— Tá querendo arrumar problema, né? — Júlia não viu Tiago e já pediu as câmeras, desconfiando que o diretor estava enrolando de propósito.— Srta. Júlia... — Os seguranças cercaram o diretor, e só então ele, apavorado, a levou para a sala de monitoramento.Nas imagens das câmeras, ficou claro que Tiago e Alberto saíram da sala de aula antes do término da aula. O destino deles foi justamente um ponto cego das câmeras.— Srta. Júlia... Veja... eles fugiram sozinhos, então... — O diretor tentou se esquivar da responsabilidade.— Durante o horário de aula, seus professores deixaram as crianças saírem da sala, e você ainda tem coragem de me dizer isso? — Júlia agarrou o colarinho do diretor com força. — Escute, com uma falha de segurança tão grave, só se prepare para enfrentar a cadeia!O diretor ficou apavorado, olhando para Júlia com um medo visível. — Essa... essa área sem monitoramento, a gente não esperava que justamente aqui...— Justamente o quê? Uma escola tão grande, com câmeras qu
A voz de Alberto era extremamente alta, e seu choro desesperado podia ser ouvido a quilômetros de distância.Júlia, que ainda procurava do lado de fora, parou de repente.Não foi o choro daquela criança?— Aquela direção!Júlia, com o rosto fechado, caminhou até a porta do pequeno armazém e deu uma olhada lá dentro. — Tiago?— Júlia! — Tiago sorriu alegremente para Júlia. — Não se preocupe, eu e o Alberto estamos aqui. Deve ter sido depois da escola, e o senhor que cuida do armazém acabou trancando a porta sem querer.Tiago, com sua bondade, se apressou a explicar, defendendo o senhor que estava responsável pelo armazém.O senhor sempre trancava a porta no horário certo, e talvez a professora não tenha avisado a ele que estavam procurando algo lá dentro.— Se afasta um pouco. — Júlia pediu para Tiago dar espaço.Ela não podia esperar pelo diretor mandar alguém buscar a chave.Com um chute, Júlia arrombou a porta e puxou Tiago para o abraço. — Você tem medo?Tiago balançou a cabeça e ap
Júlia apertou os olhos, e seu rosto ficou ainda mais sério.Pedro... Isso provavelmente estava relacionado a José.Sobre a competição interna na empresa ou a intriga familiar, ele podia usar táticas, mas envolver uma criança nisso? Isso foi demasiado desprezível....Na vila da Júlia.Augusto entrou correndo na sala, e ao ver Tiago e Alberto felizes brincando no sofá, finalmente soltou um suspiro de alívio.— Chefia... — Augusto olhou para Júlia com gratidão. — Muito obrigado.— Quantos "obrigados" você me deve agora? — Júlia, vestindo um camisão de seda, descansava o rosto sobre a mão enquanto olhava para Augusto.Augusto tossiu levemente. — Eu...— Como vai me agradecer? Só com um "obrigado"? — Júlia, de maneira preguiçosa e sedutora, cruzou as pernas, exibindo de forma deliberada suas longas e brancas pernas para Augusto.Augusto se tensionou e rapidamente se colocou entre ela e as crianças, falando com um tom resignado. — As crianças estão aqui...Júlia revirou os olhos. — José e C
No hotel, na suíte.Alberto, ainda com bolhas de ranho no nariz, brincava na banheira com Tiago, fazendo formas com a espuma do sabonete líquido.— Papai, seu rosto parece um pouco escuro... — Tiago comentou baixinho, olhando para José.José estava parado ao lado da banheira, sem saber o que fazer com os dois pequenos.Carolina voltou para a casa dos Martins e não a deixou a acompanhar.Ele foi designado para cuidar das crianças no hotel.Ele não se opunha a Tiago, mas Alberto parecia estar um pouco resfriado, e o nariz escorria sem parar.Para o Sr. José, que tinha fobia de limpeza, isso era quase um... suplicio.— Tiago, Alberto, vocês já não são bebés. Precisam aprender a tomar banho sozinhos, certo? — José perguntou.Tiago assentiu.Alberto olhou para os próprios dedos, contando baixinho. — Tio, eu já tenho cinco anos, não sou mais bebé,— Bem, então tomem banho sozinhos e, quando saírem, vou confirmar se estão limpos.— Tá bom. — Alberto acenou com a cabeça, ainda com uma expressã
— Seus pais sabem que você está me contando isso? — A voz de José saiu grave.Luísa rapidamente balançou a cabeça. — Não fala assim, ele é nosso pai.Luísa estava em um dilema. Na verdade, ela realmente queria que a família vivesse em harmonia.Mas agora, as relações dentro da família estavam tensas, e a qualquer momento podia surgir uma briga.— José... Eu realmente não quero que nossa família se torne inimiga. — A voz de Luísa estava embargada.José franziu a testa e, após um longo silêncio, falou: — Nunca seremos uma verdadeira família. Não seja tão ingênua.Lídia era a amante e ainda a responsável pela morte da mãe dele. Família? Que piada!Luísa ficou com os olhos marejados, sabendo que José sempre guardou rancor por sua mãe ter sido a amante de seu pai. — Desculpa...— Vai levar Alberto de volta? — A voz de José estava um pouco mais suave.Luísa pensou por um momento. — Desculpa te causar problemas, vou levar ele de volta.José não respondeu.No banheiro.Tiago e Alberto, já com
Em casa dos Martins.A mãe de Augusto havia saído da prisão, e os parentes organizaram um jantar de recepção para ela, dizendo que era para dar uma nova cara à sua vida.— Ei, não acredito, a filha da nossa família é tão bonita. — Um dos parentes observava Carolina de cima a baixo. — Mas ainda sem namorado, né?Carolina, com sua ansiedade social, se sentia desconfortável, especialmente com olhares tão diretos e sem rodeios. Ela tentou se afastar um pouco, sem dizer nada.— Tia, o que você está fazendo? — Augusto franziu a testa e ficou na frente de Carolina, a protegendo.— Ei, vou arranjar um bom namorado para Carolina. — Essa tia, uma mulher de meia-idade, falou sorrindo. — Ela é bonita, mas já teve um filho. Aqui na nossa vila, gravidez antes do casamento é algo que todo mundo critica, mas como sua mãe me pediu, vou arrumar um bom namorado para ela.Augusto franziu a testa e olhou para Linda, que estava sentada na posição principal à mesa. — Mãe, você pediu para a tia arranjar um
— Augusto! — Linda bateu na mesa e se levantou. — Você sabe o que a gente está falando sobre você e Carolina? Isso é contra todos os princípios, quer criar o filho dela, você está louco?Carolina apertou as mãos com força, tentando controlar o choro até sentir a garganta arder.Qualquer pessoa poderia a difamar, mas ouvir essas palavras da sua mãe realmente a feriu profundamente.— Não exagera! — Augusto também se irritou.— Ah, é? Então tá bom. Passei cinco anos na prisão, e agora que saí, o mundo mudou completamente! — Linda começou a fazer cena. — Augusto, você vai escolher a irmã e abandonar a mãe?Augusto estava visivelmente irritado.— Carolina, sou sua mãe! Eu te trouxe ao mundo, mas não te criei, fiz isso para salvar sua vida. — Linda olhou para Carolina. — Amanhã peça demissão do seu trabalho, não se meta mais com a Família Santos. Quem você pensa que é?Linda bateu com força na mesa. — Qual é a nossa posição? E você ainda se atreve a se meter com a Família Santos. Quer acabar
Os olhos de Carolina estavam ligeiramente vermelhos, mas ela permaneceu em silêncio.José se aproximou, a puxou para os braços e franziu a testa, olhando para Augusto.Augusto tentou falar, mas as palavras ficaram presas.— Ei, de quem é esse carro? Não deve ser barato, né? — Linda estava acompanhando a tia para fora e, com a voz aguda, perguntou.— Quem é esse aí? Você não disse que sua filha não tem namorado? — A tia, ao perceber que José estava abraçando Carolina, perguntou, surpresa.Carolina ficou nervosa, tentando se afastar, mas foi apertada nos braços de José.— Ei, não casou e já tá aí se abraçando assim? Isso não é coisa que se faça, Linda, você precisa dar uma bronca na sua filha, assim ela nunca vai conseguir se casar. — A tia disse com um olhar bem sério.— Não será que ela tá sendo amante de alguém, não? Esse cara parece bem rico, esse carro deve custar uma fortuna, né? — Outros parentes começaram a comentar em coro.— Carolina teve um filho sem ser casada, será que ela t