— Presidente Santos, você precisa de mim...faço o quê? — Carolina abaixou a cabeça enquanto seguia José, querendo saber o que precisava fazer naquele momento. Embora tivesse dito que ajudaria José a lidar com Pedro e sua mãe, José ainda não havia se manifestado. Ela não sabia quais eram os verdadeiros pensamentos de José. — Coma bem. — José lançou um olhar para Carolina. Afonso disse que Carolina estava severamente desnutrida, e o relatório de exames do hospital em Cidade C mostrava que todos os índices estavam extremamente baixos, com deficiência grave de vitamina D2. Carolina se sentiu um pouco inferior, olhando para si mesma, tão magra que realmente não se parecia com quem era antes. Agora, se a deixassem na rua, provavelmente ninguém a olharia duas vezes. Ela respirou fundo e acenou com a cabeça. — Eu vou... vou comer bem. Na mesa, José pediu pratos leves, mas maravilhosamente, todos eram os que Carolina adorava. — Coma mais legumes. — José ajudou Carolina a pegar o
José franziu a testa. Mesmo que fosse lento, entendeu o que Carolina queria dizer. Ele planejou usá-la como um escudo. Ela queria que ele a mantivesse, seja sua amante secreta. Na verdade, Carolina não era burra, uma vez que um relacionamento entre homens e mulheres envolvia questões íntimas, era difícil definir a relação entre os dois. Ele, naturalmente, queria proteger Carolina, Tiago e Augusto, pois isso estava dentro de suas capacidades. — Eu não menti. — Vendo que José não falava, Carolina ficou com os olhos vermelhos. — Aqueles rumores não são verdadeiros, eu não tenho tantos homens, além de Marcos... Não há mais ninguém. José franziu a testa e olhou para o resultado do exame, que ainda era do hospital de Cidade C. Era evidente que o assistente de Marcos a levara para os exames, todos voltados para triagem de doenças sexualmente transmissíveis. Para ser honesto, esses exames eram um pouco insultantes. — Eu não toco na mulher de Marcos. — José jogou o resultado d
— Você entendeu errado, eu realmente não estou aqui para pedir que você retire a queixa, meus pais fizeram algumas coisas erradas. — Sofia falou em voz baixa, tentando acalmar. — Na verdade, eu queria te conhecer. Sofia vestia um vestido branco, e sua presença tinha uma qualidade etérea, como a de uma fada do céu. Ela cuidadosamente levantou as mangas do vestido, revelando dois braços brancos e limpos, cobertos de cicatrizes de cortes e automutilação. Carolina ficou paralisada, chocada, sem saber como reagir. Ela era a filha mais velha da família Reis, como poderia... — Carolina, eu queria te conhecer porque eu sei... nós somos pessoas do mesmo mundo, nós dois estamos doentes. — A voz de Sofia era muito suave. — Desculpe, eu vi o vídeo em que eles te intimidavam. Carolina desviou o olhar. — Eu também passei por bullying na escola, e também fui... forçada por alguém que não queria e não sabia quem era. Esses anos, eu vivi em agonia, sempre pensando em como me libertar. — S
Cidade C, casa dos Nono. — Senhor? Seu avô já descansou. — Senhor... — Senhor! O mordomo e o segurança não conseguiram impedir Marcos, que derrubou um deles com um soco. — Senhor, desta vez ainda tenho que agradecer pela sua ajuda. — Na sala, Pedro estava tomando chá com o avô de Marcos. O velho da família Nono havia libertado Pedro sob fiança, e ele naturalmente foi visitá-lo. Pedro e sua mãe sempre quiseram tomar o que originalmente pertencia a José, então conseguir o apoio dos diretores da empresa e dos parceiros comerciais se tornava especialmente importante. Nos últimos anos, José havia pressionado Pedro fortemente, para se conectar com a família Nono, ele usou a relação entre as famílias Reis e Nono, e estava disposto a fazer qualquer coisa. — Pedro, você é um bom garoto. Desta vez foi o vovô que pediu sua ajuda, e por isso você se meteu em problemas. — O velho Nono começou a falar com um sorriso. — Vamos jantar aqui esta noite antes de você ir. — Está bem, se
— Carolina pegou o celular de um transeunte e fez essa ligação. Verifiquei, é o número do José. No carro, Daniel falou em voz baixa, os nós dos dedos segurando o volante ficando brancos. Essas pessoas eram realmente repugnantes, fazendo isso com uma mulher. — O número do José? — Marcos perguntou em um tom grave. — Sim... Marcos se encostou no banco de trás e fechou os olhos lentamente. Carolina realmente contatou José, mas não quis entrar em contato com ele. Ela poderia muito bem ter ligado para ele. — Vá para Cidade A. — Marcos abriu os olhos lentamente, com um olhar profundo. Carolina era dele, ninguém poderia tirá-la dele. Ele havia se esforçado tanto, até desgastando suas defesas, e finalmente a fez se submeter a ele. José queria roubar-lhe a mulher nessa hora? Não tinha como. ... Cidade A, Jardim de Infância Reis. Carolina chegou pontualmente na porta da escola às cinco e meia da tarde, pronta para buscar Tiago. — Senhorita Carolina? O aluno Tiago tev
Luísa sempre mimou Alberto, afinal, ele era o filho que ela teve com Leandro após tanto esforço. Leandro não amava Luísa, mas para manter Leandro ao seu lado, Luísa se dedicou muito ao filho. Ela correu ansiosamente até Alberto, olhou para os lados e viu que o rosto do filho estava vermelho, com uma expressão de raiva ao encarar o diretor da administração. — Como vocês cuidam das crianças! O diretor rapidamente se levantou para se desculpar, fazendo uma expressão de servilismo. — Senhorita Santos, a situação é a seguinte, as duas crianças estavam brincando... — Brincando? — Luísa lançou um olhar frio na direção de Carolina, e sua expressão imediatamente escureceu. — Carolina? Carolina apertou Tiago contra si e abaixou a cabeça, tentando sair. — Hm... eu pensei que era alguém diferente, mas é você de novo. Você fez seu filho agredir o meu? — A voz de Luísa era afiada, enquanto ordenava aos seguranças na porta que a impedissem de sair. — Impedam-nos! Os seguranças ficaram n
Tiago segurou as mãos com força, encarando Alberto. Os professores e o diretor ao lado não se atreveram a dizer uma palavra, de um lado estava a filha da família Santos, do outro, a pessoa que o Presidente Santos havia indicado. Era evidente que Luísa era mais importante. Afinal, uma filha de família rica e um interesse passageiro eram coisas diferentes. — Não quer pedir desculpas, é? — Ao ver que Carolina não tinha intenção de se mover, Luísa olhou para o diretor. — Expulsem esse filho ilegítimo e informem todas as escolas de Cidade A; quero ver quem se atreve a aceitá-lo! — Mas... — O diretor, nervoso, enxugou o suor. — Se houver qualquer problema, eu assumo. — Luísa resmungou. — Se meu irmão perguntar, diga que esse filho ilegítimo machucou seu sobrinho. O diretor acenou rapidamente com a cabeça. Ele sabia distinguir o que era mais importante. Carolina tinha os olhos vermelhos; diante de tal bullying de poder, ela se sentia impotente e sem capacidade de resistência,
Tiago ficou paralisado por um momento, olhando para Marcos com confusão, e se escondeu um pouco mais no colo de Carolina, com medo. Carolina estava nervosa, olhando para baixo. — Presidente Nono... — A culpa foi minha... — Marcos se desculpou primeiro, realmente foi descuido dele, não esperava que Pedro e as pessoas da família Reis fossem até seu avô para agredi-lo. — Venha comigo. Carolina olhou para baixo e respirou fundo. — Não... não vou voltar. Marcos tentou segurar a mão de Carolina, mas ela se afastou. Ele viu um distanciamento nos olhos dela. — É por eu não ter te protegido... ou porque eu não concordei em cancelar o noivado com Cátia? — Marcos perguntou em um tom sério. Carolina olhou para baixo, sem dizer nada. Na verdade, Marcos sabia de tudo. Era apenas que ela não era importante o suficiente. — Mamãe... — Tiago abraçou Carolina, perguntando em voz baixa. — Quem é ele? Carolina tinha os olhos vermelhos e olhou para Marcos com cautela. Ela realmente n