Lúcia, como uma empregada veterana, geralmente mostrava-se orgulhosa, com uma arrogância intrínseca na empresa. Coisas pequenas não a amedrontavam. Se Carolina quisesse trazer Lúcia para o lado de José, teria que lidar com ela adequadamente. Pelo menos remover o orgulho dela primeiro. — Quando pensa em me utilizar? — José se lembrava quando Carolina perguntou se ele era alérgico a amendoim. — Aproveitar a oportunidade, amanhã... — Carolina ainda estava um pouco assustada. — Presidente Santos, não se preocupe, vou me preparar com antialérgicos com antecedência, nunca lhe colocaria em risco. José sorriu. — Vou aguardar seu sinal de lealdade. Carolina abaixou a cabeça, assentindo fortemente. — Vamos, vou mostrar a empresa para você. Carolina olhou, surpresa, para José. O chefe estava pessoalmente levando-a para conhecer a empresa. Isso não era um simples tour, estava estabelecendo sua autoridade. Como assistente de José, ela inevitavelmente teria que lidar com cada depar
Mas Carolina, parecia alguém que poderia segui-lo a vida toda. Ao caminhar, José parou novamente, surpreso. Carolina perdeu o equilíbrio e colidiu com José. Ela olhou confusa para o chefe que parou de repente. — Presidente Santos, alguma programação? José considerou por um momento. — O que você quer jantar? — ... — Carolina deu uma olhada, respondendo em segredo. — Presidente Santos, estamos em horário de trabalho. José assentiu. — Tem algum compromisso após o expediente? Carolina respirou fundo e respondeu sem rodeios. — Marcos me contatou... disse que viria ver Tiago. José franziu a testa e sua expressão escureceu imediatamente. Vendo que José não falava mais nada, Carolina ficou em silêncio, seguindo atrás dele. Ela tentou abrir a boca, pensando várias vezes em explicar, mas nunca conseguiu. Justificar que o médico de Tiago solicitou a presença do pai biológico para exames parecia desnecessário. Se não fosse por Tiago, Carolina nunca teria contato com Marcos no
No escritório do presidente, o celular de Carolina não parava de vibrar. Dava para perceber que José estava descontente, e Carolina, atrapalhada, colocou no silencioso. José, no entanto, não a obrigou a desligar o telefone. Porque enquanto Carolina não atendesse, Marcos ficaria esperando. Afonso havia mandado mensagem antes, dizendo que o carro de Marcos estava no térreo, evidentemente esperando por Carolina. — Faça cem cópias deste documento. — José deu a Carolina uma tarefa. Carolina pegou o documento e deu uma olhada. Era um manual do funcionário. Fazer cem cópias? — Presidente Santos, é para distribuir a todos os funcionários? — Uhum. — José respondeu evasivamente. — Mas... não seria mais fácil enviar uma mensagem em massa no grupo de gestão do departamento para que eles repassem? — Carolina não entendia por que o trabalho de copiar cem vezes era necessário. José colocou o documento de lado e olhou para Carolina. Ele não disse nada, mas Carolina já cedeu. — Chefe,
— Desculpe, Presidente Nono, nosso Presidente Santos já saiu. Acabou de pegar o elevador. Marcos, irritado, apertou os botões do elevador freneticamente. José! Estava tentando enganá-lo? Talvez ele tenha sido muito cortês com José ao longo dos anos. No estacionamento subterrâneo. — Presidente Santos, você... vai dirigir? — Carolina olhou ao redor, pois nem o motorista nem Afonso estavam ali. — Sabe dirigir? — José perguntou. Carolina, nervosa, sacudiu a cabeça. — Não, não sei. Quando Carolina abriu a porta de trás, José franziu a testa. — Venha para frente! Carolina rapidamente fechou a porta e entrou no banco do passageiro. — Pre... Presidente Santos, vamos para onde? — Se fosse um encontro de negócios, Carolina gostaria de se preparar. José não respondeu e acelerou. — Presidente Santos! Na saída do elevador, o gerente que recebia Marcos gritou, preocupado. Mas já era tarde. José calculou tudo meticulosamente, garantindo que cada passo de Marcos foss
— …… — Augusto sabia que Júlia tinha começado novamente com esse tipo de conversa.Au! Au! De repente, barulho de latidos veio de fora da mansão, um enorme cachorro Pastor Alemão correndo na direção deles.— Ah! — Júlia gritou, quase por reflexo, saltou para os braços de Augusto, agarrando-se a ele firmemente.Júlia tinha medo de cães, e os guarda-costas da Família Pintos sabiam disso. Na verdade, trabalhar como guarda-costas de Júlia era bem tranquilo, desde que não houvesse perigo, só precisava proteger a chefe dos cachorros.Augusto não sabia por que Júlia tinha tanto medo de cães, mas, pelo nível de pavor, não era um medo simples, era como se houvesse uma experiência traumática. Como ter sido mordida por um cachorro.— Augusto, afaste-o, afaste-o! — Júlia disse com a voz chorosa, assustadoramente agarrada a Augusto, apertando a cintura dele.Augusto a segurou com uma mão, olhando fixamente para o cão.Para a segurança, a mansão de Júlia ficava no meio de um lago, não havia casas co
Eles dois, na verdade, pertenciam a mundos distintos.Para Augusto, esses jovens ricos e herdeiras pertenciam a outro tipo de espécie.Entre espécies diferentes, como poderia surgir algum sentimento?Era como um ser humano não se apaixonar por um rato de esgoto, e nem um gato de rua se apaixonar por um andarilho.…Na creche.José dirigia para buscar Tiago.Augusto previu que Júlia o atrasaria e ele não conseguiria sair no horário, então pediu a José para deixar Carolina sair no horário certo.Alguém deveria conseguir pegar Tiago sem ser explorado pelo chefe.Parando na frente da creche, Carolina ficou chocada. — Buscar Tiago?José olhou para Carolina. — Caso contrário? Vou te levar para a escola?Embora ele falasse de maneira sarcástica, Carolina se sentiu estranhamente aquecida. — Eu... eu vou buscar Tiago.— Já contatei o hospital. Marcos pediu ao médico para te chamar sob o pretexto de consultar Tiago, mas ele apenas quer te ver. — José falou abertamente sobre Marcos. Claro, isso n
— Como a escola infantil mais segura da Cidade A, permitir que uma criança saia sem avisar os responsáveis é inadmissível. Se algo acontecer, a escola será responsabilizada. — A voz de José tinha um tom sério de advertência.— Pre… Presidente Santos, é que a criança foi levada pelo próprio diretor… — A professora estava apavorada, gaguejando enquanto falava.— Chame o diretor. — José estava claramente irritado e ligou para Afonso. — Verifique as câmeras de segurança próximas à escola para ver quem levou Tiago, rápido.Logo, o diretor veio correndo. — Senhor Santos…— Eu deixo meu filho na sua escola para qualquer um levá-lo assim? — O tom de José era ameaçador, sua frieza natural estava ainda mais assustadora com a raiva evidente.— Pre… Presidente Santos, seu filho? — O diretor estava em choque, checando os registros. — Você está falando do pequeno Tiago? Foi o próprio senhor Nono que veio, dizendo ser o avô da criança e que estava lá para buscá-la em nome do pai.Carolina ficou insta
Atualmente, Tiago estava prestes a completar cinco anos e meio, ele entendia testes de DNA e seu significado perfeitamente.— Nesta situação, admitimos a falha da escola, já contatei o assistente do senhor Nono, ele informou que Tiago e o senhor Nono estão no Clube H, vamos localizar a criança para garantir sua segurança, faremos o possível para corrigir esse erro, o que acha… — O diretor quase chorava, pois a Santos Group era a principal fonte de renda da escola, eles não podiam ofender José.José deu uma risada fria, sem dizer nada, conduziu Carolina até o carro.Afonso rapidamente ligou. — Presidente Santos, o senhor Nono veio pessoalmente à Cidade A! Está no Clube H. Tiago está com ele, sem tentar esconder.José desligou o telefone, observando Carolina preocupado.O fato de o velho Nono não esconder que estava com Tiago era um sinal de perigo. A Família Nono certamente disputaria a guarda do menino.Carolina olhou para o telefone, ainda atordoada, enquanto Marcos ligava. — Carolina