Sofia estava visivelmente incomodada, com os dedos bem apertados.— Dessa vez viemos às pressas e não preparei um verdadeiro presente. As caranguejeiras que Carolina enviou antecipadamente foram recebidas pela mãe do Sr. André? Ela gostou? — José perguntou calmamente, com aquele ar frio e distante de sempre.Assim que ouviu José a chamar, Carolina ficou completamente sem jeito e se aproximou, um tanto desconcertada:— Presidente Pereira, há quanto tempo não o vejo.André parou por um instante, e o sorriso em seu rosto foi aos poucos se transformando em uma expressão de surpresa:— Carolina?Carolina esboçou um sorriso tímido.Sofia também ficou perplexa. Carolina conhecia o André?— Conhece a Carolina?— A Carolina também é minha colega de universidade, uma prodigiosa aluna do curso de Finanças. Ela entrou como a primeira colocada, e eu, como presidente do conselho estudantil, fiz questão de receber ela pessoalmente. — Explicou André, visivelmente satisfeito com o encontro. — E realmen
— Eu e o Sr. André também tivemos uma conexão imediata. Fico feliz em pegar uma carona com você. — José disse sorrindo, abrindo ele mesmo a porta do passageiro da frente para André.— ... — André ficou preplexo, pensando como José já parecia estar tomando conta da situação.Carolina lançou um olhar furtivo a José. Era apenas impressão sua, ou ele parecia sorrir como uma raposa astuta?André, ainda atordoado com o gesto de José ao abrir a porta, automaticamente entrou no banco do passageiro. Em seguida, José fechou a porta e abriu a porta de trás, indicando com o olhar que Carolina entraria.Com uma expressão de perplexidade evidente, Carolina olhou para seu chefe, que quase parecia o anfitrião da situação. Quando José lhe lançou outro olhar indicando para que entrasse, agora mais firme, ela sentiu uma ponta de ameaça e, sem opção, subiu no carro, se encolhendo automaticamente no canto do assento.Sofia ficou aflita, querendo dizer algo, mas José já havia entrado e fechado a porta, sem
Sofia se sentou ao lado de Carolina, segurando sua mão com carinho. — André, não precisa perguntar mais. Carolina levou muito a sério a reforma na prisão, e depois que saiu, tem trabalhado com empenho, mudando sua vida e se esforçando muito. Só de olhar, já dá uma sensação de pena.André ficou chocado, sem saber nada sobre o tempo que Carolina passou presa.Carolina apertou os dedos e retirou sua mão de forma discreta, sem dizer nada.O que Sofia disse era verdade, ela não sabia como explicar.— Carolina, agora que saiu, deve se esforçar. Se deseja algo, deve o conquistar com suas próprias habilidades e trabalho, e não mais como antes. Nada cai do céu. Você já desfrutou de vinte anos de uma vida confortável sem esforço, mas essa fase sempre cobra seu preço. — Sofia suspirou, em um tom de “estou dizendo isso para o seu bem.” — Aqui não há estranhos, estamos todos entre amigos. Eu realmente gosto de você.Carolina ficou em silêncio, sem dizer nada.André, segurando seu copo de bebida, ol
Cidade A, prisão.- Ao sair, não olhe para trás, viva bem.Carolina se virou e se curvou, ficou tremendo no vento frio.Cinco anos.Quando foi presa, tinha apenas 21 anos.- Entre no carro.Ao lado da estrada, estacionava um Maybach preto, e a voz do homem era fria.Ele era o irmão de Carolina, a quem ela chamou de irmão por 21 anos, até descobrir subitamente que não tinha laços de sangue com ela.- Irmão... - Carolina disse com a voz rouca, olhando para baixo de forma desconfortável.- Não sou seu irmão, não me enoje. - Rui Silva ficou sério e verificou o relógio. - Você roubou vinte e um anos da vida de minha irmã, a fez sofrer abusos naquela casa, como ousa me chamar de irmão.Carolina mexeu os lábios rachados, mas não conseguiu dizer uma palavra.A Silva de Cidade A tinha apenas uma filha, Carolina, filha do empregada, enquanto a verdadeira herdeira da família Silva havia sido secretamente substituída pela filha do empregada.- Desculpe... - Carolina murmurou com a voz rouca após u
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que fo
A repulsa nos olhos de Pedro cresceu com a menção do filho bastardo, e ele desejava que Carolina morresse.Naquela época, Carolina fazia sexo com outro homem, envergonhando a família Santos, e depois engravidou. Antes de entrar na prisão, deu à luz aquele bastardo.Carolina olhou desesperadamente para Pedro, como se nunca o tivesse conhecido. - A criança, a criança é inocente!- Inocente? Quando Luana foi trocada e levada para viver uma vida inferior em sua casa, ela também era inocente. - Ana gritou agudamente, dando a Carolina mais dois tapas.Se não fosse João intervir, ela teria continuado a bater em Carolina para aliviar sua raiva.Com a cabeça baixa, os olhos inchados e vermelhos, Carolina permitiu-se ser espancada.Vinte e um anos de criação, essa era a dívida que ela tinha que pagar.Respirando fundo, Carolina encheu os olhos de lágrimas, olhou para Pedro, sua voz fraca e determinada. - Vou doar...Desde que não mexam com seu filho, ela faria qualquer coisa.- Você é realmente
A água do balde não conseguiu deixar Carolina acorda, mas a febre repentinamente a acometeu.- O que está acontecendo? Rápido, vamos salvá-la! - Coincidentemente, um médico estava fazendo sua ronda e, ao ver a palidez de Carolina, fez uma avaliação preliminar. - Leve-a imediatamente para a sala de emergência!Pedro permaneceu parado, com os dedos dormentes, agarrando bruscamente a gola da camisa de Rui. - Você disse que ela estava fingindo?Rui também estava nervoso e, ao afastar a mão de Pedro, respondeu: - Como eu poderia saber? Ela é uma mestre em fingir, já ouviu a fábula do Lobo em Pele de Cordeiro?- Não se preocupe, ela não vai morrer. - Ana, exibia toda a sua aura de senhora rica, calçando saltos altos, afirmou com firmeza. - Doutor, já que ela concordou em doar um rim para a nossa Luana, por favor, aproveite para verificar se os rins dela são compatíveis.O médico franzia o cenho. - Primeiramente, vamos salvá-la.- Dr. Pinto, seu pai e o pai do nosso João são bons amigos, há c
Carolina fugir do hospital enfureceu completamente a família Silva e Pedro.- Eu sei, ela não vai devolver meu rim de bom grado. - Na cama do hospital, Luana acordou, com a voz embargada.Cada palavra de Luana transmitiu a todos que Carolina lhe deveu isso.Quando voltou para a família Silva, Luana Martins não concordou em mudar seu sobrenome, continuando a se chamar Luana Martins.Ela sabia que, apesar de tudo, a família Martins a havia criado por vinte e um anos.Que contraste irônico e marcante, Luana se tornou a verdadeira princesa gentil até os ossos, enquanto Carolina era a impostora maldosa e desprezível..Na verdade, Luana era muito astuta. Ela mantinha seu nome para provocar constantemente os membros da família Silva, mantendo-os sempre culpados e compensando sem escrúpulos as mais de duas décadas de ausência.- Luana, não chore, isso é o que ela te deve. - Rui franziu a testa, preocupado. - Ela não vai escapar!- Irmão... - Luana chorou, abraçando Rui. - Estou com medo, Carol