Luísa franziu a testa. — Pedro, eu o aconselho a pensar bem sobre isso.Ela não gostava de Carolina, estava tão invejosa que quase enlouquecia, até ficava feliz em ver as pessoas fazendo mal a ela e ficava só observando. Mas mexer com criança... isso a incomodava um pouco.— Você não precisa se preocupar com isso. — Pedro se levantou e saiu da casa da Família Santos.O que ele queria fazer era subir devagar até o topo, pisar em cima de José, e o colocar no seu lugar.Ele queria expulsar José do Grupo Santos, para sempre.Quando esse dia chegasse, ele queria ver o que José ainda era capaz de fazer, todo orgulhoso, como se fosse um rei, tão acima dos outros....Na Ilha Artificial, Cidade A.Aquela área era um resort ainda em desenvolvimento, com uma paisagem deslumbrante. Não estava aberto ao público ainda, por isso era bem tranquilo.No centro da ilha, estava o hotel de luxo, já construído, mas ainda não em operação.O mordomo do resort estava dirigindo um carrinho de golfe, mostrando
José estava um pouco desconfortável. Ele trouxe Carolina para cá porque sabia que ela sofria de ansiedade social, não gostava de ver muita gente e adorava nadar, admirar o mar e a paisagem.O plano era fazer com que ela relaxasse, mas ela acabou se concentrando no trabalho.— Sr. José, olhe só, esse projeto que a gente conquistou recentemente, voltado para energias renováveis. É uma empresa pequena, mas já recebeu um investimento de 8 milhões de reais da Vila Nova. Eles estão na fase de testes da rodada B. Se você intervier, conseguimos fechar essa parceria? — Carolina disse, com os olhos brilhando, falando com confiança.José estava na piscina, olhando para ela com um sorriso sem jeito. Ela estava tão focada no trabalho, mas agora ele só queria nadar com ela...— Sr. José, você consegue fazer isso? — Carolina parecia um pouco ansiosa, esperando uma resposta.Se não desse certo, ela teria que achar outra solução.— A Vila Nova gosta de monopolizar, não gosta de dividir o bolo, princip
Com as mãos esticadas para o alto, Carolina olhou para José com expectativa. — Consegui... tem algum prêmio?José ficou surpreso, um sorriso de satisfação surgindo em seu rosto.Os últimos dias, a sós com ela, não foram em vão. A desconfiança de Carolina em relação a ele havia diminuído, e isso era algo bom.Mas... a mudança dela estava sendo tão grande que ele não podia deixar de se sentir um pouco ansioso.Era como se algo estivesse diferente nela, e ao mesmo tempo, ele ficava feliz com essa transformação. Ela estava deixando de lado suas defesas, mostrando uma versão mais suave de si mesma.— Que tipo de prêmio você quer? — José, com um sorriso, puxou Carolina para perto de si. Ele achava que poderia satisfazer qualquer desejo de sua mulher.— Será que... você poderia... — Carolina mordeu levemente o canto dos lábios, nervosa.— Fala. — José disse, enquanto acariciava a cabeça de Carolina.— Leve eu e Tiago para o parque de diversões... — Carolina olhou para ele, com um olhar ansi
O celular de José começou a tocar, exibindo o nome de Luísa.Ele franziu a testa e ignorou.Luísa não passava de uma peça que Ricardo e Lídia usavam para testar ou executar seus planos.— Precisa voltar agora? — Perguntou José, depois que Carolina desligou o telefone.— A mãe do meu irmão... Ela saiu da prisão e quer me ver. — Respondeu Carolina, se sentando de lado, com o olhar perdido.Ela não sabia como lidar com a situação, nem como deveria a chamar.Depois de ser expulsa pela Família Silva, Carolina ficou sem ter para onde ir. Foi Augusto quem a acolheu, a levando para morar no apartamento alugado deles.Naquela época, a mãe de Augusto ainda não estava na prisão. Ela insistia para que Carolina interrompesse a gravidez, dizendo que ter aquele filho só traria problemas.Ela ainda dizia que criar um filho sozinha era um fardo pesado demais, que acabaria deixando Carolina exausta, assim como aconteceu com ela própria.Carolina realmente pensou em abortar a criança. Era um bebê sem ori
— Tá querendo arrumar problema, né? — Júlia não viu Tiago e já pediu as câmeras, desconfiando que o diretor estava enrolando de propósito.— Srta. Júlia... — Os seguranças cercaram o diretor, e só então ele, apavorado, a levou para a sala de monitoramento.Nas imagens das câmeras, ficou claro que Tiago e Alberto saíram da sala de aula antes do término da aula. O destino deles foi justamente um ponto cego das câmeras.— Srta. Júlia... Veja... eles fugiram sozinhos, então... — O diretor tentou se esquivar da responsabilidade.— Durante o horário de aula, seus professores deixaram as crianças saírem da sala, e você ainda tem coragem de me dizer isso? — Júlia agarrou o colarinho do diretor com força. — Escute, com uma falha de segurança tão grave, só se prepare para enfrentar a cadeia!O diretor ficou apavorado, olhando para Júlia com um medo visível. — Essa... essa área sem monitoramento, a gente não esperava que justamente aqui...— Justamente o quê? Uma escola tão grande, com câmeras qu
A voz de Alberto era extremamente alta, e seu choro desesperado podia ser ouvido a quilômetros de distância.Júlia, que ainda procurava do lado de fora, parou de repente.Não foi o choro daquela criança?— Aquela direção!Júlia, com o rosto fechado, caminhou até a porta do pequeno armazém e deu uma olhada lá dentro. — Tiago?— Júlia! — Tiago sorriu alegremente para Júlia. — Não se preocupe, eu e o Alberto estamos aqui. Deve ter sido depois da escola, e o senhor que cuida do armazém acabou trancando a porta sem querer.Tiago, com sua bondade, se apressou a explicar, defendendo o senhor que estava responsável pelo armazém.O senhor sempre trancava a porta no horário certo, e talvez a professora não tenha avisado a ele que estavam procurando algo lá dentro.— Se afasta um pouco. — Júlia pediu para Tiago dar espaço.Ela não podia esperar pelo diretor mandar alguém buscar a chave.Com um chute, Júlia arrombou a porta e puxou Tiago para o abraço. — Você tem medo?Tiago balançou a cabeça e ap
Júlia apertou os olhos, e seu rosto ficou ainda mais sério.Pedro... Isso provavelmente estava relacionado a José.Sobre a competição interna na empresa ou a intriga familiar, ele podia usar táticas, mas envolver uma criança nisso? Isso foi demasiado desprezível....Na vila da Júlia.Augusto entrou correndo na sala, e ao ver Tiago e Alberto felizes brincando no sofá, finalmente soltou um suspiro de alívio.— Chefia... — Augusto olhou para Júlia com gratidão. — Muito obrigado.— Quantos "obrigados" você me deve agora? — Júlia, vestindo um camisão de seda, descansava o rosto sobre a mão enquanto olhava para Augusto.Augusto tossiu levemente. — Eu...— Como vai me agradecer? Só com um "obrigado"? — Júlia, de maneira preguiçosa e sedutora, cruzou as pernas, exibindo de forma deliberada suas longas e brancas pernas para Augusto.Augusto se tensionou e rapidamente se colocou entre ela e as crianças, falando com um tom resignado. — As crianças estão aqui...Júlia revirou os olhos. — José e C
No hotel, na suíte.Alberto, ainda com bolhas de ranho no nariz, brincava na banheira com Tiago, fazendo formas com a espuma do sabonete líquido.— Papai, seu rosto parece um pouco escuro... — Tiago comentou baixinho, olhando para José.José estava parado ao lado da banheira, sem saber o que fazer com os dois pequenos.Carolina voltou para a casa dos Martins e não a deixou a acompanhar.Ele foi designado para cuidar das crianças no hotel.Ele não se opunha a Tiago, mas Alberto parecia estar um pouco resfriado, e o nariz escorria sem parar.Para o Sr. José, que tinha fobia de limpeza, isso era quase um... suplicio.— Tiago, Alberto, vocês já não são bebés. Precisam aprender a tomar banho sozinhos, certo? — José perguntou.Tiago assentiu.Alberto olhou para os próprios dedos, contando baixinho. — Tio, eu já tenho cinco anos, não sou mais bebé,— Bem, então tomem banho sozinhos e, quando saírem, vou confirmar se estão limpos.— Tá bom. — Alberto acenou com a cabeça, ainda com uma expressã