntos de Carolina antes. O que isso significava agora? Ele estava ajudando Carolina?Carolina realmente tinha talento para fazer José ajudá-la.Até que ponto ela havia caído e se degradado?Rui apertou os dedos um a um e saiu da sala com a expressão sombria.— Entre em contato com Pedro, eu vou à casa dos Santos!Trazer Carolina de volta!...No trem de cor verde que ia para a Cidade C, Carolina estava encolhida no canto, comendo uma salsicha de frango.Ela havia subido no trem sem bilhete, com medo de que as famílias Silva e Santos usassem seus documentos para rastrear seu paradeiro.Logo estaria chegando.Ela, muito provavelmente, teria que se esconder fora de vista no futuro.Ao sair da estação de trem, Carolina, enquanto comia pão, procurou uma cabine telefônica pública para ligar para Augusto.— Irmão...— Carolina, onde você está... — Augusto perguntou ansioso.
A Cidade C, comparada à Cidade A, tinha menos requinte, mas mais extravagância.Nessa cidade de luzes brilhantes e cores cintilantes, a estranheza quase afogava Carolina, como se estivesse sendo levada por um rio.Carolina estava encolhida no canto, tremendo de frio.A Cidade C não era a Cidade A. Na Cidade A, o inverno não existia, embora ainda fosse gelada. Já na Cidade C, o inverno era real.À noite, a neve caía abundantemente, e os pedestres passavam apressados.Carolina apoiou-se no vidro da janela do chão ao teto, observando a neve caindo lá fora.Quando era criança, ela gostava dos dias de neve, porque a Cidade A não tinha inverno, então Carolina sempre desejou ver um dia de neve.— Carolina, este ano o irmão leva você para o norte para ver a neve.Ainda me lembro, no inverno do ano anterior à revelação de sua verdadeira identidade, seu irmão Rui havia organizado tudo e a pegado na escola, dando-lhe uma surpresa gigantesca.Quando pequena, Rui a amava. Tudo que um irmão
Ela realmente não sabia para que continuar mantendo o que chamava de orgulho.Na Cidade A, sua reputação já estava arruinada. Todos sabiam sobre sua vida desregrada e que ela havia tido um filho com um homem desconhecido, mas só ela sabia que... ela só tinha feito amor uma vez.Com a fama manchada, ela nunca mais poderia ser pura.Contanto que pudesse ganhar dinheiro, para juntar o suficiente para o tratamento de Tiago, ela faria qualquer coisa.Matilde ficou um pouco chocada, não esperava que Carolina fosse concordar.Durante aqueles cinco anos na prisão, as pessoas do seu bloco a maltrataram, mas ela nunca cedeu, nem se humilhou, não implorou, mesmo com dor, suportou tudo em silêncio.Mal saiu da prisão, já havia compreendido.— Tente comigo por um mês primeiro, faça outras coisas antes, tenho medo que você... não aguente essa vida. — Matilde suspirou, pagou o motorista e desceu para ajudar Carolina com suas coisas.Carolina não tinha muitas coisas, apenas algumas peças de ro
Afonso olhou para José, chocado e alarmado. Como o Presidente Santos, sempre tão estratégico e hábil nos negócios, podia se deixar levar por causa de uma criança?Enquanto o grupo Santos Empresa não cedesse, o projeto da família Silva ficaria paralisado e, se não fosse concluído no prazo contratual, teriam que pagar uma multa por quebra de contrato. Cada dia de atraso apenas aumentaria a multa, uma quantia exorbitante.José não se importava com o destino da família Silva, mas as famílias Santos e Silva tinham laços de casamento, o que poderia fazer parecer que José estava visando seu irmão Pedro.Os conflitos familiares já eram um fator de risco latente para o grupo Santos Empresa, o que facilmente poderia causar problemas para ele.— Presidente Santos... — Afonso, arriscando ser demitido, precisava desabafar. — O senhor parece especialmente preocupado com Carolina e aquela criança, e isso não é típico do senhor...Afonso já estava sendo bastante sutil. Dizer que era "não típico"
Cidade C, Clube Noturno. Matilde levou Carolina para o clube e conseguiu para ela um trabalho relativamente tranquilo, na recepção. Carolina tinha boa aparência, pele clara e boa figura, sendo assim, destacava-se na recepção. — Na recepção, a imagem é muito importante, mas também pode atrair problemas. Se algum cliente bêbado te importunar, não o confronte, me ligue, ouviu? — Matilde agora era diretora da área de vendas do clube, e ainda tinha alguma capacidade de proteger Carolina. Carolina assentiu. — Ok, eu entendo. Matilde olhou para o celular e chamou algumas meninas bonitas para cumprimentar os clientes. — Oh, senhor, por que você não apareceu recentemente? O que pretende beber hoje à noite? Por minha conta! O homem corpulento riu, segurando a cintura de Matilde. — Eu ainda vou deixar você pagar? Hoje trouxe alguns amigos, procure algumas espertas para nos acompanhar. Matilde sorriu significativamente e entrou no elevador com o senhor. Carolina ficou na
Ela parecia não saber fazer isso. Cinco anos de vida na prisão não haviam permitido que ela usasse maquiagem. Mesmo antes disso, ela não costumava usar maquiagem, era apenas no palco que os maquiadores a maquiaram. Carolina entrou na sala de maquiagem com as roupas nas mãos. Primeiro trocou de roupa e, nervosa, olhou para si mesma no espelho. O vestido tinha mangas longas, mas era muito justo, delineando seu corpo quase à perfeição... O pescoço de Carolina era longo. Desde criança, praticava balé, o que o tornara longo e gracioso. Aquele rosto era perfeitamente delicado, pálido, cabelos negros presos em um rabo de cavalo baixo atrás das orelhas. Exceto pela palidez dos lábios, ela quase podia ser considerada perfeita. Especialmente com aquelas pernas longas. Carolina tinha 1,69m de altura, não particularmente alta, mas com proporções corporais perfeitas. Suas pernas eram esguias e brancas, apenas as contusões arroxeadas ainda visíveis eram impactantes. Respirand
Carolina, com medo, apertou os dedos e lançou um olhar de socorro para Elisa. — Presidente Nono, ela é nova aqui, acabou de terminar o treinamento, é nossa recepcionista. Algum problema? — Elisa correu para lá. — Levante a cabeça! — A voz de Marcos era fria, e ele parecia impaciente. Carolina apertou os dedos com força e lentamente levantou a cabeça. Marcos ficou surpreso por um momento, depois riu. — Nada não, confundi com outra pessoa. Elisa suspirou aliviada, sinalizando para Carolina se retirar. Marcos não disse mais nada e saiu direto. Carolina soltou um suspiro de alívio, cinco anos se passaram, Marcos certamente a esquecera. Quando Marcos se afastou, Alice se aproximou tremendo. — A presença desse figurão é diferente, assustador demais. Carolina também estava com as pernas bambas. Alice sorriu, apoiando Carolina. — Ficou assustada, não é? Eu achei que o Presidente Nono tinha se interessado por você, que susto! Carolina sorriu, meio sem jeito. —
— É uma universitária? — Carolina parecia jovem e tinha um bom corpo, ninguém diria que ela já tinha tido um filho. O Presidente André estava quase tocando a perna de Carolina com a mão. — Ela não serve. — Depois de ficar em silêncio por muito tempo, Marcos finalmente falou com uma voz calma. Carolina, nervosa, recuou um pouco, ficando ali com a cabeça abaixada. O Presidente André ficou surpreso e Marcos falou novamente. — Ela já teve um filho. A bandeja nas mãos de Carolina quase caiu no chão, seu coração batia forte; Marcos realmente a tinha reconhecido. Presidente André e os outros ficaram espantados. — O Presidente Nono a conhece? E essa mulher, mesmo tendo tido filhos, mantém um corpo tão bom? — Uma jovem mãe, isso eu gosto ainda mais. — Outro empresário riu e comentou. Carolina corou de raiva, não de vergonha. O olhar desses homens sobre as mulheres era como escolher vegetais no mercado. Era humilhante. — Ela? Difícil de conquistar. — Marcos deu um s