— Desculpe, Presidente Nono, nosso Presidente Santos já saiu. Acabou de pegar o elevador. Marcos, irritado, apertou os botões do elevador freneticamente. José! Estava tentando enganá-lo? Talvez ele tenha sido muito cortês com José ao longo dos anos. No estacionamento subterrâneo. — Presidente Santos, você... vai dirigir? — Carolina olhou ao redor, pois nem o motorista nem Afonso estavam ali. — Sabe dirigir? — José perguntou. Carolina, nervosa, sacudiu a cabeça. — Não, não sei. Quando Carolina abriu a porta de trás, José franziu a testa. — Venha para frente! Carolina rapidamente fechou a porta e entrou no banco do passageiro. — Pre... Presidente Santos, vamos para onde? — Se fosse um encontro de negócios, Carolina gostaria de se preparar. José não respondeu e acelerou. — Presidente Santos! Na saída do elevador, o gerente que recebia Marcos gritou, preocupado. Mas já era tarde. José calculou tudo meticulosamente, garantindo que cada passo de Marcos foss
— …… — Augusto sabia que Júlia tinha começado novamente com esse tipo de conversa.Au! Au! De repente, barulho de latidos veio de fora da mansão, um enorme cachorro Pastor Alemão correndo na direção deles.— Ah! — Júlia gritou, quase por reflexo, saltou para os braços de Augusto, agarrando-se a ele firmemente.Júlia tinha medo de cães, e os guarda-costas da Família Pintos sabiam disso. Na verdade, trabalhar como guarda-costas de Júlia era bem tranquilo, desde que não houvesse perigo, só precisava proteger a chefe dos cachorros.Augusto não sabia por que Júlia tinha tanto medo de cães, mas, pelo nível de pavor, não era um medo simples, era como se houvesse uma experiência traumática. Como ter sido mordida por um cachorro.— Augusto, afaste-o, afaste-o! — Júlia disse com a voz chorosa, assustadoramente agarrada a Augusto, apertando a cintura dele.Augusto a segurou com uma mão, olhando fixamente para o cão.Para a segurança, a mansão de Júlia ficava no meio de um lago, não havia casas co
Eles dois, na verdade, pertenciam a mundos distintos.Para Augusto, esses jovens ricos e herdeiras pertenciam a outro tipo de espécie.Entre espécies diferentes, como poderia surgir algum sentimento?Era como um ser humano não se apaixonar por um rato de esgoto, e nem um gato de rua se apaixonar por um andarilho.…Na creche.José dirigia para buscar Tiago.Augusto previu que Júlia o atrasaria e ele não conseguiria sair no horário, então pediu a José para deixar Carolina sair no horário certo.Alguém deveria conseguir pegar Tiago sem ser explorado pelo chefe.Parando na frente da creche, Carolina ficou chocada. — Buscar Tiago?José olhou para Carolina. — Caso contrário? Vou te levar para a escola?Embora ele falasse de maneira sarcástica, Carolina se sentiu estranhamente aquecida. — Eu... eu vou buscar Tiago.— Já contatei o hospital. Marcos pediu ao médico para te chamar sob o pretexto de consultar Tiago, mas ele apenas quer te ver. — José falou abertamente sobre Marcos. Claro, isso n
— Como a escola infantil mais segura da Cidade A, permitir que uma criança saia sem avisar os responsáveis é inadmissível. Se algo acontecer, a escola será responsabilizada. — A voz de José tinha um tom sério de advertência.— Pre… Presidente Santos, é que a criança foi levada pelo próprio diretor… — A professora estava apavorada, gaguejando enquanto falava.— Chame o diretor. — José estava claramente irritado e ligou para Afonso. — Verifique as câmeras de segurança próximas à escola para ver quem levou Tiago, rápido.Logo, o diretor veio correndo. — Senhor Santos…— Eu deixo meu filho na sua escola para qualquer um levá-lo assim? — O tom de José era ameaçador, sua frieza natural estava ainda mais assustadora com a raiva evidente.— Pre… Presidente Santos, seu filho? — O diretor estava em choque, checando os registros. — Você está falando do pequeno Tiago? Foi o próprio senhor Nono que veio, dizendo ser o avô da criança e que estava lá para buscá-la em nome do pai.Carolina ficou insta
Atualmente, Tiago estava prestes a completar cinco anos e meio, ele entendia testes de DNA e seu significado perfeitamente.— Nesta situação, admitimos a falha da escola, já contatei o assistente do senhor Nono, ele informou que Tiago e o senhor Nono estão no Clube H, vamos localizar a criança para garantir sua segurança, faremos o possível para corrigir esse erro, o que acha… — O diretor quase chorava, pois a Santos Group era a principal fonte de renda da escola, eles não podiam ofender José.José deu uma risada fria, sem dizer nada, conduziu Carolina até o carro.Afonso rapidamente ligou. — Presidente Santos, o senhor Nono veio pessoalmente à Cidade A! Está no Clube H. Tiago está com ele, sem tentar esconder.José desligou o telefone, observando Carolina preocupado.O fato de o velho Nono não esconder que estava com Tiago era um sinal de perigo. A Família Nono certamente disputaria a guarda do menino.Carolina olhou para o telefone, ainda atordoada, enquanto Marcos ligava. — Carolina
José era uma pessoa sempre madura, desde pequeno. Talvez por causa do ambiente familiar, José começou a morar sozinho com o velho da Família Santos aos cinco anos. Enquanto outras crianças passavam por fases de rebeldia e impulsividade na adolescência, José já demonstrava uma maturidade precoce. Ele era meticuloso em tudo o que fazia e nunca agia por impulso.Em qualquer situação, ele refletia sobre todos os aspectos antecipadamente para decidir se aquilo valia a pena. Quando estava no jardim de infância, e os professores distribuíam animais de estimação para que alunos exemplares pudessem levar para casa, José recusava. Ele já sabia que cuidar de um animal exigia responsabilidade, e que sofreria quando um cachorro, por exemplo, chegasse ao fim de sua curta vida de pouco mais de dez anos. Por isso, simplesmente não criava animais.José era alguém que sabia controlar suas perdas. Por isso, sentimentos e mulheres eram apenas conceitos para ele desde cedo. Ele era racional ao extremo
Claro, uma vez em Cidade A, o bisneto era a prioridade.— Vovô, isso não tem nada a ver com Tiago ou Carolina, o senhor não deveria ter levado Tiago sem avisar! — Marcos achava que o avô estava errado, mas não podia repreendê-lo demais.— Foi eu que quis ir com o vovô. — Tiago apressou-se a explicar em defesa do velho.Marcos ficou surpreso, olhando para Tiago em seus braços. — Por quê?Tiago ficou em silêncio, sem responder. Na verdade, ele não queria aceitar Marcos como seu pai. Ele preferia José. Mas ele entendia o significado do teste de paternidade. Significava que, em termos de sangue e genética, ele era filho de Marcos. Sabia que, com o teste, poderiam levá-lo de sua mãe. Tiago era esperto, queria tomar a iniciativa, não queria que sua mãe fosse injustiçada, nem queria que o velho da Família Nono o tomasse. Ele se esforçava para demonstrar ao velho que a educação da mãe fora um sucesso, que ele estava feliz com sua mãe, e até mesmo que a escola que frequentava era a melhor do
Marcos franziu a testa, relutante em sair, com receio de que o velho dissesse algo que irritasse Carolina.— Agora essa mulher é mais importante que seu avô? — O velho perguntou, irritado.Marcos não respondeu, abaixou a cabeça e ficou em silêncio por um tempo. — Tiago, saia com o papai.Tiago olhou para a mãe, relutante em sair.Carolina segurou o rosto de Tiago. — Vá esperar a mamãe lá fora, tudo bem. O vovô só quer conversar comigo.Tiago assentiu e saiu preocupado.O quarto ficou apenas com Carolina, o velho e o assistente, que foi o primeiro a falar. — Senhorita Carolina, diga suas condições para abrir mão da guarda da criança.— Tiago é meu. — Carolina apertou os dedos com força. — Eu já acertei com Marcos, a criança é minha, ele não vai disputar, e eu não o acusarei de estupro.Carolina respirou fundo e olhou para o velho da Família Nono, não era culpa dela, não havia nada de vergonhoso nisso. A existência de Tiago foi um acidente, mas ela não era consentida na época.O rosto do