A voz de Marcos estava fria, com um tom que não permitia objeção. Matilde franziu a testa, olhando Carolina com compaixão. Nenhuma das duas estava em uma posição muito melhor que a outra. Alice ficou apavorada. Era o Marcos, o Presidente Nono? Será que ele estava mesmo com Carolina?Depois que Marcos levou Carolina embora, Alice falou baixinho. — Parece que o Presidente Nono gosta muito da Carolina. Será que ela vai virar a futura esposa do dono da Empresa K?Matilde suspirou e balançou a cabeça. — Um homem como Marcos nunca se casaria com uma mulher como nós. — Com um riso sarcástico, Matilde recostou-se na cama. — Pessoas como eles, no topo, fazem qualquer coisa para atingir seus objetivos. Eles apenas desfrutam do processo de conquista, mas nunca dariam a Carolina o título de esposa.— Então... — Alice hesitou sem terminar a frase. Não eram pessoas com quem elas deveriam se envolver, então era melhor não falar nada....No estacionamento. Carolina foi arrastada até o carro
— Carolina!Daniel entrou no beco, desesperado, olhando ao redor.Para onde ela foi?— Carolina!O beco estava silencioso. Daniel correu procurando por muito tempo, mas não encontrou Carolina. Ele não sabia que, quando Carolina se assustava, gostava de encontrar um canto para se esconder. Ela estava aterrorizada, escondida ao lado de uma lixeira no canto do beco, tremendo.Seis anos atrás.Durante uma festa, Carolina bebeu um copo de vinho e depois foi levada para um quarto, ficando com a consciência turva. Ela estava com muito medo, lutando e gritando internamente, mas seu corpo não respondia. Ela lutava para fugir, tentando se manter acordada, mas nada funcionava. Ela chorava e batia na porta, tentando sair, pedindo ajuda, lutando, mas ninguém a ajudou. Se as janelas panorâmicas do hotel não fossem todas fechadas, ela teria pensado até em pular.Ela ficou encolhida em um canto, lentamente perdendo a esperança em todos.— Vad…ia, sem vergonha.— Veja as marcas no corpo dela,
José colocou o casaco sobre Carolina, a voz estava baixa. — Vamos voltar para Cidade A.— Ah? — Afonso olhou para José, chocado. — Presidente Santos... Daqui para Cidade A leva pelo menos quatro horas, e depois voltaremos para a cidade J. Sua reunião à tarde... Não haverá tempo para descansar, isso é muito cansativo.José não se importou e carregou Carolina para o carro. Carolina levou um tempo para perceber que a pessoa ao seu lado era real, não uma ilusão. Ela tentou, com esforço, emitir algum som, mas não conseguiu.— Beba um pouco de água quente. — José ofereceu água quente para Carolina. Ela pegou, com os dedos tremendo, e o calor lentamente se espalhou pelas suas mãos.José não perguntou a Carolina o que havia acontecido. Ficou em silêncio, recostado no assento, esperando Carolina se acalmar antes de falar. — No futuro, se tiver uma emergência, pode me avisar. Vou mandar um motorista para você.Carolina abriu a boca e disse baixinho. — Obrigada...José não respondeu, fechan
— Senhora, você acordou.Às sete e meia da manhã, a empregada acordou Carolina.Carolina sentou-se apressada, olhando nervosa ao redor.Quando foi que ela voltou...José a trouxe de volta?— Pre... Onde está o Presidente Santos? — Perguntou Carolina em voz baixa.— O senhor está na sala de jantar. — Respondeu a empregada com um sorriso.Carolina desceu da cama nervosa, lavou-se apressadamente e saiu correndo. — Des... desculpe.— Coma o café da manhã. — José falou calmamente, sua expressão inalterada.Carolina sentou-se ao lado dele de cabeça baixa, só então notou o curativo no dedo machucado por ela mesma.— Presidente Santos, sobre a sua parceria em J Cidade... — Carolina perguntou baixinho.— Irei à tarde, não há pressa. — José percebeu que Carolina, quando nervosa, tendia a morder a si mesma, fosse o dedo, fosse o lábio.— Desculpe, não quero causar-lhe problemas. — Disse Carolina, lamentando muito.— Então, mantenha-se longe de Marcos. — Disse José, largando a xícara de café, sua
Afonso ficou sem entender, era mal humor matinal do Presidente Santos?— Presidente Santos, Carolina retirou as acusações, e Pedro já saiu, enganado pelo senhor Ricardo. Com toda a confusão, ele deve ficar quieto por um tempo. — Afonso relatou cautelosamente.— Quando Pedro e Carolina se conheceram? — José perguntou com desinteresse.— Eles são famosos como amigos de infância! E o primeiro amor um do outro? Você não lembra do Pedro, aos dezoito anos, indo levar chocolate de aniversário para Carolina, feito por ele mesmo, na chuva? Afonso, sem perceber o perigo, se empolgou. — Uma garota de dezessete, dezoito anos claro se apaixonaria. Foi o primeiro amor, não? Não sei como Pedro pensa agora. Enciumado por amor?— Você pode ficar quieto. — A expressão de José estava sombria e impassível.Afonso ficou pasmo. Não era ele quem perguntou?Após um longo silêncio no carro, José murmurou. — Infantil.— Hã? — Afonso quase esquecera o que havia dito.Quem era infantil? O quê era infantil?...C
Carolina denunciou, e a polícia levou para investigação.Não era grande coisa, e a solução foi indenização e desculpas.Mas Afonso tornou a questão pública, todos no grupo ficaram sabendo.— Nada a temer se não fez nada. Onde já se viu temer o que dizem?— Digo a vocês, tenho um amigo que já esteve com Carolina, famosa no círculo.— Bonita e parece pura, quem imaginaria? Eu também iria.Alguns homens conversavam na área de fumantes.Boatos nunca desaparecem, mesmo que parem no grupo, continuam por baixo.— Você não chega ao nível, os que ficam com Carolina são todos ricos.Carolina ficou muito tempo fora da área de fumantes, até entrar. — Qual amigo ficou comigo? Traga-o para confirmar. Se não ficou, você se desculpa publicamente.Sua voz estava rouca.Esperou que parassem com os boatos, mas intensificaram.Os homens ficaram embasbacados.Ao ver Carolina, de olhos vermelhos, pareceram perder a compostura. Um a um, começaram a provocá-la. — O quê, acompanhar e não falar? Quanto você cob
Carolina ainda tinha lhes dado uma saída. Para lidar com eles também, não podia ser muito apressada. Se pedissem demissão voluntária, levariam o currículo com a experiência no Grupo Santos e poderiam facilmente conseguir emprego em outra empresa, com um salário alto. Porém, se fossem demitidos pelo Grupo Santos, o motivo da dispensa estaria em seu histórico. As grandes empresas sempre faziam verificações de antecedentes, especialmente para posições importantes. Alguns homens olharam para Carolina surpresos, com a raiva estampada no rosto. — Carolina, você está fazendo isso por vingança pessoal! Mas, com José ali, eles não ousaram ser muito insolentes. Carolina não disse nada, esperando que eles percebesse qual era o limite. Ela era a assistente de José, e a partir de agora, teria que suportar os problemas do chefe. Além disso, ela já não se importava mais, sua reputação já estava arruinada, então não tinha mais o que temer. José olhava para Carolina com um significado profund
Lúcia, como uma empregada veterana, geralmente mostrava-se orgulhosa, com uma arrogância intrínseca na empresa. Coisas pequenas não a amedrontavam. Se Carolina quisesse trazer Lúcia para o lado de José, teria que lidar com ela adequadamente. Pelo menos remover o orgulho dela primeiro. — Quando pensa em me utilizar? — José se lembrava quando Carolina perguntou se ele era alérgico a amendoim. — Aproveitar a oportunidade, amanhã... — Carolina ainda estava um pouco assustada. — Presidente Santos, não se preocupe, vou me preparar com antialérgicos com antecedência, nunca lhe colocaria em risco. José sorriu. — Vou aguardar seu sinal de lealdade. Carolina abaixou a cabeça, assentindo fortemente. — Vamos, vou mostrar a empresa para você. Carolina olhou, surpresa, para José. O chefe estava pessoalmente levando-a para conhecer a empresa. Isso não era um simples tour, estava estabelecendo sua autoridade. Como assistente de José, ela inevitavelmente teria que lidar com cada depar