—Amanhã, eu vou levar Carolina ao cartório, e gostaria que meu pai fosse a testemunha. — José ajeitou a gravata e saiu diretamente.Ele não tinha medo de Lídia expor seu casamento com Carolina, pois Ricardo era alguém que valorizava demais a reputação da Família Santos e provavelmente gostaria de manter o caso em segredo.— Ricardo, José cresceu e está rebelde, nem mesmo respeita você, e começou a disputar as ações da família abertamente. As ações do nosso avô também pertencem a Pedro, por que todas para ele? — Lídia reclamou, chorando e se aproximando de Ricardo de maneira subserviente.Ricardo ficou com o rosto fechado. — Por que você não fala sobre como educou mal o seu filho! As ações do nosso avô estão no testamento!Lídia foi reprovada e alternou entre a palidez e a raiva, abaixando a cabeça e apertando as mãos com descontentamento. Ela não permitiria que José aproveitasse tudo sozinho....Na casa de José.Carolina estava sentada no sofá esperando por José já fazia algum tempo.
Carolina assentiu e serviu sopa para José. José hesitou por um tempo, embora já tivesse jantado, ele ainda queria usar o garfo e a faca. Carolina comia com cuidado e, assim que José colocou seus talheres de lado, ela também os colocou e começou a recolher os pratos. José, então, colocou os utensílios na lava-louças, algo que normalmente ele nunca faria.— Nós somos parceiros de trabalho, fora do horário de expediente, você não é empregada. — José disse a Carolina para não se esforçar tanto com os afazeres. Carolina estava agachada ao lado da lava-louças, hesitando por um tempo.Com as pontas dos dedos frias, Carolina olhou para o chão, desapontada. Cinco anos na prisão a deixaram completamente fora de sintonia com a sociedade, ela não sabia usar esses eletrodomésticos automáticos.José, percebendo que Carolina estava parada, se agachou ao lado dela e olhou. — Eu também não sei usar essa lava-louças, amanhã a empregada lava. — ele disse baixinho.Carolina olhou para José, sentindo seu
—Então escondam Carolina. — Marcos esfregou as têmporas. — Os meus parentes concordaram com o casamento com a Família Reis, não pode ser simplesmente cancelado. Eu só posso enrolar ou... me divorciar em três anos. — Presidente Nono, isso não é justo para Carolina e Tiago. — Daniel disse enquanto esperava o semáforo, com certa urgência na voz.— Justiça? O que é justiça? Casamento é apenas uma transação. Isso não afeta meus sentimentos por ela, posso dar-lhe tudo, exceto o nome. — Para Marcos, mesmo que Cátia se tornasse sua esposa, ela não passaria de um adorno. Ela não teria seu amor. Marcos poderia dar a Carolina tudo, menos o título de esposa.Daniel abriu a boca, mas não disse nada, continuando a dirigir em direção à casa de Augusto. No entanto, a oficina de Augusto estava fechada e tudo estava limpo.— Olá, e as pessoas que moravam aqui? — Daniel desceu do carro e perguntou a um vizinho.— Augusto? Ele se mudou. O dono daquela casa não prestava, mexia com a irmã dele, e Augusto d
Na creche, Tiago saiu da escola alegremente com sua mochila nas costas. A mochila foi dada por Tio Afonso, que disse ter sido um presente de José, e Tiago a valorizava muito.Ao parar na área de espera, Tiago olhou para os lados, mas não viu o tio. Será que ele se atrasou hoje?— Seu bastardinho. — Alberto passou por Tiago e esbarrou nele de propósito. Tiago perdeu o equilíbrio e caiu, sujando a mochila. Com os olhos cheios de lágrimas de frustração, Tiago olhou zangado para Alberto, pulou sobre ele, derrubando-o no chão e levantou o punho em alerta. — Alberto, não me force a te bater.Alberto ficou assustado e começou a chorar. A professora rapidamente interveio, vendo o jovem herdeiro da Família Rodrigues no chão, ficou agitada e empurrou Tiago para longe. — Está brigando de novo?Tiago sentiu-se profundamente injustiçado. — Ele me empurrou primeiro.A professora foi claramente tendenciosa. — Tiago, você é mesmo sem educação. Sempre arruma briga na escola!— Exato, sem educação nenhu
Luísa e alguns professores ficaram chocados. Quem ousava falar assim? A presença de Júlia era realmente poderosa. Tiago, abraçado a Júlia, olhou para Alberto. Alberto, escondido atrás de Luísa, estava claramente apavorado com Júlia.— Ele é um bastardinho, a mãe dele é uma golpista, uma criminosa, e ele herdou isso dela, é um ladrão! — Alberto enxugou as lágrimas, continuando a xingar, confiando na presença da mãe.— Minha mãe não é golpista! Você é que é golpista. — Tiago ficou muito irritado.— Essas palavras, uma criança não inventaria, né? Você é quem ensina, não é? — Júlia encarou Luísa.Luísa franziu a testa e não disse nada.— Moleque, você ouviu que sua avó usurpou o lugar da outra mulher? Sua mãe é filha ilegítima, sabe o que isso significa? Significa que ela se meteu mesmo sabendo que o outro tinha família, sem vergonha! Acha que sua mãe não herdou isso da sua avó? — Júlia não se importava com a imagem de uma dama da alta sociedade, sua voz era alta e clara.Os pais que estav
Cidade C, na Casa da Família Nono. — Chefe, veja isto, por favor. — O assistente entrou na sala e imediatamente entregou o teste de paternidade. O velho patriarca da Família Nono ficou em silêncio por muito tempo enquanto olhava para o teste. — Uma mulher como Carolina não é digna de ter um filho da nossa família. — Chefe, e como devemos proceder? — O assistente perguntou, tenso. O velho franziu a testa, permanecendo em silêncio por mais tempo. — A criança é inocente, afinal, e sendo de nosso sangue, não pode ficar com uma mulher assim. A reputação de Carolina era muito ruim, e o patriarca não se sentia seguro em deixar seu neto com ela. — Que tipo de criança essa mulher poderia criar? Ela usou todos os meios para subir na vida, sem se importar com nada. — O velho estava tão irritado que bateu com força na mesa. — Mande Marcos vir me ver! — Desde que Carolina saiu da prisão, até Marcos, que sempre foi obediente, tem discutido comigo! Essa mulher tem habilidade. — E se o Presiden
Algumas mulheres estavam fofocando, enquanto a gerente do departamento de pessoal olhou para o relógio: eram 8h40. Quem tinha tanto prestígio a ponto de ela ter que esperar?— Que importância essa pessoa deve ter para fazer Elisa esperar assim! — Alguém comentou, tentando causar intriga.Logo depois, Carolina entrou correndo, um pouco desajeitada. Ela havia se informado sobre o trajeto da casa de José até ali, mas não estava muito familiarizada com o metrô e acabou perdendo a estação. Ainda bem que não se atrasou. Olhando o relógio, viu que eram 8h41, e suspirou aliviada.— Olá, estou aqui para me apresentar. — Carolina entregou a carta de recomendação que Afonso lhe dera na recepção.Na área de descanso, algumas mulheres observaram Carolina e começaram a comentá-la. — Tem uma aparência bem inocente. Parece até familiar.— Sim, eu também acho que ela parece familiar.A gerente de RH, Lúcia, observou Carolina por um longo tempo e levantou-se surpresa. Não era a Carolina do famoso escând
A gerente do departamento pessoal naturalmente não imaginava que Carolina estivesse morando com José, muito menos que ele já tivesse contado a ela sobre seus hábitos e restrições. Algumas informações que a gerente passou para Carolina eram desconhecidas até mesmo por Afonso, e misturavam verdades com inverdades. Caso algum problema realmente ocorresse, Carolina poderia ser apenas repreendida ou demitida pelo Presidente Santos, mas a culpa não recairia sobre a gerente.A parte do café era verdadeira, José tinha o costume de tomar uma xícara de café puro pela manhã. A preparação do açúcar era um hábito de assistentes anteriores, mas os doces de amendoim eram exceção, pois José era alérgico a amendoim. Quanto à aversão do Presidente Santos a odores fortes, era verdade que ele não gostava de cheiros corporais devido à sua séria obsessão por limpeza, mas ele detestava ainda mais o perfume nas mulheres.Carolina anotou tudo com atenção, acenando seriamente para Lúcia. — Certo, gerente, eu vo