—Então escondam Carolina. — Marcos esfregou as têmporas. — Os meus parentes concordaram com o casamento com a Família Reis, não pode ser simplesmente cancelado. Eu só posso enrolar ou... me divorciar em três anos. — Presidente Nono, isso não é justo para Carolina e Tiago. — Daniel disse enquanto esperava o semáforo, com certa urgência na voz.— Justiça? O que é justiça? Casamento é apenas uma transação. Isso não afeta meus sentimentos por ela, posso dar-lhe tudo, exceto o nome. — Para Marcos, mesmo que Cátia se tornasse sua esposa, ela não passaria de um adorno. Ela não teria seu amor. Marcos poderia dar a Carolina tudo, menos o título de esposa.Daniel abriu a boca, mas não disse nada, continuando a dirigir em direção à casa de Augusto. No entanto, a oficina de Augusto estava fechada e tudo estava limpo.— Olá, e as pessoas que moravam aqui? — Daniel desceu do carro e perguntou a um vizinho.— Augusto? Ele se mudou. O dono daquela casa não prestava, mexia com a irmã dele, e Augusto d
Na creche, Tiago saiu da escola alegremente com sua mochila nas costas. A mochila foi dada por Tio Afonso, que disse ter sido um presente de José, e Tiago a valorizava muito.Ao parar na área de espera, Tiago olhou para os lados, mas não viu o tio. Será que ele se atrasou hoje?— Seu bastardinho. — Alberto passou por Tiago e esbarrou nele de propósito. Tiago perdeu o equilíbrio e caiu, sujando a mochila. Com os olhos cheios de lágrimas de frustração, Tiago olhou zangado para Alberto, pulou sobre ele, derrubando-o no chão e levantou o punho em alerta. — Alberto, não me force a te bater.Alberto ficou assustado e começou a chorar. A professora rapidamente interveio, vendo o jovem herdeiro da Família Rodrigues no chão, ficou agitada e empurrou Tiago para longe. — Está brigando de novo?Tiago sentiu-se profundamente injustiçado. — Ele me empurrou primeiro.A professora foi claramente tendenciosa. — Tiago, você é mesmo sem educação. Sempre arruma briga na escola!— Exato, sem educação nenhu
Luísa e alguns professores ficaram chocados. Quem ousava falar assim? A presença de Júlia era realmente poderosa. Tiago, abraçado a Júlia, olhou para Alberto. Alberto, escondido atrás de Luísa, estava claramente apavorado com Júlia.— Ele é um bastardinho, a mãe dele é uma golpista, uma criminosa, e ele herdou isso dela, é um ladrão! — Alberto enxugou as lágrimas, continuando a xingar, confiando na presença da mãe.— Minha mãe não é golpista! Você é que é golpista. — Tiago ficou muito irritado.— Essas palavras, uma criança não inventaria, né? Você é quem ensina, não é? — Júlia encarou Luísa.Luísa franziu a testa e não disse nada.— Moleque, você ouviu que sua avó usurpou o lugar da outra mulher? Sua mãe é filha ilegítima, sabe o que isso significa? Significa que ela se meteu mesmo sabendo que o outro tinha família, sem vergonha! Acha que sua mãe não herdou isso da sua avó? — Júlia não se importava com a imagem de uma dama da alta sociedade, sua voz era alta e clara.Os pais que estav
Cidade C, na Casa da Família Nono. — Chefe, veja isto, por favor. — O assistente entrou na sala e imediatamente entregou o teste de paternidade. O velho patriarca da Família Nono ficou em silêncio por muito tempo enquanto olhava para o teste. — Uma mulher como Carolina não é digna de ter um filho da nossa família. — Chefe, e como devemos proceder? — O assistente perguntou, tenso. O velho franziu a testa, permanecendo em silêncio por mais tempo. — A criança é inocente, afinal, e sendo de nosso sangue, não pode ficar com uma mulher assim. A reputação de Carolina era muito ruim, e o patriarca não se sentia seguro em deixar seu neto com ela. — Que tipo de criança essa mulher poderia criar? Ela usou todos os meios para subir na vida, sem se importar com nada. — O velho estava tão irritado que bateu com força na mesa. — Mande Marcos vir me ver! — Desde que Carolina saiu da prisão, até Marcos, que sempre foi obediente, tem discutido comigo! Essa mulher tem habilidade. — E se o Presiden
Algumas mulheres estavam fofocando, enquanto a gerente do departamento de pessoal olhou para o relógio: eram 8h40. Quem tinha tanto prestígio a ponto de ela ter que esperar?— Que importância essa pessoa deve ter para fazer Elisa esperar assim! — Alguém comentou, tentando causar intriga.Logo depois, Carolina entrou correndo, um pouco desajeitada. Ela havia se informado sobre o trajeto da casa de José até ali, mas não estava muito familiarizada com o metrô e acabou perdendo a estação. Ainda bem que não se atrasou. Olhando o relógio, viu que eram 8h41, e suspirou aliviada.— Olá, estou aqui para me apresentar. — Carolina entregou a carta de recomendação que Afonso lhe dera na recepção.Na área de descanso, algumas mulheres observaram Carolina e começaram a comentá-la. — Tem uma aparência bem inocente. Parece até familiar.— Sim, eu também acho que ela parece familiar.A gerente de RH, Lúcia, observou Carolina por um longo tempo e levantou-se surpresa. Não era a Carolina do famoso escând
A gerente do departamento pessoal naturalmente não imaginava que Carolina estivesse morando com José, muito menos que ele já tivesse contado a ela sobre seus hábitos e restrições. Algumas informações que a gerente passou para Carolina eram desconhecidas até mesmo por Afonso, e misturavam verdades com inverdades. Caso algum problema realmente ocorresse, Carolina poderia ser apenas repreendida ou demitida pelo Presidente Santos, mas a culpa não recairia sobre a gerente.A parte do café era verdadeira, José tinha o costume de tomar uma xícara de café puro pela manhã. A preparação do açúcar era um hábito de assistentes anteriores, mas os doces de amendoim eram exceção, pois José era alérgico a amendoim. Quanto à aversão do Presidente Santos a odores fortes, era verdade que ele não gostava de cheiros corporais devido à sua séria obsessão por limpeza, mas ele detestava ainda mais o perfume nas mulheres.Carolina anotou tudo com atenção, acenando seriamente para Lúcia. — Certo, gerente, eu vo
— Afonso foi a pessoa que a arranjou, vá falar com ele para perguntar. — Lúcia foi muito cautelosa. Ela estava no Grupo Santos há vinte anos e já trabalhava no departamento de RH há mais de dez anos. Para chegar aonde estava agora, ela certamente tem suas habilidades. Uma simples Carolina, ela não considerou uma ameaça.Mas parece que Lídia temia essa Carolina e enviou uma dúzia de mensagens no WhatsApp, pedindo para que, o mais rápido possível, fizessem Carolina sair do Grupo Santos por vontade própria. ...Carolina estava estudando no escritório, anotando tudo que a instrutora do departamento de treinamento havia explicado. — Daqui a dois dias será a avaliação, e somente passando você poderá começar a trabalhar. Afinal, como assistente do Presidente Santos, precisamos ser cautelosos, então se esforce bastante. — A instrutora destacou os pontos importantes para Carolina.Carolina assentiu. Ela não estava preocupada com isso. Como alguém que quase possuía uma memória fotográ
No Refeitório da empresa.Era meio-dia, e ninguém havia chamado Carolina para almoçar. Ela também não conhecia bem a empresa. Na verdade, de acordo com procedimento normal, a RH deveria ter designado alguém para apresentar a empresa a Carolina, mas Lúcia não achava que Carolina ficaria muito tempo na empresa, então deliberadamente dificultou as coisas.— Ei? Por que você ainda não foi almoçar? — Do lado de fora, uma colega de bom coração perguntou.Carolina olhou para o relógio e perguntou baixinho:— Boa tarde, onde fica o refeitório da empresa?A colega olhou para o relógio:— A essa hora, provavelmente não tem mais nada para comer. O pessoal do RH não te levou para conhecer a empresa? Carolina balançou a cabeça.— Então eu te levo lá. — A colega estava prestes a levar Carolina ao refeitório. Mas outra funcionária puxou a colega para o lado.— Por que você se importa com ela? Você sabia que ela entrou pela porta dos fundos? Dizem que só tem diploma de ensino médio e a