— Você ainda vai viver mais uns dias, dependendo da vontade da Srta. Estrella. — Ademir disse com frieza. — Melhor você se cuidar!Depois disso, ele e os outros saíram, deixando Esther sozinha.Apesar de ter sido levada para aquele lugar, ela não foi trancada. Podia andar livremente pelo espaço.Algumas mulheres passaram por ela. Esther tentou cumprimentá-las, mas elas não responderam. Caminhavam cabisbaixas, quietas, como se tivessem medo de tudo ao redor.Pareciam empregadas ou até mesmo escravas, como nos tempos antigos.Esther ainda não entendia o que aquele lugar era. Ela decidiu explorar o jardim. Caminhou até onde os homens tinham saído e descobriu que o espaço inteiro era cercado por altos muros com arame farpado e eletrificado.Sem chances de escapar.O jardim era tão grande que, andando ao longo do muro, levou cerca de vinte minutos para completar uma volta. Era impossível escalar ou encontrar uma saída.De repente, o som de algo quebrando chamou sua atenção. Logo depois, ouv
Luciana voltou correndo, ofegante e com o rosto pálido.Assim que a viram, os outros suspiraram aliviados.— Luciana! Onde você estava? Ficamos preocupados demais!— Onde está o capitão Marcelo? Preciso falar com ele agora! — Luciana estava com os olhos vermelhos de chorar e parecia extremamente aflita.— O capitão Marcelo ainda não voltou. E a Esther? Ela foi te procurar, mas só você voltou.— A Esther foi capturada! Temos que encontrar o capitão Marcelo! Só ele pode salvar a Esther! — Disse Luciana, andando de um lado para o outro, desesperada. — Onde ele está? Preciso avisar ele rápido!— Quando você desapareceu, a Esther mandou alguém avisar ele. Ele deve estar voltando em breve.Luciana não conseguia esconder a ansiedade enquanto esperava. Assim que ouviu o som de um carro, correu para fora.Marcelo desceu rapidamente do veículo com uma expressão séria e passos firmes.— Capitão Marcelo, a Esther foi levada! Você precisa salvar ela! — Gritou Luciana, correndo até ele.— Quem levou
— Você não é daqui, né? — Ivana riu, debochada. — Aqui todo mundo tem seu pedaço de terra e seus segredos. Escravos são só mais uma parte do negócio. Em vez de perguntar tanto, devia pensar em como vai sair viva daqui.Esther olhou em volta, tentando entender o ambiente hostil. Afinal, ela também estava ali como uma escrava. O lugar era enorme, cheio de pessoas submissas e assustadas. Era evidente que já tinham apanhado tanto que nem coragem tinham para reagir.— Então, é isso? Vocês fazem o que querem e ninguém sai vivo daqui? — Esther perguntou, encarando Ivana.Ivana deu de ombros, como se fosse óbvio.— Aqui é território do Faraó, não é? — Perguntou Esther, observando a reação da mulher.Ivana empalideceu na hora e se exaltou:— Quem é você pra falar do Faraó? Fique quieta! Se continuar, não vai sair daqui nem com a língua!Esther notou o medo na expressão de Ivana. Pelo jeito, o tal Faraó era alguém muito importante e temido.— Você já viu o Faraó? — Insistiu Esther, mantendo o to
Ivana olhou para o buraco da bala na parede e para o chicote quebrado no chão. Seu rosto perdeu a cor, e ela se encolheu, assustadíssima.— Rápido, coloquem os guardas em alerta! — Gritou Ivana, se escondendo atrás de todos, sem se importar com Esther. O pânico tomou conta de todos.Porém, o esperado não aconteceu. A tensão ficou no ar por alguns segundos, mas não houve mais tiros ou explosões. A maioria das pessoas ali já estava acostumada com a guerra e, ao verem uma arma disparando, automaticamente pensaram que o conflito tivesse recomeçado.Ivana, um pouco mais calma, espiou pela porta para ver o que estava acontecendo. Esther viu atrás de janela um homem alto e imponente entrando na sala. Ele estava com a expressão fechada, sem dizer uma palavra, e andava com uma postura firme, quase que bloqueando a visão de todos os outros na sala.Ivana engoliu em seco. Ela reconheceu imediatamente quem era.— Sr. Vasco... O que você está fazendo aqui? — Ela gaguejou, completamente surpresa.V
As pessoas também eram incentivadas a se envolver em brigas, a testar drogas e até a participar de experimentos cruéis. Esses experimentos eram tão terríveis que a dor que causavam parecia até pior que a morte. Quando Esther ouviu tudo isso, ela não pôde deixar de sentir uma angústia profunda. Esse lugar não deveria ser chamado de "campo de escravos". Deveria ser renomeado como "campo dos demônios".A garota deu uma risada amarga e falou:— Aqui, até os corpos depois de mortos são usados para experimentos.Ela começou a detalhar como os corpos eram aproveitados após a morte, e Esther, ao ouvir, sentiu o couro cabeludo formigar de horror. Se o lugar já parecia um inferno vivo, agora parecia um pesadelo sem fim....Do outro lado do complexo, em um ambiente completamente diferente, havia um quarto luxuoso. A cama era enorme, com um mobiliário elegante e adornos caros por todo lado. Estrella estava no centro do quarto, em sua mesa, onde havia joias caras e uma seleção de doces e bebidas
Um olhar de fúria cruzou os olhos de Estrella.Ela já havia trazido Esther para aquele lugar e não iria permitir que ela saísse viva.No entanto, pouco depois de o homem ir embora, alguém bateu na porta de seu quarto.— Entre. — Ela disse com frieza. Logo um homem alto entrou, carregando uma tigela de sopa de ginseng. Ele se aproximou de Estrella, com uma postura extremamente respeitosa.— Srta. Estrella, o Faraó mandou que eu trouxesse essa sopa para a senhora, para ajudar a repor suas energias.— Pode deixar aí, vou trocar de roupa e já como. — Estrella deu uma rápida olhada na sopa e se virou, deixando o homem a observar seu costas.Desde que chegou ali, ela havia recebido sopa de ginseng várias vezes, mas a verdade era que ela sempre acabava vomitando.O homem obedeceu e colocou a sopa sobre a mesa.— O Faraó pediu que eu ficasse aqui e visse a senhora beber tudo.Estrella não respondeu, mas, depois de trocar de roupa, foi até a mesa e pegou a tigela. O cheiro forte de frango mist
Desde que foi presa, Esther não tinha visto nenhum homem.Quando a garota estava prestes a dizer algo, a porta do quarto se abriu de repente, e Ivana apareceu na entrada. Ela olhou para Esther e falou com firmeza:— Sai daqui.Esther franziu a testa e se levantou.A garota observou a figura de Esther se afastando e seu semblante se fechou. Ela havia começado a desconfiar da verdadeira identidade de Esther, e agora Ivana estava a levando pessoalmente. Será que iam puni-la? Ou talvez fizessem algo pior com ela?A garota apertou os punhos com força. Se tivesse que morrer, pelo menos queria levar Ivana junto. Caso contrário, todo o sofrimento que ela havia passado não teria valido a pena.Do outro lado, Esther seguia Ivana com cautela. Ela se mantinha alerta, sem saber o que esperar. Ivana não fez nada além de guiá-la até uma área diferente, onde a levou até um homem.Quando Esther o viu, logo o reconheceu. Era o Vasco, o homem que a tinha resgatado de Ivana pouco tempo atrás.— Sr. Vasco,
O homem, que estava caído no chão, não se mexia.— Levem ele embora, deem para os cachorros! — Uma voz fria e ameaçadora se aproximava rapidamente.Naquele momento, Esther finalmente entendeu o motivo pelo qual a garota preferiria morrer a continuar vivendo nesse lugar.— Parem! — Uma voz profunda e autoritária soou, interrompendo a cena.Os dois homens que estavam prestes a continuar o que faziam pararam de imediato e olharam na direção de onde a voz soou. Quando viram Vasco, o respeito tomou conta deles instantaneamente. Eles abaixaram a cabeça, com um ar submisso.— Sr. Vasco. — Disseram em uníssono, com a voz cheia de respeito.Vasco caminhou até eles com passos firmes e, então, se agachou diante do homem caído, que estava sem sentido.Ele colocou a mão perto do nariz do homem, verificando sua respiração.— Ele ainda está vivo. Mesmo assim, um prisioneiro não deve ser descartado dessa maneira. Não podemos deixar que o Faraó perca mais gente. O experimento de morte ainda não teve su