— Eu posso te ensinar. — Marcelo respondeu. — Sério? Então não preciso mais procurar um mestre, já tenho você como mestre! — Esther ficou animada.— A gente vê isso depois. — Marcelo comentou, mudando de assunto. — Você já deve estar cansada de ficar no hospital, né? Vamos sair um pouco, eu te levo pra dar uma volta.Esther, mais alegre, agarrou o braço dele e pediu com um tom manhoso: — Quero tomar um suco doce e comer uns docinhos de fruta.— Tão viciada em doce assim? — Marcelo perguntou com uma leve provocação.— É que grávida tem esses desejos. Vai mudando o gosto o tempo todo. — Esther respondeu com um sorriso maroto.Fazia tempo que eles não tinham um momento assim juntos e Esther se sentia verdadeiramente feliz, algo que nunca tinha experimentado de forma tão plena antes. Se aquele tipo de felicidade pudesse durar para sempre, seria perfeito.Durval estava dirigindo, enquanto eles relaxavam no banco de trás. Esther logo se sentiu cansada com o balanço do carro e encostou a c
O homem à frente ouviu começou a rir com desprezo.— Amar a esposa vai trazer dinheiro? De onde você tirou essa besteira? Isso é só superstição, eu não acredito nisso nem um pouco! Me diz aí, você ficou rico, por acaso? Hahahaha!— Já estamos juntos há tanto tempo e ela não gastar dinheiro à toa já é um alívio! Ainda esperar que a gente enriqueça? — O homem de trás comentou, engrossando a zombaria. — Essas saídas pra comer e beber têm que ser economizadas. Se não fosse porque ela está grávida, eu nem teria vindo!Os dois homens pareciam ser farinha do mesmo saco, compartilhando a mesma visão estreita de mundo.— Se não acredita, o problema é seu. — Marcelo respondeu com um tom frio.A forma como eles falavam claramente não lhe agradava. Ele não podia concordar com a visão deles. Desde quando a sua esposa exagerava nos gastos? Quando ele decidiu casar com ela, essas coisas nem passavam pela sua cabeça. Se eles não acreditavam, por que se casaram, afinal?Os dois homens notaram que Marc
Antes que a mão do homem pudesse alcançar Marcelo, Durval interveio rapidamente. Com um movimento preciso, ele torceu o braço do sujeito, que imediatamente soltou um grito de dor.— Aaaiii... Tá doendo!Durval era um homem bem treinado, atento a qualquer ameaça. Se alguém ousasse levantar a mão contra um deles, ele reagiria no mesmo instante, sem dar qualquer chance para a agressão.— Capitão Marcelo, está tudo bem? — Perguntou Durval, se mantendo alerta.— Está tudo certo.Os homens perceberam que Durval usava um uniforme camuflado e que seus reflexos e habilidades não eram nada comuns. Além disso, a maneira respeitosa com que ele tratava Marcelo deixou claro que aquele homem não era como eles.De repente, a ficha caiu. Eles haviam provocado a pessoa errada.Rapidamente, os dois homens recuaram e, num tom submisso, disseram:— Desculpa aí, chefe, nós erramos feio. Não deveríamos ter falado aquelas besteiras!— Você estava certo... Amar a mulher realmente traz dinheiro! — Completou o o
— Ah... — Esther tentou chamar a garota que havia passado correndo.Logo em seguida, uma pomba branquinha e rechonchuda voou em direção a eles. Esther deu um passo para trás, com medo de que o pássaro bicasse ela. Mas, de repente, ela notou algo diferente. O bico da pomba carregava um objeto circular.Sem ter tempo de entender completamente o que estava acontecendo, a bomba voou até Marcelo, e o objeto pousou diretamente nas mãos dele.Com os olhos arregalados de surpresa, Esther fixou o olhar em Marcelo. No momento seguinte, ela viu que o objeto era um anel de diamante. O sol brilhava intensamente e o reflexo da pedra era tão ofuscante que quase machucava seus olhos.Instintivamente, ela estreitou os olhos. Mas, antes que pudesse reagir, Marcelo já estava colocando o anel em seu dedo anular.Palmas ecoaram ao redor.Esther olhou para os lados e viu que várias pessoas ao redor estavam aplaudindo, algumas sorrindo e olhando para eles com admiração e alegria. De repente, ela se sentiu in
— Quero! — Ele respondeu sem hesitação.Ninguém queria mais que ele que Esther continuasse viva. Se precisasse, ele trocaria sua própria vida pela dela.— Se quer tanto, por que está fazendo isso? — Sofia gritou, perdendo o controle da situação. — Você fez um pedido de casamento para ela, deu a ela tantas coisas. E eu? Onde você me coloca nisso tudo?Sofia estava à beira da loucura, completamente sem razão. Ela não conseguia suportar aquilo. Tudo que ela acreditava ser dela estava agora nas mãos de Esther.Ela pensava que quem deveria estar casada com Marcelo era ela. Que a única pessoa que merecia ser pedida em casamento daquela forma, cercada de rosas e com um helicóptero, era ela.Marcelo olhou para longe, onde Esther estava, radiante de felicidade. O sorriso em seu rosto era a visão que ele mais queria ver. Há quanto tempo ele sonhava em vê-la sorrir assim, um sorriso que viesse do coração, só para ele.Antes, sempre que ele a via, ela parecia distante, fria. Sua expressão não reve
Sofia, naquele momento, não estava apenas tentando enganar Marcelo, mas também a si mesma. Ela queria tanto se sentir limpa, como se nunca tivesse feito nada de errado. Ela sempre acreditou que seu amor por Marcelo era puro, que tudo o que fazia era por ele, sem segundas intenções. E essa era a narrativa que ela mais desejava acreditar para se redimir.Porém, desde o instante em que Sofia envenenou Esther, sua sujeira já havia sido revelada para Marcelo.O rosto de Marcelo, habitualmente bonito e charmoso, estava agora severo, sem um traço de leveza. Ele sabia que não era apenas Esther que estava em perigo. Havia também o segredo sujo de Sofia, seu passado oculto, que ele finalmente começava a entender.— Você diz que quase se sacrificou por mim? Antes, eu jamais duvidaria das suas intenções. Mas agora... Você me salvou porque queria se livrar da sua própria culpa, queria se distanciar dos crimes que cometeu como cúmplice.Essas palavras fizeram os olhos de Sofia se arregalarem. Ela fi
— Com quem você estava falando? Está no telefone há um tempão. — Esther, mesmo não estando ao lado de Marcelo, esperou pacientemente enquanto ele estava ao telefone. Mas, curiosa, não pôde deixar de perguntar quando percebeu que ele já estava há um bom tempo na ligação.Marcelo colocou o celular de volta no bolso da calça, se aproximando dela. Ele segurou sua mão e puxou ela para um abraço apertado.— Reunião por telefone, era algo importante, por isso demorou mais. Você ficou esperando muito tempo?Esther balançou a cabeça, com um sorriso suave no rosto.— Se era urgente, tudo bem, não me importo. Só fiquei preocupada porque você estava com a testa franzida, pensei que estivesse chateado com alguma coisa.Esther era uma pessoa muito atenta, sempre observando o que acontecia ao redor. Sendo Marcelo seu marido, ela ficava ainda mais sensível a qualquer sinal de que algo o estivesse incomodando.— Não estou chateado. — Marcelo deu um sorriso leve, seus lábios se curvando enquanto puxava
— Você precisa se cuidar melhor. — Liliane acrescentou, enquanto olhava para Esther com uma expressão preocupada. — Falei com meu avô e disse a ele que ficaria com você nos próximos dias. Trouxe até minhas malas!No mesmo momento, um soldado colocou as malas dela no carro.— Ótimo, então vou pedir para o Marcelo cozinhar para você. — Disse Esther, tentando descontrair.— Sério? — Liliane abriu um sorriso surpreso. — Isso seria maravilhoso! Já está mais do que na hora de ele fazer alguma coisa na cozinha e deixar você relaxar um pouco.Ao voltar para a casa, uma bela e espaçosa vila, Esther sentiu como se não tivesse se afastado por tanto tempo. Embora já fizesse um tempo desde a última vez que tinha ido até a mansão, tudo parecia exatamente como se ela tivesse estado ontem naquela casa.Liliane, sendo uma verdadeira fã de comida, nem esperou chegar em casa para comprar várias guloseimas. Era evidente que ela planejava passar bastante tempo com Esther e já estava confortável em se insta