José colocou o casaco sobre Carolina, a voz estava baixa. — Vamos voltar para Cidade A.— Ah? — Afonso olhou para José, chocado. — Presidente Santos... Daqui para Cidade A leva pelo menos quatro horas, e depois voltaremos para a cidade J. Sua reunião à tarde... Não haverá tempo para descansar, isso é muito cansativo.José não se importou e carregou Carolina para o carro. Carolina levou um tempo para perceber que a pessoa ao seu lado era real, não uma ilusão. Ela tentou, com esforço, emitir algum som, mas não conseguiu.— Beba um pouco de água quente. — José ofereceu água quente para Carolina. Ela pegou, com os dedos tremendo, e o calor lentamente se espalhou pelas suas mãos.José não perguntou a Carolina o que havia acontecido. Ficou em silêncio, recostado no assento, esperando Carolina se acalmar antes de falar. — No futuro, se tiver uma emergência, pode me avisar. Vou mandar um motorista para você.Carolina abriu a boca e disse baixinho. — Obrigada...José não respondeu, fechan
— Senhora, você acordou.Às sete e meia da manhã, a empregada acordou Carolina.Carolina sentou-se apressada, olhando nervosa ao redor.Quando foi que ela voltou...José a trouxe de volta?— Pre... Onde está o Presidente Santos? — Perguntou Carolina em voz baixa.— O senhor está na sala de jantar. — Respondeu a empregada com um sorriso.Carolina desceu da cama nervosa, lavou-se apressadamente e saiu correndo. — Des... desculpe.— Coma o café da manhã. — José falou calmamente, sua expressão inalterada.Carolina sentou-se ao lado dele de cabeça baixa, só então notou o curativo no dedo machucado por ela mesma.— Presidente Santos, sobre a sua parceria em J Cidade... — Carolina perguntou baixinho.— Irei à tarde, não há pressa. — José percebeu que Carolina, quando nervosa, tendia a morder a si mesma, fosse o dedo, fosse o lábio.— Desculpe, não quero causar-lhe problemas. — Disse Carolina, lamentando muito.— Então, mantenha-se longe de Marcos. — Disse José, largando a xícara de café, sua
Afonso ficou sem entender, era mal humor matinal do Presidente Santos?— Presidente Santos, Carolina retirou as acusações, e Pedro já saiu, enganado pelo senhor Ricardo. Com toda a confusão, ele deve ficar quieto por um tempo. — Afonso relatou cautelosamente.— Quando Pedro e Carolina se conheceram? — José perguntou com desinteresse.— Eles são famosos como amigos de infância! E o primeiro amor um do outro? Você não lembra do Pedro, aos dezoito anos, indo levar chocolate de aniversário para Carolina, feito por ele mesmo, na chuva? Afonso, sem perceber o perigo, se empolgou. — Uma garota de dezessete, dezoito anos claro se apaixonaria. Foi o primeiro amor, não? Não sei como Pedro pensa agora. Enciumado por amor?— Você pode ficar quieto. — A expressão de José estava sombria e impassível.Afonso ficou pasmo. Não era ele quem perguntou?Após um longo silêncio no carro, José murmurou. — Infantil.— Hã? — Afonso quase esquecera o que havia dito.Quem era infantil? O quê era infantil?...C
Carolina denunciou, e a polícia levou para investigação.Não era grande coisa, e a solução foi indenização e desculpas.Mas Afonso tornou a questão pública, todos no grupo ficaram sabendo.— Nada a temer se não fez nada. Onde já se viu temer o que dizem?— Digo a vocês, tenho um amigo que já esteve com Carolina, famosa no círculo.— Bonita e parece pura, quem imaginaria? Eu também iria.Alguns homens conversavam na área de fumantes.Boatos nunca desaparecem, mesmo que parem no grupo, continuam por baixo.— Você não chega ao nível, os que ficam com Carolina são todos ricos.Carolina ficou muito tempo fora da área de fumantes, até entrar. — Qual amigo ficou comigo? Traga-o para confirmar. Se não ficou, você se desculpa publicamente.Sua voz estava rouca.Esperou que parassem com os boatos, mas intensificaram.Os homens ficaram embasbacados.Ao ver Carolina, de olhos vermelhos, pareceram perder a compostura. Um a um, começaram a provocá-la. — O quê, acompanhar e não falar? Quanto você cob
Carolina ainda tinha lhes dado uma saída. Para lidar com eles também, não podia ser muito apressada. Se pedissem demissão voluntária, levariam o currículo com a experiência no Grupo Santos e poderiam facilmente conseguir emprego em outra empresa, com um salário alto. Porém, se fossem demitidos pelo Grupo Santos, o motivo da dispensa estaria em seu histórico. As grandes empresas sempre faziam verificações de antecedentes, especialmente para posições importantes. Alguns homens olharam para Carolina surpresos, com a raiva estampada no rosto. — Carolina, você está fazendo isso por vingança pessoal! Mas, com José ali, eles não ousaram ser muito insolentes. Carolina não disse nada, esperando que eles percebesse qual era o limite. Ela era a assistente de José, e a partir de agora, teria que suportar os problemas do chefe. Além disso, ela já não se importava mais, sua reputação já estava arruinada, então não tinha mais o que temer. José olhava para Carolina com um significado profund
Lúcia, como uma empregada veterana, geralmente mostrava-se orgulhosa, com uma arrogância intrínseca na empresa. Coisas pequenas não a amedrontavam. Se Carolina quisesse trazer Lúcia para o lado de José, teria que lidar com ela adequadamente. Pelo menos remover o orgulho dela primeiro. — Quando pensa em me utilizar? — José se lembrava quando Carolina perguntou se ele era alérgico a amendoim. — Aproveitar a oportunidade, amanhã... — Carolina ainda estava um pouco assustada. — Presidente Santos, não se preocupe, vou me preparar com antialérgicos com antecedência, nunca lhe colocaria em risco. José sorriu. — Vou aguardar seu sinal de lealdade. Carolina abaixou a cabeça, assentindo fortemente. — Vamos, vou mostrar a empresa para você. Carolina olhou, surpresa, para José. O chefe estava pessoalmente levando-a para conhecer a empresa. Isso não era um simples tour, estava estabelecendo sua autoridade. Como assistente de José, ela inevitavelmente teria que lidar com cada depar
Mas Carolina, parecia alguém que poderia segui-lo a vida toda. Ao caminhar, José parou novamente, surpreso. Carolina perdeu o equilíbrio e colidiu com José. Ela olhou confusa para o chefe que parou de repente. — Presidente Santos, alguma programação? José considerou por um momento. — O que você quer jantar? — ... — Carolina deu uma olhada, respondendo em segredo. — Presidente Santos, estamos em horário de trabalho. José assentiu. — Tem algum compromisso após o expediente? Carolina respirou fundo e respondeu sem rodeios. — Marcos me contatou... disse que viria ver Tiago. José franziu a testa e sua expressão escureceu imediatamente. Vendo que José não falava mais nada, Carolina ficou em silêncio, seguindo atrás dele. Ela tentou abrir a boca, pensando várias vezes em explicar, mas nunca conseguiu. Justificar que o médico de Tiago solicitou a presença do pai biológico para exames parecia desnecessário. Se não fosse por Tiago, Carolina nunca teria contato com Marcos no
No escritório do presidente, o celular de Carolina não parava de vibrar. Dava para perceber que José estava descontente, e Carolina, atrapalhada, colocou no silencioso. José, no entanto, não a obrigou a desligar o telefone. Porque enquanto Carolina não atendesse, Marcos ficaria esperando. Afonso havia mandado mensagem antes, dizendo que o carro de Marcos estava no térreo, evidentemente esperando por Carolina. — Faça cem cópias deste documento. — José deu a Carolina uma tarefa. Carolina pegou o documento e deu uma olhada. Era um manual do funcionário. Fazer cem cópias? — Presidente Santos, é para distribuir a todos os funcionários? — Uhum. — José respondeu evasivamente. — Mas... não seria mais fácil enviar uma mensagem em massa no grupo de gestão do departamento para que eles repassem? — Carolina não entendia por que o trabalho de copiar cem vezes era necessário. José colocou o documento de lado e olhou para Carolina. Ele não disse nada, mas Carolina já cedeu. — Chefe,