O olhar de Esther carregava uma ponta de expectativa.

Luiz ficou em silêncio por alguns segundos antes de soltar um riso baixo.

— Eles acham que eu estou morto. Se eu não der notícias, vão continuar pensando assim. Mas, se eu falar algo, eles vão se preocupar ainda mais. Além disso, eu ainda não recuperei minha memória.

Ele parecia perdido, sem saber como se conectar novamente com a própria família. Dentro dele, havia um vazio difícil de preencher. Luiz queria fazer algo significativo, algo que o ajudasse a encontrar um propósito antes de encarar o passado e, quem sabe, voltar para casa.

Mas havia algo em Esther que o deixava inquieto. Sempre que estava perto dela, sua respiração parecia travar e o peso no peito aumentava.

— Tudo bem, respeito sua decisão, mas você me disse que aqui é perigoso. E se... — Esther franziu a testa, deixando a pergunta no ar.

Luiz soltou um pequeno riso e respondeu com calma:

— Todo mundo vai morrer um dia. Mas, se a gente se perder, é melhor fazer algo que