— Por que está fugindo...? José havia perdido toda a razão e segurou o rosto de Carolina, beijando ela sem aviso. Talvez estivesse realmente fora de controle, sentiu nela aquele aroma familiar, o mesmo de seis anos atrás…Carolina não ousava se mover. Lágrimas quentes rolavam por seu rosto enquanto ela tentava, desesperada, empurrar ele, dominada pelo medo.— Que desconforto... — murmurou José, com a voz rouca e cheia de dor, escondendo o rosto em seu pescoço. Instintivamente, Carolina ergueu os braços e o abraçou de volta.Ela se sentia imunda, indigna de José... mas talvez fosse essa a única coisa que tinha a oferecer.Com dedos trêmulos, Carolina tentou desfazer a gravata de José, sem conseguir acreditar na própria loucura. Sim, devia estar enlouquecendo.José a observou com um olhar ardente, recostado contra a parede. Repentinamente, se levantou e a envolveu nos braços com apenas uma mão, fazendo ela gritar de susto. Carolina se agarrou a ele, tremendo, enquanto ele tentava a beija
No segundo dia, José acordou com uma forte dor de cabeça.“Droga... É aquela sensação de novo.”Apoiando-se para se sentar, José olhou sombrio para a cama, já vazia e bagunçada.A noite passada...A ressaca fazia José se sentir mal, e ele levou a mão à testa, massageando as têmporas com um semblante pesado.Seis anos atrás, ele já havia sido manipulado uma vez, nunca imaginou que, seis anos depois, passaria pela mesma situação.— José, você acordou. — Sofia saiu do banheiro, trazendo uma toalha molhada em mãos. — Enxugue o rosto...Sua voz estava um pouco rouca e havia uma ponta de timidez, com as bochechas coradas intensamente.José lançou um olhar frio para Sofia, e sua voz saiu gélida.— Sofia, eu não quis levar o que aconteceu há seis anos adiante porque já fazia muito tempo. Você me acha um idiota?Era revoltante ser manipulado repetidas vezes.— José... — Sofia deu um suspiro profundo, parecendo inocente. — José, não sei do que está falando, não fui eu. Eu só... cuidei de você on
Assim que Pedro conseguiu aquele projeto naquele momento, mesmo que não ameaçasse a posição de José por enquanto, ele também estava construindo uma base sólida para si.Na opinião dos membros do conselho de administração, a capacidade de Pedro era inferior e, naturalmente, José era melhor do que ele.Mas se Pedro conseguisse conquistar esse projeto neste momento, ele poderia ganhar a aprovação do conselho de administração.Com o apoio adicional de Lídia, Pedro poderia ameaçar diretamente a posição de José em breve.Carolina apertou os dedos, baixando a cabeça e ficando em silêncio.— Carolina, você poderia me ajudar, por favor? Eu também quero ajudar o José, mas ele está muito resistente a mim agora. Ele acha que eu estou planejando algo contra ele. Eu estou muito injustiçada. — Sofia abraçou carinhosamente o braço de Carolina: — Carolina, você poderia me ajudar, por favor?Carolina se afastou instintivamente de Sofia, encolhendo as pernas e apertando-as, sem dizer nada.— Você sabe po
— Venha comigo, Sr. José está muito bravo. — Afonso suspirou e pediu para Carolina o seguir.Carolina limpou as lágrimas e se esforçou para não mostrar nada de errado, baixando a cabeça e seguindo atrás de Afonso.— O que houve com você? Por que você fugiu ontem à noite? Está com vergonha na cara? — Logo que entrou no hotel, a recepcionista da noite anterior viu Carolina e foi até ela com raiva: — O seu cartão de trabalho é falso, não é?Carolina não disse nada e ficou com a cabeça baixa.Afonso franziu as sobrancelhas e estava prestes a perguntar o que havia acontecido quando viu José sair do elevador.A recepcionista se apressou para recebê-lo: — Sr. José, você dormiu bem ontem à noite?José tinha a cara fria e seus olhos estavam fixados em Carolina o tempo todo.Carolina não teve coragem de levantar a cabeça para olhar para José e ficou ali parada, sem saber o que fazer.José não prestou atenção em ninguém e foi direto até Carolina.Carolina deu um passo para trás, nervosa, mordendo
Afonso se deu um aperto para se certificar e percebeu que não era ilusão.— Sr. José… Sr. José… — Por que o cartão de trabalho de Carolina estava na recepção? — José perguntou em voz baixa e séria.— A Sra. Carolina, ontem à noite… — A recepcionista hesitou em continuar falando.— Desculpe, Sr. José. Nós… pensamos erroneamente que a Sra. Carolina era… — Era o quê? — José franziu as sobrancelhas e perdeu a paciência.— Uma prostituta de relacionamento financeiro. — A recepcionista disse com nervosismo. — Sr. José, realmente não foi culpa nossa. Nós realmente não sabíamos que a Sra. Carolina era sua assistente.Ao ver o olhar frio de José, as duas moças da recepção ficaram com a cara branca de medo e suas vozes tremiam.— Foi o gerente que nos deu uma foto e nos pediu para a deter, dizendo que ela era… poderia ser, uma prostituta de relacionamento financeiro. — A recepcionista baixou a cabeça nervosamente.José riu sarcasticamente.Realmente era muito ousado.Não só planejava algo cont
— Tome o remédio primeiro e depois coma o café da manhã. — José não tinha a menor intenção de deixar Carolina fazer o que quisesse. Mesmo com ela nos braços, ele a abanava para acordá-la.Afinal, se estiver doente, é preciso tomar o remédio rapidamente e comer bem, caso contrário, a resistência do corpo diminui e a recuperação fica muito lenta.— Estou com sono… — Carolina estava realmente cansada e tinha muita vontade de dormir.Com a febre, Carolina estava confusa e adormecida, ficando deitada no corpo de José e continuando a dormir.José, sem jeito, a levou para a mesa de jantar e a persuadiu para comer primeiro.O corpo de Carolina estava muito quente e sua respiração também era quente.José se sentiu um pouco preocupado por ela e, mais do que isso, culpou-se.O que ele tinha feito com ela ontem à noite… — Sr. José. — Do lado de fora da porta, era o toque de Afonso.Carolina acordou assustada, com a cabeça ainda confusa, e se levantou de repente, quase caindo ao tentar se manter e
Por que ele estava sendo tão bom com ela?Era algo que ela estava imaginando ou era real?Carolina tinha dificuldade em acreditar.Após comer alguns legumes e beber uma sopa, Carolina, com dor de cabeça, pegou o copo para tomar o remédio.— É muito amargo? É difícil tomar? — Ao ver os olhos de Carolina ficarem marejados, José perguntou.— Não… não é difícil. — Carolina balançou a cabeça.Como o remédio poderia ser difícil?Antes, na Família Silva, Carolina tinha muito medo de ficar doente e tomar remédio, então preferia fazer uma infusão intravenosa em vez de tomar remédio.Cada vez que ficava doente, Rui precisava persuadi-la por muito tempo para que ela tomasse o remédio.Naquela época, Carolina achava ingenuamente que tomar o remédio era a coisa mais difícil do mundo.Só após deixar a Família Silva e entrar na prisão que Carolina descobriu que, na verdade, tomar o remédio não era nada difícil.A própria vida era muito mais difícil do que o remédio.Tomou todo o remédio de uma vez, l
— O quê? — Carolina achou que estava alucinando, que tinha ouvido errado.— Você não vai mesmo quer me casar com a Família Reis, não é? — José se recostou no sofá e perguntou com indiferença.Carolina abriu a boca e só conseguiu falar depois de muito tempo: — Sr. José… Até agora, parece que o casamento de você com a Família Reis seria o mais vantajoso para sua posição no Grupo Santos.— Eu preciso me vender no casamento por meio de um casamento arranjado para manter minha posição? — José retorquiu.Carolina deu um suspiro de choque, parecia que, na verdade, não era muito necessário: — Mas… isso pode resolver muitos problemas.— Então qual é o significado da nossa cooperação? — José teve vontade de rir sem jeito, pensando quando aquela pequena cabeça de Carolina ia entender.Carolina ficou instantaneamente nervosa.O que José queria dizer era que, se ele se casasse com a Família Reis, ela não teria mais valor ou significado.Parecia que era mesmo assim.A Família Reis podia oferecer uma