Ao sair do hotel, Afonso entregou a ela os dois cartões do quarto e disse o número.Ao abrir a porta, Carolina encontrou a suíte vazia; não havia ninguém.Carolina, preocupada, ligou para José, mas ele não atendeu.Sofia provavelmente tinha reservado outro quarto.— Afonso, não encontro o Sr. José. Ele não está no quarto, acho que Sofia reservou outro. O que faço? — Carolina se agachou no chão, a voz quase em pranto.— Já verifiquei, Sofia está no 80269. Vá logo para lá. — Afonso também parecia aflito, ele já imaginava que algo assim poderia acontecer.O jeito que Sofia olhava para o Sr. José era como se quisesse o devorar vivo.Se Carolina chegasse tarde, seu chefe com certeza estaria em apuros.Carolina se levantou e correu para fora.— Toc, toc, toc! — Ela bateu ansiosa na porta.Mas Sofia não abriu.Carolina, quase chorando, sabia que chorar não resolveria. Precisava insistir.— Toc, toc, toc!Provavelmente irritada com as batidas, Sofia finalmente abriu a porta.Ela estava envolta
Por que estragar a vida pessoal do chefe?Com os olhos marejados, Carolina saiu, caminhando mecanicamente em direção ao seu quarto.O que ela estava sentindo?Por que ela estava tão triste?Seis anos atrás, quando Luana apareceu no hotel com Pedro para a flagrar, quando Pedro não acreditou nela, ela parecia não ter se sentido tão mal.Aquele sentimento de insegurança, desamparo, medo, tudo aquilo havia sido rapidamente suprimido.No momento em que Sofia desvendou seus sentimentos, ao dizer que ela gostava de José, Carolina se desesperou.Ela tinha medo de que alguém descobrisse o que ela sentia.Especialmente José.Ela não podia deixar que José soubesse...O fato de gostar de José era, para ela, como o manchar.— Carolina, não deixe que você se torne uma piada de novo...Piada? Ela era uma piada.Só porque José era diferente dos outros, ela se permitiu ter esses sentimentos.Que nojo... Carolina sentia nojo de si mesma.Ela deveria se olhar no espelho.Ver se realmente estava à altura.
— Por que está fugindo...? José havia perdido toda a razão e segurou o rosto de Carolina, beijando ela sem aviso. Talvez estivesse realmente fora de controle, sentiu nela aquele aroma familiar, o mesmo de seis anos atrás…Carolina não ousava se mover. Lágrimas quentes rolavam por seu rosto enquanto ela tentava, desesperada, empurrar ele, dominada pelo medo.— Que desconforto... — murmurou José, com a voz rouca e cheia de dor, escondendo o rosto em seu pescoço. Instintivamente, Carolina ergueu os braços e o abraçou de volta.Ela se sentia imunda, indigna de José... mas talvez fosse essa a única coisa que tinha a oferecer.Com dedos trêmulos, Carolina tentou desfazer a gravata de José, sem conseguir acreditar na própria loucura. Sim, devia estar enlouquecendo.José a observou com um olhar ardente, recostado contra a parede. Repentinamente, se levantou e a envolveu nos braços com apenas uma mão, fazendo ela gritar de susto. Carolina se agarrou a ele, tremendo, enquanto ele tentava a beija
No segundo dia, José acordou com uma forte dor de cabeça.“Droga... É aquela sensação de novo.”Apoiando-se para se sentar, José olhou sombrio para a cama, já vazia e bagunçada.A noite passada...A ressaca fazia José se sentir mal, e ele levou a mão à testa, massageando as têmporas com um semblante pesado.Seis anos atrás, ele já havia sido manipulado uma vez, nunca imaginou que, seis anos depois, passaria pela mesma situação.— José, você acordou. — Sofia saiu do banheiro, trazendo uma toalha molhada em mãos. — Enxugue o rosto...Sua voz estava um pouco rouca e havia uma ponta de timidez, com as bochechas coradas intensamente.José lançou um olhar frio para Sofia, e sua voz saiu gélida.— Sofia, eu não quis levar o que aconteceu há seis anos adiante porque já fazia muito tempo. Você me acha um idiota?Era revoltante ser manipulado repetidas vezes.— José... — Sofia deu um suspiro profundo, parecendo inocente. — José, não sei do que está falando, não fui eu. Eu só... cuidei de você on
Assim que Pedro conseguiu aquele projeto naquele momento, mesmo que não ameaçasse a posição de José por enquanto, ele também estava construindo uma base sólida para si.Na opinião dos membros do conselho de administração, a capacidade de Pedro era inferior e, naturalmente, José era melhor do que ele.Mas se Pedro conseguisse conquistar esse projeto neste momento, ele poderia ganhar a aprovação do conselho de administração.Com o apoio adicional de Lídia, Pedro poderia ameaçar diretamente a posição de José em breve.Carolina apertou os dedos, baixando a cabeça e ficando em silêncio.— Carolina, você poderia me ajudar, por favor? Eu também quero ajudar o José, mas ele está muito resistente a mim agora. Ele acha que eu estou planejando algo contra ele. Eu estou muito injustiçada. — Sofia abraçou carinhosamente o braço de Carolina: — Carolina, você poderia me ajudar, por favor?Carolina se afastou instintivamente de Sofia, encolhendo as pernas e apertando-as, sem dizer nada.— Você sabe po
Cidade A, prisão.- Ao sair, não olhe para trás, viva bem.Carolina se virou e se curvou, ficou tremendo no vento frio.Cinco anos.Quando foi presa, tinha apenas 21 anos.- Entre no carro.Ao lado da estrada, estacionava um Maybach preto, e a voz do homem era fria.Ele era o irmão de Carolina, a quem ela chamou de irmão por 21 anos, até descobrir subitamente que não tinha laços de sangue com ela.- Irmão... - Carolina disse com a voz rouca, olhando para baixo de forma desconfortável.- Não sou seu irmão, não me enoje. - Rui Silva ficou sério e verificou o relógio. - Você roubou vinte e um anos da vida de minha irmã, a fez sofrer abusos naquela casa, como ousa me chamar de irmão.Carolina mexeu os lábios rachados, mas não conseguiu dizer uma palavra.A Silva de Cidade A tinha apenas uma filha, Carolina, filha do empregada, enquanto a verdadeira herdeira da família Silva havia sido secretamente substituída pela filha do empregada.- Desculpe... - Carolina murmurou com a voz rouca após u
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que fo
A repulsa nos olhos de Pedro cresceu com a menção do filho bastardo, e ele desejava que Carolina morresse.Naquela época, Carolina fazia sexo com outro homem, envergonhando a família Santos, e depois engravidou. Antes de entrar na prisão, deu à luz aquele bastardo.Carolina olhou desesperadamente para Pedro, como se nunca o tivesse conhecido. - A criança, a criança é inocente!- Inocente? Quando Luana foi trocada e levada para viver uma vida inferior em sua casa, ela também era inocente. - Ana gritou agudamente, dando a Carolina mais dois tapas.Se não fosse João intervir, ela teria continuado a bater em Carolina para aliviar sua raiva.Com a cabeça baixa, os olhos inchados e vermelhos, Carolina permitiu-se ser espancada.Vinte e um anos de criação, essa era a dívida que ela tinha que pagar.Respirando fundo, Carolina encheu os olhos de lágrimas, olhou para Pedro, sua voz fraca e determinada. - Vou doar...Desde que não mexam com seu filho, ela faria qualquer coisa.- Você é realmente