Esther de repente percebeu que Melissa era uma pessoa bastante sofrida. Crescer sem o amor dos pais certamente a deixou carente de segurança e talvez por isso ela tivesse aprendido a suportar muito mais do que a maioria. Sem conseguir se conter, Esther enlaçou o braço de Melissa e consolou ela: — Já passou. O que importa é que, daqui pra frente, as coisas vão melhorar. Um dia, você vai conquistar o seu lugar como a grande atriz que merece ser. — Você está colocando bastante fé em mim. — Melissa sorriu.— Se você aguentou tanto desde pequena, tem alguma coisa que você não consegue fazer? Melissa começou a ver Esther com outros olhos. Talvez fosse a grande dose de incentivo que ela lhe havia dado, mas algo que Melissa havia enterrado lá no fundo foi despertado: um forte desejo de vitória. Mesmo sendo acostumada a se esconder por trás da paciência e da discrição, essa força lhe trazia um propósito renovado. Não havia volta para ela. Melissa estava decidida a se livrar de vez
Sofia ficou alarmada ao ver tanta gente em volta e a fragilidade de Melissa, que parecia desmoronar com o menor contato. Em pânico, ela começou a se justificar: — Parem de filmar! Ela está fingindo! Eu não toquei nela, foi ela que veio pra cima de mim! Eu só me defendi! Esther rapidamente ajudou Melissa a se levantar e, com um tom sério, disse:— Você já conseguiu tudo o que queria. Por que precisa continuar a perseguir ela? Só vai ficar satisfeita se ela sair do mundo de entretenimento?— Do que você está falando? — Sofia retrucou, irritada, ao ver que Esther também estava começando a jogar lenha na fogueira.Com tantas pessoas ali, Sofia percebeu que nenhuma explicação resolveria a situação. Ela havia subestimado as duas. Jamais imaginou que elas pudessem ser tão ardilosas a ponto de prepararem uma armadilha para ela.— Esperem só para ver! — Ameaçou Sofia, antes de se afastar rapidamente para evitar mais atenção.Assim que Sofia foi embora, Esther levou Melissa para dentro. Se est
Marcelo rapidamente pegou Esther nos braços e levou ela às pressas para ser atendida por um médico, ela foi imediatamente levada para a sala de emergência, onde os médicos começaram a examiná-la. Do lado de fora, Marcelo caminhava de um lado para o outro, claramente angustiado. Seu olhar penetrante estava fixo na porta da sala, e seu coração parecia estar prestes a sair pela boca. Ele estava completamente tenso, incapaz de relaxar. Suas mãos suavam de preocupação. Ele sabia que algo muito estranho estava acontecendo com Esther.Depois de mais de dez minutos de agonia, um dos médicos finalmente saiu da sala. Ele se aproximou de Marcelo com uma expressão incerta.— Eu não consegui identificar nenhum problema no estado da sua esposa. — Informou o médico. — Todas as análises indicam que ela está saudável. Quanto ao desmaio repentino, não consegui encontrar uma explicação concreta. Porém, notei algumas manchas roxas no corpo dela, o que me pareceu um tanto suspeito. Além disso, observei um
Apenas essa pessoa teria a oportunidade.Marcelo olhou para Esther e, cada vez mais magra, decidiu que não podia mais ficar de braços cruzados. — Fica de olho nela, vou sair para resolver uma coisa. — Disse ele, já se preparando para voltar ao apartamento.Ele sabia que o homem estaria lá.Issac não fazia ideia de onde Marcelo pretendia ir, mas assentiu com firmeza.— Tudo bem.Era evidente que o sequestro de Esther deixou sequelas. Saber que ela foi envenenada e que, ainda assim, alguém conseguiu conter os efeitos do veneno tão rapidamente indicava que essa pessoa era muito mais do que aparentava.Naquele momento, qualquer fio de esperança era valioso demais para ser ignorado.Marcelo chegou ao prédio e foi direto para o apartamento ao lado do de Esther. A porta estava trancada, mas ele bateu com firmeza.Em menos de um minuto, a porta se abriu.Geraldo estava em casa o tempo todo. Parecia que ele já esperava por Marcelo, sem esboçar qualquer surpresa. Apenas disse:— Entre.Marcelo
Esse nome, Marcelo já tinha ouvido falar quando ainda estava no exército. O problema era que nunca conseguiu encontrar o paradeiro dessa pessoa.— Você também nunca o viu pessoalmente? — Marcelo perguntou.Geraldo balançou a cabeça.— Ele é extremamente misterioso. Nunca aparece fisicamente diante de ninguém. O que sei é que ele estuda vírus e tem uma habilidade incrível em combate. Isso é tudo que conheço sobre ele.Se envolver com esse tipo de organização criminosa fazia a situação se tornar ainda mais grave. Marcelo começou a ligar os pontos, percebendo que Esther poderia estar envolvida com isso há muito mais tempo. Inclusive, a situação fazia sentido quando ele se lembrava do sumiço dela durante o verão da época do colégio. Naquele mesmo período, uma grande organização criminosa havia sido capturada. Muitos foram presos, muitos outros morreram. Agora, parecia que um deles estava voltando à tona. E essa pessoa, conhecida como “Faraó”, ainda estava livre, vivendo à margem da lei.Ma
Esther estava mais calma agora, suas emoções não estava tão à flor da pele. Era evidente que Marcelo se preocupava com ela há muito tempo e todas as palavras duras que poderiam ser ditas se dissiparam naquele momento.Ela abraçou ele pela cintura, dizendo: — Vamos fazer um combinado? Daqui pra frente, nada de brigas. Se tivermos algum problema, a gente conversa, certo? — Certo. — Marcelo respondeu baixinho. Esther, no entanto, achou a resposta dele um tanto estranha. — Só isso? Um simples “certo”? Está bravo comigo? — Não estou, não. — Ele disse, acariciando delicadamente o rosto dela. — Você acabou de falar que não quer mais brigar. Como eu poderia estar bravo com isso? Ela olhou diretamente nos olhos dele e continuou: — Se você não confiar mais em mim e já estiver planejando se separar? Aí o que eu estou falando agora vai ser em vão, né? — Isso nunca vai acontecer. — Marcelo tranquilizou ela, segurando as mãos dela. — Não vamos nos separar. — Então não quer mais se d
— Eu posso te ensinar. — Marcelo respondeu. — Sério? Então não preciso mais procurar um mestre, já tenho você como mestre! — Esther ficou animada.— A gente vê isso depois. — Marcelo comentou, mudando de assunto. — Você já deve estar cansada de ficar no hospital, né? Vamos sair um pouco, eu te levo pra dar uma volta.Esther, mais alegre, agarrou o braço dele e pediu com um tom manhoso: — Quero tomar um suco doce e comer uns docinhos de fruta.— Tão viciada em doce assim? — Marcelo perguntou com uma leve provocação.— É que grávida tem esses desejos. Vai mudando o gosto o tempo todo. — Esther respondeu com um sorriso maroto.Fazia tempo que eles não tinham um momento assim juntos e Esther se sentia verdadeiramente feliz, algo que nunca tinha experimentado de forma tão plena antes. Se aquele tipo de felicidade pudesse durar para sempre, seria perfeito.Durval estava dirigindo, enquanto eles relaxavam no banco de trás. Esther logo se sentiu cansada com o balanço do carro e encostou a c
O homem à frente ouviu começou a rir com desprezo.— Amar a esposa vai trazer dinheiro? De onde você tirou essa besteira? Isso é só superstição, eu não acredito nisso nem um pouco! Me diz aí, você ficou rico, por acaso? Hahahaha!— Já estamos juntos há tanto tempo e ela não gastar dinheiro à toa já é um alívio! Ainda esperar que a gente enriqueça? — O homem de trás comentou, engrossando a zombaria. — Essas saídas pra comer e beber têm que ser economizadas. Se não fosse porque ela está grávida, eu nem teria vindo!Os dois homens pareciam ser farinha do mesmo saco, compartilhando a mesma visão estreita de mundo.— Se não acredita, o problema é seu. — Marcelo respondeu com um tom frio.A forma como eles falavam claramente não lhe agradava. Ele não podia concordar com a visão deles. Desde quando a sua esposa exagerava nos gastos? Quando ele decidiu casar com ela, essas coisas nem passavam pela sua cabeça. Se eles não acreditavam, por que se casaram, afinal?Os dois homens notaram que Marc