Ao perceber que Marcelo não a ajudaria, Joana se desesperou:— Marcelo, como pode dar ouvidos a essa mulher? Eu sou sua mãe! Você quer me ver presa? Não acredito que está fazendo isso comigo! Só pode ter sido enfeitiçado por essa mulher! Ela virou sua cabeça!O rancor de Joana crescia a cada segundo, e toda sua raiva se concentrava em Esther.— Você, Esther! O que fez para deixar ele assim? Só pode ser uma bruxa! Eu juro, não vou te deixar em paz! Pode apostar! Se você ousar me prejudicar ou afetar minha vida com Fifi, eu serei um fantasma para te atormentar para sempre!Ela não parava de praguejar, lançando ameaças a Esther, mas nem assim escapou de ser levada à delegacia.A casa, por fim, voltou ao silêncio. Marcelo observava o chão chamuscado, perdido em pensamentos, até se virar para Esther e propor:— Esse lugar não é mais seguro. Vou te levar para outro local, um lugar mais confortável onde você possa ficar tranquila.— Não precisa, Marcelo. — Esther respondeu com um tom sereno,
Ao ouvir a voz de Esther, Marcelo soltou sua mão de imediato. Marcelo olhou para o pulso dela e viu que o aperto havia deixado uma marca avermelhada ao redor. Esther olhou para a própria mão, chocada, sem acreditar que Marcelo tivesse agido com tamanha força.Ela levantou o olhar, o encarando com uma expressão de descontentamento e mágoa. Marcelo, percebendo o impacto de seu ato, sentiu uma onda de arrependimento. Com um suspiro pesado, ele tentou se desculpar.— Me desculpe, Esther... — Disse ele, com a voz soando quase apagada.Mas para ela, essas palavras agora pareciam vazias. Afinal, ele realmente a tinha machucado, mesmo que de forma não intencional. Marcelo tampouco esperava ter perdido o controle assim, tão subitamente, como se houvesse algo obscuro tomando conta dele e revelando uma agressividade que não reconhecia em si.Ainda abalada e com a raiva pulsando, Esther não aceitou as desculpas.— Desculpa não muda nada, Marcelo. Você fez isso, não importa o quanto lamente agora.
Com essa polêmica, vários dos trabalhos de Sofia foram suspensos. Mas, por mais difícil que fosse, ela estava determinada a retornar. Se não fosse possível aparecer na mídia nacional, ela tentaria a internacional. O escândalo ainda era recente. Por sorte, ela não tinha sido banida completamente. Ainda podia participar de um evento de jogos online, onde a maioria dos fãs eram apaixonados pelo mundo dos animes e dos personagens de jogos.Para capturar a atenção desse público, Sofia teve a ideia de se fantasiar como a musa idealizada dos fãs de cultura pop. Sabia como ninguém atrair olhares e fazer disso uma vantagem para se destacar. Em todos os eventos, fazia questão de garantir ser o centro das atenções, e dessa vez não seria diferente.Além disso, Sofia aguardava ansiosamente por uma boa notícia de Joana. Se Esther lhe trazia tantos problemas, então Sofia não deixaria barato. Certamente Joana já estava a caminho para resolver essa "pendência". Se Joana conseguisse se livrar desse incô
De repente, alguém na multidão começou a gritar. O rosto de Sofia se contraiu de espanto e vergonha, e ela ficou ali, parada, como se estivesse presa sob os olhares severos de todos. Embora já tivesse suportado diversos rumores e críticas, dessa vez era diferente, pois a condenação vinha diretamente da multidão, em público, e a expressão de cada um parecia carregada de desprezo.O apresentador, tentando acalmar a situação, disse com um sorriso forçado:— Gente, é a primeira vez que Sofia vem a este evento. Todos sabem que essas fofocas de internet não passam de rumores sem fundamento. Mostrem respeito, por favor.Mas a plateia não hesitou em reagir:— Ah, onde há fumaça, há fogo! Se estão falando dela, é porque tem algo de verdade nisso! Todo mundo sabe que há pontos suspeitos na agenda recente da Sofia! Nós devemos pedir uma investigação policial! Artistas com reputação manchada não deviam ser permitidos aqui!O apresentador, sem desistir, tentou mais uma vez restaurar a ordem:— Cal
Iara começou a arrumar as coisas de Sofia, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto da atriz. Seu olhar estava gélido e determinado, mas a expressão de cansaço traía o fardo que carregava. Por mais que ela desejasse virar o jogo, a cada passo parecia se afundar ainda mais. A situação estava se tornando sufocante, e ela precisava pensar em uma maneira de se salvar, mesmo que usando um último recurso. Anos no mundo do entretenimento haviam feito dela alguém resiliente e ambiciosa, ela sempre quis ser admirada e considerada quase inatingível. Desistir simplesmente não era uma opção.De repente, alguém bateu na porta. Iara, com uma expressão de impaciência, abriu a porta reclamando:— Pra que essa pressa...Mas logo se calou ao ver que eram pessoas de Marcelo. O olhar de Iara se iluminou de esperança.— Sofia!Ainda desconfiada e sem reação, Sofia, que até então se sentia em um verdadeiro pesadelo, se virou lentamente. Ao reconhecer os homens de Marcelo, seu olhar gelado ganhou um lampejo
Sofia ficou paralisada de choque, e, logo em seguida, foi tomada por um medo avassalador.Ela não tinha mais nada. Nada além de Marcelo, que era sua única esperança. Se ele também a abandonasse, ela estaria completamente perdida, no fundo do poço. E sabia bem, voltar ao topo seria quase impossível.— Marcelo... — As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Sofia de forma incontrolável. Ignorando a dor que latejava pelo corpo, ela se arrastou na direção dele, desesperada. — Eu errei, eu sei que errei! Por favor, não faça isso comigo, eu imploro!Marcelo olhou para ela como quem observa um animal desprezível, talvez um cachorro ferido e derrotado. Seu olhar era frio e desdenhoso, enquanto um sorriso gélido surgia no canto dos lábios. Ele abaixou a cabeça, mas ainda mantinha uma postura altiva, de quem tinha todo o poder nas mãos. Com seus dedos longos e firmes, segurou o queixo dela, a forçando a encará-lo.— Errou? Você sabe ao menos onde errou?A pergunta fez Sofia congelar.Onde el
Marcelo não acreditava que a prisão fosse punição suficiente para ela. Era muito pouco. Ele queria que ela pagasse de verdade, e da pior forma possível.— Você não é tão burra assim, afinal. — Marcelo falou com um tom de escárnio, a voz cortante como gelo. Ele a encarou como se fosse um juiz proferindo uma sentença final. — A sua vida, Sofia, acaba aqui.— Não! Você não pode fazer isso! — Sofia gritou, desesperada. Seu coração parecia prestes a explodir. — Marcelo, isso é crime! Você não pode me manter presa! Está se condenando ao fazer isso!Ela sabia que, se Marcelo estava disposto a impedir que fosse para a prisão, qualquer coisa que ele fizesse com ela seria muito pior. A ideia de ficar sob seu domínio fazia seu sangue gelar.Se ele queria torturá-la, então preferia a frieza de uma cela de prisão.Enquanto esses pensamentos tumultuados passavam por sua mente, Sofia tomou uma decisão, precisava fugir dali, custasse o que custasse.Com o coração martelando, ela se levantou de um salt
Esther sabia que os seguranças tinham mais proximidade com Durval. Por isso, ela perguntou a eles.— O capitão Marcelo não voltou, senhora. Não sabemos a que horas ele chegará. — A resposta foi direta, mas sem qualquer informação útil.Esther franziu o cenho, impaciente.— Vocês têm ideia de onde ele foi?— Não sabemos, senhora. — A resposta seca parecia ecoar no vazio.Era como se ela estivesse falando com uma parede. Nenhuma das respostas esclarecia o paradeiro de Marcelo ou sequer dava um indício do que ele estava fazendo.Ela suspirou, sentindo o peso da solidão naquela noite. Era um momento em que ela precisava dele ao seu lado, mas ele estava ausente. A raiva inicial começava a se dissipar, mas deixava espaço para uma mágoa ainda maior.Se ele apenas explicasse… Se falasse a verdade, ela provavelmente o perdoaria. Mas esse silêncio, esse descaso, estava acabando com ela.“Será que ele simplesmente não me ama mais?” pensou Esther.Se fosse esse o caso, ele deveria ser claro. Ela o