O rosto de Pedro escureceu novamente, claramente era uma mancha que ele ainda não conseguia aceitar até agora.Sua noiva, seu primeiro amor do ensino médio, com quem ele estava desde então, dormiu com outro homem, sendo pega por ele em um hotel.Ela até defendia o homem em tudo, se recusando a revelar quem ele era, e até teve um filho para ele.- Irmã, você não ia procurar uma escola para a criança? Ouvi dizer que o filho do mordomo tem uma casa em uma ótima área escolar, com creche, escola primária e secundária no condomínio. Casando com ele, o problema da educação da criança estaria resolvido. - Luana disse indiferentemente.Carolina não sabia até que ponto eles poderiam ser maliciosos, com a mão queimada doendo ferozmente atrás de si.Ela não ousava resistir, nem contradizer.- Você não ia resolver o problema educacional do seu filho ilegítimo? Ha... você vai se casar ou não? - Pedro queria ver até que ponto Carolina poderia se sacrificar pelo filho daquela pessoa, quão sem vergonha
Carolina olhou fixamente para José, e seus dedos formigavam intensamente.José olhou para Carolina e estendeu a mão para ela. - Me dê a mão.Carolina instintivamente estendeu a mão, quase tocando José, mas de repente recuou, com medo, se afastando. - Estou suja... suja...Ela se sentia suja, indigna de tocar em José, temendo manchá-lo.Para Carolina, José era uma pessoa perfeita, quase divina.Ela não deveria manchar nem um pouco desse perfeccionismo.José franziu a testa novamente, sem entender por que estava se importando com ela. - Aplique você mesma, senão vai ficar com cicatriz.Carolina era muito pálida, seus dedos porcelana finos, e a área queimada parecia chocantemente evidente.Ela era como uma peça de cerâmica perfeita, bela, mas frágil.Carolina olhou com medo para José, estendendo a mão lentamente, pegando rapidamente o creme, continuando a se encolher.José sorriu. Ela se parecia muito com um gato de rua. Muito alerta, sempre em posição de ataque, mas incapaz de resistir.
- Até quando você vai se terminar esconder? - No escritório, José, sentado à mesa, levantou a sobrancelha e perguntou.Carolina se escondeu no canto, ouvindo o silêncio lá fora, então saiu cuidadosamente de trás da cortina.Aplicou o creme em suas mãos, e então quis devolvê-lo.- Obrigada... obrigada. - Carolina baixou a cabeça, tirou algumas dezenas de reais do bolso lentamente. Era o dinheiro que ela ganhou coletando garrafas e materiais recicláveis. - Naquele dia... seu bolo, obrigada, Tiago adorou.Carolina sorriu para José.Era um sorriso um pouco forçado.Para Carolina, José não era exatamente uma boa pessoa, mas comparado aos verdadeiros vilões, ele era muito melhor.José olhou para o dinheiro nas mãos de Carolina e falou com voz grave. - Guarde para você, quando eu precisar de dinheiro, vou pedir a você.Carolina segurou o dinheiro constrangida, rapidamente o recolheu de volta.Embora fosse uma piada, Carolina ficou com os olhos vermelhos.Havia muito tempo desde que ela sentir
Cidade A, prisão.- Ao sair, não olhe para trás, viva bem.Carolina se virou e se curvou, ficou tremendo no vento frio.Cinco anos.Quando foi presa, tinha apenas 21 anos.- Entre no carro.Ao lado da estrada, estacionava um Maybach preto, e a voz do homem era fria.Ele era o irmão de Carolina, a quem ela chamou de irmão por 21 anos, até descobrir subitamente que não tinha laços de sangue com ela.- Irmão... - Carolina disse com a voz rouca, olhando para baixo de forma desconfortável.- Não sou seu irmão, não me enoje. - Rui Silva ficou sério e verificou o relógio. - Você roubou vinte e um anos da vida de minha irmã, a fez sofrer abusos naquela casa, como ousa me chamar de irmão.Carolina mexeu os lábios rachados, mas não conseguiu dizer uma palavra.A Silva de Cidade A tinha apenas uma filha, Carolina, filha do empregada, enquanto a verdadeira herdeira da família Silva havia sido secretamente substituída pela filha do empregada.- Desculpe... - Carolina murmurou com a voz rouca após u
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que fo
A repulsa nos olhos de Pedro cresceu com a menção do filho bastardo, e ele desejava que Carolina morresse.Naquela época, Carolina fazia sexo com outro homem, envergonhando a família Santos, e depois engravidou. Antes de entrar na prisão, deu à luz aquele bastardo.Carolina olhou desesperadamente para Pedro, como se nunca o tivesse conhecido. - A criança, a criança é inocente!- Inocente? Quando Luana foi trocada e levada para viver uma vida inferior em sua casa, ela também era inocente. - Ana gritou agudamente, dando a Carolina mais dois tapas.Se não fosse João intervir, ela teria continuado a bater em Carolina para aliviar sua raiva.Com a cabeça baixa, os olhos inchados e vermelhos, Carolina permitiu-se ser espancada.Vinte e um anos de criação, essa era a dívida que ela tinha que pagar.Respirando fundo, Carolina encheu os olhos de lágrimas, olhou para Pedro, sua voz fraca e determinada. - Vou doar...Desde que não mexam com seu filho, ela faria qualquer coisa.- Você é realmente
A água do balde não conseguiu deixar Carolina acorda, mas a febre repentinamente a acometeu.- O que está acontecendo? Rápido, vamos salvá-la! - Coincidentemente, um médico estava fazendo sua ronda e, ao ver a palidez de Carolina, fez uma avaliação preliminar. - Leve-a imediatamente para a sala de emergência!Pedro permaneceu parado, com os dedos dormentes, agarrando bruscamente a gola da camisa de Rui. - Você disse que ela estava fingindo?Rui também estava nervoso e, ao afastar a mão de Pedro, respondeu: - Como eu poderia saber? Ela é uma mestre em fingir, já ouviu a fábula do Lobo em Pele de Cordeiro?- Não se preocupe, ela não vai morrer. - Ana, exibia toda a sua aura de senhora rica, calçando saltos altos, afirmou com firmeza. - Doutor, já que ela concordou em doar um rim para a nossa Luana, por favor, aproveite para verificar se os rins dela são compatíveis.O médico franzia o cenho. - Primeiramente, vamos salvá-la.- Dr. Pinto, seu pai e o pai do nosso João são bons amigos, há c
Carolina fugir do hospital enfureceu completamente a família Silva e Pedro.- Eu sei, ela não vai devolver meu rim de bom grado. - Na cama do hospital, Luana acordou, com a voz embargada.Cada palavra de Luana transmitiu a todos que Carolina lhe deveu isso.Quando voltou para a família Silva, Luana Martins não concordou em mudar seu sobrenome, continuando a se chamar Luana Martins.Ela sabia que, apesar de tudo, a família Martins a havia criado por vinte e um anos.Que contraste irônico e marcante, Luana se tornou a verdadeira princesa gentil até os ossos, enquanto Carolina era a impostora maldosa e desprezível..Na verdade, Luana era muito astuta. Ela mantinha seu nome para provocar constantemente os membros da família Silva, mantendo-os sempre culpados e compensando sem escrúpulos as mais de duas décadas de ausência.- Luana, não chore, isso é o que ela te deve. - Rui franziu a testa, preocupado. - Ela não vai escapar!- Irmão... - Luana chorou, abraçando Rui. - Estou com medo, Carol