Até José sabia que apenas uma certidão de casamento poderia dar a ela a confiança necessária para a colaboração.Carolina sorriu amargamente, sentindo os olhos arderem e as lágrimas se acumulando. Ela e José também tinham um relacionamento de casamento por conveniência, semelhante ao de Marcos e Cátia. Era realmente triste. No entanto, a segurança e o respeito que José lhe oferecia eram coisas que Marcos não conseguia proporcionar.— Pense bem. — Marcos insistiu para que Carolina refletisse melhor. Ele sabia que Lídia não permitiria que Carolina trabalhasse na Santos, e que Pedro não a deixaria em paz depois de sair da prisão. Além disso, a Família Reis e a própria Cátia certamente trariam problemas para Carolina uma vez que também saísse da prisão. Se Carolina não estivesse ao seu lado, ele temia que ela se machucasse.— Marcos, eu tenho minha própria vida, tenho um filho para criar, um irmão, sou uma pessoa... — Carolina era grata a Marcos por ajudá-la tantas vezes. —
Carolina olhou para Marcos com a respiração acelerada, seu olhar era teimoso e determinado. — José não é esse tipo de pessoa.— Carolina! — Marcos esperava que Carolina ficasse chocada, decepcionada, mas nunca que sua primeira reação fosse defender José. — Você o conhece há poucos dias, o quanto sabe sobre ele? Você acha que alguém como José, que chegou aonde chegou, é um bom sujeito?— Isso é uma questão pessoal do Presidente Santos... não tem nada a ver comigo. — Carolina estava preocupada e um pouco triste. Não importava qual fosse o passado de José, isso não a afetava, eles estavam apenas num relacionamento de negócios. Mas por que tinha que ser Sofia, alguém da Família Reis? Ela apenas não queria mais problemas com eles.— Carolina, não se envolva com José. Ele não é como eu, ao menos meus sentimentos por você são genuínos e eu não a utilizaria. Mas José, ele pode te levar à ruína. — Marcos a soltou, sua voz tinha um tom de aviso.Carolina abaixou a cabeça, sem dizer nada. Mar
Afonso falou ansioso. Quando José saiu e entrou no elevador, sua voz estava baixa. — Ela agora é minha esposa legal, nominalmente. Você acha que eu deveria deixá-la dever favores a outro homem?— Mas ele é o pai do Tiago, qual o problema nisso... — Afonso estava tão ansioso que quase batia o pé no chão. Mas algo decidido por José era algo que ninguém poderia mudar....No Hospital da Cidade C.— Entre, vou te esperar aqui fora. — Marcos disse a Carolina, e foi para a área de fumantes acender um cigarro.Carolina olhou para Marcos, ansiosa, e estendeu a mão pedindo o celular. Marcos franziu a testa. — Quer falar com José? — Ele é meu chefe... — Carolina explicou.— Agora é hora de folga. — Marcos ficou um pouco enciumado. Se fosse outro homem, ele não se importaria, mas quando se tratava de José, Marcos ficava tenso.— Quem é você para me controlar? — Carolina estava tão irritada que seus olhos estavam vermelhos, mas ela não podia se dar ao luxo de provocar Marcos.— Carolina,
Quem iria querer se casar com uma mulher que não pode ter filhos?— Gabriel Rocha, agora eu realmente entendo que tipo de pessoa você é. — Matilde recostou-se na cama, falando com sarcasmo, aparentando estar calma, mas com o coração despedaçado. Depois de uma traição, Matilde não confiava mais em nenhum homem. Gabriel, esse homem, certamente se esforçou muito para conquistar o coração de Matilde novamente. Infelizmente, quando finalmente, depois de tanto tempo, ela entregou seu coração ferido a ele, Gabriel o desprezou cruelmente, pisoteando-o.Carolina olhou para Matilde, imaginando quanta dor ela deveria estar sentindo.— Onde você estava quando a Matilde se acidentou? — Carolina apertou os dedos e levantou-se. Carolina era muito tímida, e depois de passar por tantas coisas nos últimos anos, a ansiedade social a fazia evitar olhar homens desconhecidos nos olhos. Mas para defender Matilde, ela se levantou.— Eu estava ocupado. — Gabriel franziu a testa.— Mentira, eu te vi lá.
A voz de Marcos estava fria, com um tom que não permitia objeção. Matilde franziu a testa, olhando Carolina com compaixão. Nenhuma das duas estava em uma posição muito melhor que a outra. Alice ficou apavorada. Era o Marcos, o Presidente Nono? Será que ele estava mesmo com Carolina?Depois que Marcos levou Carolina embora, Alice falou baixinho. — Parece que o Presidente Nono gosta muito da Carolina. Será que ela vai virar a futura esposa do dono da Empresa K?Matilde suspirou e balançou a cabeça. — Um homem como Marcos nunca se casaria com uma mulher como nós. — Com um riso sarcástico, Matilde recostou-se na cama. — Pessoas como eles, no topo, fazem qualquer coisa para atingir seus objetivos. Eles apenas desfrutam do processo de conquista, mas nunca dariam a Carolina o título de esposa.— Então... — Alice hesitou sem terminar a frase. Não eram pessoas com quem elas deveriam se envolver, então era melhor não falar nada....No estacionamento. Carolina foi arrastada até o carro
— Carolina!Daniel entrou no beco, desesperado, olhando ao redor.Para onde ela foi?— Carolina!O beco estava silencioso. Daniel correu procurando por muito tempo, mas não encontrou Carolina. Ele não sabia que, quando Carolina se assustava, gostava de encontrar um canto para se esconder. Ela estava aterrorizada, escondida ao lado de uma lixeira no canto do beco, tremendo.Seis anos atrás.Durante uma festa, Carolina bebeu um copo de vinho e depois foi levada para um quarto, ficando com a consciência turva. Ela estava com muito medo, lutando e gritando internamente, mas seu corpo não respondia. Ela lutava para fugir, tentando se manter acordada, mas nada funcionava. Ela chorava e batia na porta, tentando sair, pedindo ajuda, lutando, mas ninguém a ajudou. Se as janelas panorâmicas do hotel não fossem todas fechadas, ela teria pensado até em pular.Ela ficou encolhida em um canto, lentamente perdendo a esperança em todos.— Vad…ia, sem vergonha.— Veja as marcas no corpo dela,
José colocou o casaco sobre Carolina, a voz estava baixa. — Vamos voltar para Cidade A.— Ah? — Afonso olhou para José, chocado. — Presidente Santos... Daqui para Cidade A leva pelo menos quatro horas, e depois voltaremos para a cidade J. Sua reunião à tarde... Não haverá tempo para descansar, isso é muito cansativo.José não se importou e carregou Carolina para o carro. Carolina levou um tempo para perceber que a pessoa ao seu lado era real, não uma ilusão. Ela tentou, com esforço, emitir algum som, mas não conseguiu.— Beba um pouco de água quente. — José ofereceu água quente para Carolina. Ela pegou, com os dedos tremendo, e o calor lentamente se espalhou pelas suas mãos.José não perguntou a Carolina o que havia acontecido. Ficou em silêncio, recostado no assento, esperando Carolina se acalmar antes de falar. — No futuro, se tiver uma emergência, pode me avisar. Vou mandar um motorista para você.Carolina abriu a boca e disse baixinho. — Obrigada...José não respondeu, fechan
— Senhora, você acordou.Às sete e meia da manhã, a empregada acordou Carolina.Carolina sentou-se apressada, olhando nervosa ao redor.Quando foi que ela voltou...José a trouxe de volta?— Pre... Onde está o Presidente Santos? — Perguntou Carolina em voz baixa.— O senhor está na sala de jantar. — Respondeu a empregada com um sorriso.Carolina desceu da cama nervosa, lavou-se apressadamente e saiu correndo. — Des... desculpe.— Coma o café da manhã. — José falou calmamente, sua expressão inalterada.Carolina sentou-se ao lado dele de cabeça baixa, só então notou o curativo no dedo machucado por ela mesma.— Presidente Santos, sobre a sua parceria em J Cidade... — Carolina perguntou baixinho.— Irei à tarde, não há pressa. — José percebeu que Carolina, quando nervosa, tendia a morder a si mesma, fosse o dedo, fosse o lábio.— Desculpe, não quero causar-lhe problemas. — Disse Carolina, lamentando muito.— Então, mantenha-se longe de Marcos. — Disse José, largando a xícara de café, sua