Com as mãos esticadas para o alto, Carolina olhou para José com expectativa. — Consegui... tem algum prêmio?José ficou surpreso, um sorriso de satisfação surgindo em seu rosto.Os últimos dias, a sós com ela, não foram em vão. A desconfiança de Carolina em relação a ele havia diminuído, e isso era algo bom.Mas... a mudança dela estava sendo tão grande que ele não podia deixar de se sentir um pouco ansioso.Era como se algo estivesse diferente nela, e ao mesmo tempo, ele ficava feliz com essa transformação. Ela estava deixando de lado suas defesas, mostrando uma versão mais suave de si mesma.— Que tipo de prêmio você quer? — José, com um sorriso, puxou Carolina para perto de si. Ele achava que poderia satisfazer qualquer desejo de sua mulher.— Será que... você poderia... — Carolina mordeu levemente o canto dos lábios, nervosa.— Fala. — José disse, enquanto acariciava a cabeça de Carolina.— Leve eu e Tiago para o parque de diversões... — Carolina olhou para ele, com um olhar ansi
O celular de José começou a tocar, exibindo o nome de Luísa.Ele franziu a testa e ignorou.Luísa não passava de uma peça que Ricardo e Lídia usavam para testar ou executar seus planos.— Precisa voltar agora? — Perguntou José, depois que Carolina desligou o telefone.— A mãe do meu irmão... Ela saiu da prisão e quer me ver. — Respondeu Carolina, se sentando de lado, com o olhar perdido.Ela não sabia como lidar com a situação, nem como deveria a chamar.Depois de ser expulsa pela Família Silva, Carolina ficou sem ter para onde ir. Foi Augusto quem a acolheu, a levando para morar no apartamento alugado deles.Naquela época, a mãe de Augusto ainda não estava na prisão. Ela insistia para que Carolina interrompesse a gravidez, dizendo que ter aquele filho só traria problemas.Ela ainda dizia que criar um filho sozinha era um fardo pesado demais, que acabaria deixando Carolina exausta, assim como aconteceu com ela própria.Carolina realmente pensou em abortar a criança. Era um bebê sem ori
— Tá querendo arrumar problema, né? — Júlia não viu Tiago e já pediu as câmeras, desconfiando que o diretor estava enrolando de propósito.— Srta. Júlia... — Os seguranças cercaram o diretor, e só então ele, apavorado, a levou para a sala de monitoramento.Nas imagens das câmeras, ficou claro que Tiago e Alberto saíram da sala de aula antes do término da aula. O destino deles foi justamente um ponto cego das câmeras.— Srta. Júlia... Veja... eles fugiram sozinhos, então... — O diretor tentou se esquivar da responsabilidade.— Durante o horário de aula, seus professores deixaram as crianças saírem da sala, e você ainda tem coragem de me dizer isso? — Júlia agarrou o colarinho do diretor com força. — Escute, com uma falha de segurança tão grave, só se prepare para enfrentar a cadeia!O diretor ficou apavorado, olhando para Júlia com um medo visível. — Essa... essa área sem monitoramento, a gente não esperava que justamente aqui...— Justamente o quê? Uma escola tão grande, com câmeras qu
A voz de Alberto era extremamente alta, e seu choro desesperado podia ser ouvido a quilômetros de distância.Júlia, que ainda procurava do lado de fora, parou de repente.Não foi o choro daquela criança?— Aquela direção!Júlia, com o rosto fechado, caminhou até a porta do pequeno armazém e deu uma olhada lá dentro. — Tiago?— Júlia! — Tiago sorriu alegremente para Júlia. — Não se preocupe, eu e o Alberto estamos aqui. Deve ter sido depois da escola, e o senhor que cuida do armazém acabou trancando a porta sem querer.Tiago, com sua bondade, se apressou a explicar, defendendo o senhor que estava responsável pelo armazém.O senhor sempre trancava a porta no horário certo, e talvez a professora não tenha avisado a ele que estavam procurando algo lá dentro.— Se afasta um pouco. — Júlia pediu para Tiago dar espaço.Ela não podia esperar pelo diretor mandar alguém buscar a chave.Com um chute, Júlia arrombou a porta e puxou Tiago para o abraço. — Você tem medo?Tiago balançou a cabeça e ap
Júlia apertou os olhos, e seu rosto ficou ainda mais sério.Pedro... Isso provavelmente estava relacionado a José.Sobre a competição interna na empresa ou a intriga familiar, ele podia usar táticas, mas envolver uma criança nisso? Isso foi demasiado desprezível....Na vila da Júlia.Augusto entrou correndo na sala, e ao ver Tiago e Alberto felizes brincando no sofá, finalmente soltou um suspiro de alívio.— Chefia... — Augusto olhou para Júlia com gratidão. — Muito obrigado.— Quantos "obrigados" você me deve agora? — Júlia, vestindo um camisão de seda, descansava o rosto sobre a mão enquanto olhava para Augusto.Augusto tossiu levemente. — Eu...— Como vai me agradecer? Só com um "obrigado"? — Júlia, de maneira preguiçosa e sedutora, cruzou as pernas, exibindo de forma deliberada suas longas e brancas pernas para Augusto.Augusto se tensionou e rapidamente se colocou entre ela e as crianças, falando com um tom resignado. — As crianças estão aqui...Júlia revirou os olhos. — José e C
No hotel, na suíte.Alberto, ainda com bolhas de ranho no nariz, brincava na banheira com Tiago, fazendo formas com a espuma do sabonete líquido.— Papai, seu rosto parece um pouco escuro... — Tiago comentou baixinho, olhando para José.José estava parado ao lado da banheira, sem saber o que fazer com os dois pequenos.Carolina voltou para a casa dos Martins e não a deixou a acompanhar.Ele foi designado para cuidar das crianças no hotel.Ele não se opunha a Tiago, mas Alberto parecia estar um pouco resfriado, e o nariz escorria sem parar.Para o Sr. José, que tinha fobia de limpeza, isso era quase um... suplicio.— Tiago, Alberto, vocês já não são bebés. Precisam aprender a tomar banho sozinhos, certo? — José perguntou.Tiago assentiu.Alberto olhou para os próprios dedos, contando baixinho. — Tio, eu já tenho cinco anos, não sou mais bebé,— Bem, então tomem banho sozinhos e, quando saírem, vou confirmar se estão limpos.— Tá bom. — Alberto acenou com a cabeça, ainda com uma expressã
— Seus pais sabem que você está me contando isso? — A voz de José saiu grave.Luísa rapidamente balançou a cabeça. — Não fala assim, ele é nosso pai.Luísa estava em um dilema. Na verdade, ela realmente queria que a família vivesse em harmonia.Mas agora, as relações dentro da família estavam tensas, e a qualquer momento podia surgir uma briga.— José... Eu realmente não quero que nossa família se torne inimiga. — A voz de Luísa estava embargada.José franziu a testa e, após um longo silêncio, falou: — Nunca seremos uma verdadeira família. Não seja tão ingênua.Lídia era a amante e ainda a responsável pela morte da mãe dele. Família? Que piada!Luísa ficou com os olhos marejados, sabendo que José sempre guardou rancor por sua mãe ter sido a amante de seu pai. — Desculpa...— Vai levar Alberto de volta? — A voz de José estava um pouco mais suave.Luísa pensou por um momento. — Desculpa te causar problemas, vou levar ele de volta.José não respondeu.No banheiro.Tiago e Alberto, já com
Em casa dos Martins.A mãe de Augusto havia saído da prisão, e os parentes organizaram um jantar de recepção para ela, dizendo que era para dar uma nova cara à sua vida.— Ei, não acredito, a filha da nossa família é tão bonita. — Um dos parentes observava Carolina de cima a baixo. — Mas ainda sem namorado, né?Carolina, com sua ansiedade social, se sentia desconfortável, especialmente com olhares tão diretos e sem rodeios. Ela tentou se afastar um pouco, sem dizer nada.— Tia, o que você está fazendo? — Augusto franziu a testa e ficou na frente de Carolina, a protegendo.— Ei, vou arranjar um bom namorado para Carolina. — Essa tia, uma mulher de meia-idade, falou sorrindo. — Ela é bonita, mas já teve um filho. Aqui na nossa vila, gravidez antes do casamento é algo que todo mundo critica, mas como sua mãe me pediu, vou arrumar um bom namorado para ela.Augusto franziu a testa e olhou para Linda, que estava sentada na posição principal à mesa. — Mãe, você pediu para a tia arranjar um