No quarto do hotel.José estava sentado ao lado da mesa e olhou para Carolina, que estava escondida no corredor e não se atrevia a se aproximar.— Tome o remédio. — José empurrou para frente a xícara com o remédio já misturado.Carolina se escondia nervosamente atrás da divisória e, ao ouvir a voz de José, baixou a cabeça e se aproximou.— Você prefere descansar no hotel ou sair para dar uma volta? — A vista do mar em Cidade S era bonita e José se lembrava de Carolina ter dito isso antes.Carolina segurou a xícara e os olhos brilharam um pouco.Ela não era boa em expressar-se, mas seus olhos nunca mentiam.Era fácil saber se ela gostava ou não de algo apenas olhando para os olhos dela.Quando José a vir pela primeira vez na Família Santos anos atrás, tinha achado que havia uma simplicidade em seus olhos.— A febre baixou? — José se levantou e tocou na testa de Carolina.O corpo de Carolina ficou rígido por um momento e, surpreendentemente, não se afastou.— Continua um pouco quente, to
— Alguém ajude!— Ajude! Chamem uma ambulância! Chamem uma ambulância!Fora da porta, Afonso gritava com pânico, com as mãos cheias de sangue.Carolina também tinha ‘sangue’ no rosto e no canto da boca, fingindo estar desmaiada, foi carregada fora do quarto por José e eles entraram apressados no elevador.— Sr. José, o que aconteceu? — Um funcionário perguntou com nervosismo.José estava com a pressão atmosférica baixa e não disse nada.Ao ver Afonso e os outros saírem, a pessoa de limpeza no corredor saiu secretamente, entrou no quarto que estava com a porta aberta e começou a procurar por toda parte a garrafa de água mineral aberta.E depois, a jogou rapidamente no vaso sanitário.— É verdade que é difícil prevenir as traições internas, mesmo sendo sempre vigilante. — Fora da porta, Afonso entrou com o gerente do hotel, falando em voz baixa e com sarcasmo.A pessoa de limpeza ficou tão assustada que a cara ficou branca e quase caiu sentada no chão.— Gerente…— Diga, quem mandou você
Na praia.José caminhava na frente e Carolina o seguia atrás.Com José ali, ela não tinha mais disposição para apreciar o mar.O coração batia um pouco desordenadamente e a mente de Carolina estava cheia de pensamentos sobre José…Ela tinha pensado que ele a levaria diretamente de volta para a Cidade A, mas nunca imaginou que ele a trouxesse para ver o mar mesmo.— Sr. José, já entregamos para a polícia. Essa pessoa de limpeza disse que foi a assistente de Lídia quem a mandou fazer isso. A polícia já controlou a assistente de Lídia, mas ela assumiu toda a responsabilidade e, por enquanto... não podemos responsabilizar Lídia.Afonso ligou para José.— Divulgue esse incidente para a mídia e diga que fui eu quem bebeu aquela garrafa de água e fiquei ferido. — A voz de José era baixa: — Substitua todas as notícias sobre o casamento arranjado entre as Famílias Reis e Santos na internet, não quero ver mais nenhuma notícia sobre o casamento arranjado, entendeu?— Sim, Sr. José.…José foi par
Carolina olhou para José surpresa e logo rapidamente virou a cabeça, apertando os dedos nervosamente e virando-se para fechar os olhos e fingir que estava dormindo.Ela provavelmente havia realmente sido enfeitiçada.Quando estava na prisão, Carolina havia lido um livro. Quando a tentação fatal estava na sua frente, ninguém podia resistir a esse tipo de atração. Mas quando se envolvia de verdade, a morte se aproximava silenciosamente.Carolina sabia que José era uma pessoa muito perigosa, perfeito e com um veneno mortal.Com um pequeno erro, seria o fim.Mas o coração ainda podia ser tocado.Provavelmente, ela realmente não tinha consciência própria.Sofia tinha dito para ela que não se transforme em uma piada novamente.Não sabia quanto tempo tinha dormido, Carolina foi acordada suavemente.— Carolina, chegamos a casa.Chegamos a casa…Abrindo os olhos lentamente, Carolina descobriu que, sem perceber, havia se apoiado no ombro de José.De repente, sentou-se direito, desabotoou o cinto
Carolina olhou para José com pânico, Tiago... estava ferido.— Sr. José… eu, eu preciso ir ao hospital. — A voz de Carolina era chorosa e ela se virou rapidamente para correr para fora.— Eu vou com você. — José pegou o casaco, cobriu Carolina com ele e foi para o estacionamento pegar o carro: — Entre.Carolina queria dizer ‘obrigada’, mas estava tão assustada que não conseguiu fazer um som.— Descubra em qual hospital Augusto e Tiago estão. — José ligou para Afonso.Afonso, que estava longe em Cidade S e acabava de terminar de tratar o caso do hotel, precisava descobrir imediatamente o paradeiro de Augusto: — Está bem, Sr. José.…No Hospital da Cidade A, na emergência.O celular de Augusto foi arrebatado e jogado no chão, quebrando-se em pedaços.Tiago começou a chorar de medo e se escondeu no colo de Augusto.Ele tinha uma ferida na testa, claramente arranhada por algum objeto afiado.Augusto estava tentando controlar a raiva e apertava as mãos com força.Esses malditos.Nos últimos
— Sebastião. — Ele apontou para o seu crachá no peito.— Certo, você não perde por esperar.. — Cátia sinalizou para o segurança deixar a enfermeira passar e foi ao lado fazer uma ligação para o chefe do hospital.— Augusto! — Do lado de fora, Júlia entrou apressada, com um tom de voz meio aflito.— Prima. — Sebastião a chamou, enquanto continuava tratando o ferimento na testa de Tiago.Júlia lançou um olhar para Sebastião e assentiu. Na família Pinto, Sebastião era o único herdeiro, mas, ao invés de assumir os negócios, insistiu em estudar medicina e estar no caminho de ser um médico qualificado.— Chefe. — Augusto se espantou, sem entender como Júlia tinha chegado ali.O olhar de Júlia pousou no rosto de Tiago, e ela correu até ele, alarmada.— Tiago, quem fez isso?Tiago, que até então estava firme, se sentiu fragilizado ao ver Júlia e começou a chorar, ressentido.— Como você veio parar aqui? — Augusto perguntou, apreensivo.— Por que não atendeu quando eu te liguei? — Júlia estava
O mais chocado foi Augusto.A sua chefe frágil e que não conseguia nem se sustentar, que até para tomar um pouco de sol precisava de cuidados devido à hipoglicemia, e ela... com um chute, derrubou tudo! Pelo menos deveria ter a habilidade de uma faixa-preta de Taekwondo, certo?Após ser chutada contra a parede, a cabeça de Cátia bateu na superfície, a deixando atordoada.Ela demorou para reagir, ainda chocada, e olhou para Júlia com susto.Ela! Como ousava chutar? — Você ousa me chutar...— Como fez isso com o rosto do meu menino? — Júlia agarrou os cabelos de Cátia e a olhou com um olhar ameaçador, direcionando sua atenção para os seguranças que estavam completamente assustados. — Saem todos! Aqui é um hospital!Os seguranças trocaram olhares entre si, sem saber o que fazer, quando, de repente, os seguranças de Júlia, que a acompanhavam, tomaram conta da sala e expulsaram todos os seguranças de Cátia.Os seguranças de Cátia eram, em sua maioria, apenas vigilantes, muitos deles apenas
Carolina caminhou até a beira da cama, olhando para Tiago com preocupação.Tiago não se ousava mover, ao ver Carolina, ele levantou imediatamente as mãos para cobrir o ferimento, chorando.— Mãe, não olhe, Tiago está bem.Sebastião limpou e enfaixou o ferimento de Tiago com um pedaço de algodão médico, franzindo a testa.— Cuide bem da criança.— Obrigada... obrigada, Dr. Sebastião. — Carolina agradeceu rapidamente, abraçando Tiago. — Desculpe, eu... cheguei tarde.Tiago, com os olhos vermelhos, olhou para José. Seus olhos, ainda tímidos, se abriram, mas ele não conseguiu chamar de “papai”.José olhou para Tiago. O rosto pálido da criança, sem cor, e os olhos inchados de tantas lágrimas, causaram uma dor inexplicável em seu peito.José se aproximou e pegou Tiago nos braços.— Está doendo?Tiago se aninhou no ombro de José, afetuosamente.— Não dói...José olhou para Cátia com um olhar fulminante.— Você quer morrer?Júlia, que inicialmente pensava que José estava ali para ajudar Cátia,