José estava recostado no assento, achando engraçado o modo como Carolina estava tão cautelosa. — Quer que eu abra a porta do carro para você? Carolina deixou escapar um som surpreso, abaixando a cabeça enquanto suas orelhas ficavam vermelhas. Distraída durante o trajeto, Carolina nem percebeu que aquela não era a rota para casa dela. Foi só quando o carro parou em frente ao Cartório de Registro Civil que José falou. — Saia do carro. Carolina ficou boquiaberta por um momento, apressadamente desceu do carro, olhando ao redor surpresa. — Pre...Presidente Santos? — Você não disse que quer que eu me case com você? — José caminhou em direção ao Cartório de Registro Civil. Carolina ficou parada, rígida, com os dedos e as pernas formigando. — Presidente Santos...não foi isso que eu quis dizer, eu não... José parou e olhou para Carolina. — Você pode recusar. — Na verdade, não precisava fazer isso... — Carolina gaguejou tentando explicar. —Ou você tem uma maneira melhor de se pro
— Vocês dois vieram mesmo tirar fotos para o registro de casamento? — perguntou cuidadosamente o funcionário do Cartório de Registro Civil.Como este casamento era apenas uma parceria, Afonso havia instruído o funcionário a manter tudo em sigilo. Carolina estava nervosa, sentada ao lado, segurando firmemente suas roupas. José, por outro lado, se aproximou dela.— Senhorita, sorria um pouco. — O funcionário brincou com Carolina, que parecia estar indo para a guilhotina para quem não soubesse da situação.Carolina olhou nervosamente para José e forçou um sorriso. O funcionário suspirou, ainda insatisfeito.— Augusto disse que quando Tiago era pequeno, ele gostava de correr pelado pela rua, e só aprendeu a usar calças depois que levou uma picada de abelha no bumbum. — José comentou, olhando para Carolina. — É verdade?Carolina olhou para os olhos de José, que brilhavam como flores de pessegueiro, e sentiu um aperto no coração. José, que não era de sorrir, estava tentando fazê-la rir. Ao
Carolina assentiu com a cabeça.— Ah, o escritório do Presidente Santos é uma área restrita, não pode entrar. — Afonso acrescentou.José lançou um olhar para Afonso e, sem expressão, falou. — Não há áreas restritas na casa, fique à vontade, mas prefiro não ser interrompido enquanto trabalho.Carolina assentiu rapidamente.— ... — Afonso pensou para si mesmo, isso não é um padrão duplo? Quando eu venho, o escritório é uma área restrita!— Todas as manhãs, às sete e meia, um chef virá pontualmente preparar o café da manhã. Se quiser algo específico, pode avisar a empregada com um dia de antecedência. — José deu uma olhada em Carolina. — Cuide bem da sua saúde, ser minha assistente pessoal pode ser cansativo.Carolina assentiu repetidamente, sentindo as palmas das mãos suando.— Se precisar de algo, pode me avisar antecipadamente. — José deu uma olhada no relógio, não havia mais nada a dizer, o telefone estava tocando constantemente, era Ricardo quem ligava.— Fique à vontade, descanse be
José estava sentado de frente para Ricardo, recostado preguiçosamente no sofá. — Sim.— A situação com Pedro precisa ser resolvida rapidamente. A liderança da empresa e o conselho estão começando a questionar. Pedro, afinal, é seu irmão e faz parte da Família Santos. O que afeta um de nós, afeta a todos. — Ricardo lembrou ao filho para não exagerar.— Posso ajudar Lídia e também Pedro. Aceitar casar com Carolina não é impossível. — José falou com um sorriso, em tom de negociação.No quarto, ao ouvir José dizer que estava disposto a ajudar, Lídia se animou, parando de usar oxigênio, calçou seus chinelos e saiu correndo. — José voltou! José, sobre seu irmão...— Tentei de tudo, a Família Silva e vocês forçaram Carolina a um beco sem saída. Além de casar com a Família Santos para se proteger, ela não tinha outra opção. Portanto, pressioná-la a retirar o caso é claramente impossível. — José deixou suas intenções à mostra.— José... E se nós enganássemos ela por enquanto? Você pode concorda
—Amanhã, eu vou levar Carolina ao cartório, e gostaria que meu pai fosse a testemunha. — José ajeitou a gravata e saiu diretamente.Ele não tinha medo de Lídia expor seu casamento com Carolina, pois Ricardo era alguém que valorizava demais a reputação da Família Santos e provavelmente gostaria de manter o caso em segredo.— Ricardo, José cresceu e está rebelde, nem mesmo respeita você, e começou a disputar as ações da família abertamente. As ações do nosso avô também pertencem a Pedro, por que todas para ele? — Lídia reclamou, chorando e se aproximando de Ricardo de maneira subserviente.Ricardo ficou com o rosto fechado. — Por que você não fala sobre como educou mal o seu filho! As ações do nosso avô estão no testamento!Lídia foi reprovada e alternou entre a palidez e a raiva, abaixando a cabeça e apertando as mãos com descontentamento. Ela não permitiria que José aproveitasse tudo sozinho....Na casa de José.Carolina estava sentada no sofá esperando por José já fazia algum tempo.
Carolina assentiu e serviu sopa para José. José hesitou por um tempo, embora já tivesse jantado, ele ainda queria usar o garfo e a faca. Carolina comia com cuidado e, assim que José colocou seus talheres de lado, ela também os colocou e começou a recolher os pratos. José, então, colocou os utensílios na lava-louças, algo que normalmente ele nunca faria.— Nós somos parceiros de trabalho, fora do horário de expediente, você não é empregada. — José disse a Carolina para não se esforçar tanto com os afazeres. Carolina estava agachada ao lado da lava-louças, hesitando por um tempo.Com as pontas dos dedos frias, Carolina olhou para o chão, desapontada. Cinco anos na prisão a deixaram completamente fora de sintonia com a sociedade, ela não sabia usar esses eletrodomésticos automáticos.José, percebendo que Carolina estava parada, se agachou ao lado dela e olhou. — Eu também não sei usar essa lava-louças, amanhã a empregada lava. — ele disse baixinho.Carolina olhou para José, sentindo seu
—Então escondam Carolina. — Marcos esfregou as têmporas. — Os meus parentes concordaram com o casamento com a Família Reis, não pode ser simplesmente cancelado. Eu só posso enrolar ou... me divorciar em três anos. — Presidente Nono, isso não é justo para Carolina e Tiago. — Daniel disse enquanto esperava o semáforo, com certa urgência na voz.— Justiça? O que é justiça? Casamento é apenas uma transação. Isso não afeta meus sentimentos por ela, posso dar-lhe tudo, exceto o nome. — Para Marcos, mesmo que Cátia se tornasse sua esposa, ela não passaria de um adorno. Ela não teria seu amor. Marcos poderia dar a Carolina tudo, menos o título de esposa.Daniel abriu a boca, mas não disse nada, continuando a dirigir em direção à casa de Augusto. No entanto, a oficina de Augusto estava fechada e tudo estava limpo.— Olá, e as pessoas que moravam aqui? — Daniel desceu do carro e perguntou a um vizinho.— Augusto? Ele se mudou. O dono daquela casa não prestava, mexia com a irmã dele, e Augusto d
Na creche, Tiago saiu da escola alegremente com sua mochila nas costas. A mochila foi dada por Tio Afonso, que disse ter sido um presente de José, e Tiago a valorizava muito.Ao parar na área de espera, Tiago olhou para os lados, mas não viu o tio. Será que ele se atrasou hoje?— Seu bastardinho. — Alberto passou por Tiago e esbarrou nele de propósito. Tiago perdeu o equilíbrio e caiu, sujando a mochila. Com os olhos cheios de lágrimas de frustração, Tiago olhou zangado para Alberto, pulou sobre ele, derrubando-o no chão e levantou o punho em alerta. — Alberto, não me force a te bater.Alberto ficou assustado e começou a chorar. A professora rapidamente interveio, vendo o jovem herdeiro da Família Rodrigues no chão, ficou agitada e empurrou Tiago para longe. — Está brigando de novo?Tiago sentiu-se profundamente injustiçado. — Ele me empurrou primeiro.A professora foi claramente tendenciosa. — Tiago, você é mesmo sem educação. Sempre arruma briga na escola!— Exato, sem educação nenhu