Antes que a mão do homem pudesse alcançar Marcelo, Durval interveio rapidamente. Com um movimento preciso, ele torceu o braço do sujeito, que imediatamente soltou um grito de dor.— Aaaiii... Tá doendo!Durval era um homem bem treinado, atento a qualquer ameaça. Se alguém ousasse levantar a mão contra um deles, ele reagiria no mesmo instante, sem dar qualquer chance para a agressão.— Capitão Marcelo, está tudo bem? — Perguntou Durval, se mantendo alerta.— Está tudo certo.Os homens perceberam que Durval usava um uniforme camuflado e que seus reflexos e habilidades não eram nada comuns. Além disso, a maneira respeitosa com que ele tratava Marcelo deixou claro que aquele homem não era como eles.De repente, a ficha caiu. Eles haviam provocado a pessoa errada.Rapidamente, os dois homens recuaram e, num tom submisso, disseram:— Desculpa aí, chefe, nós erramos feio. Não deveríamos ter falado aquelas besteiras!— Você estava certo... Amar a mulher realmente traz dinheiro! — Completou o o
— Ah... — Esther tentou chamar a garota que havia passado correndo.Logo em seguida, uma pomba branquinha e rechonchuda voou em direção a eles. Esther deu um passo para trás, com medo de que o pássaro bicasse ela. Mas, de repente, ela notou algo diferente. O bico da pomba carregava um objeto circular.Sem ter tempo de entender completamente o que estava acontecendo, a bomba voou até Marcelo, e o objeto pousou diretamente nas mãos dele.Com os olhos arregalados de surpresa, Esther fixou o olhar em Marcelo. No momento seguinte, ela viu que o objeto era um anel de diamante. O sol brilhava intensamente e o reflexo da pedra era tão ofuscante que quase machucava seus olhos.Instintivamente, ela estreitou os olhos. Mas, antes que pudesse reagir, Marcelo já estava colocando o anel em seu dedo anular.Palmas ecoaram ao redor.Esther olhou para os lados e viu que várias pessoas ao redor estavam aplaudindo, algumas sorrindo e olhando para eles com admiração e alegria. De repente, ela se sentiu in
— Quero! — Ele respondeu sem hesitação.Ninguém queria mais que ele que Esther continuasse viva. Se precisasse, ele trocaria sua própria vida pela dela.— Se quer tanto, por que está fazendo isso? — Sofia gritou, perdendo o controle da situação. — Você fez um pedido de casamento para ela, deu a ela tantas coisas. E eu? Onde você me coloca nisso tudo?Sofia estava à beira da loucura, completamente sem razão. Ela não conseguia suportar aquilo. Tudo que ela acreditava ser dela estava agora nas mãos de Esther.Ela pensava que quem deveria estar casada com Marcelo era ela. Que a única pessoa que merecia ser pedida em casamento daquela forma, cercada de rosas e com um helicóptero, era ela.Marcelo olhou para longe, onde Esther estava, radiante de felicidade. O sorriso em seu rosto era a visão que ele mais queria ver. Há quanto tempo ele sonhava em vê-la sorrir assim, um sorriso que viesse do coração, só para ele.Antes, sempre que ele a via, ela parecia distante, fria. Sua expressão não reve
Sofia, naquele momento, não estava apenas tentando enganar Marcelo, mas também a si mesma. Ela queria tanto se sentir limpa, como se nunca tivesse feito nada de errado. Ela sempre acreditou que seu amor por Marcelo era puro, que tudo o que fazia era por ele, sem segundas intenções. E essa era a narrativa que ela mais desejava acreditar para se redimir.Porém, desde o instante em que Sofia envenenou Esther, sua sujeira já havia sido revelada para Marcelo.O rosto de Marcelo, habitualmente bonito e charmoso, estava agora severo, sem um traço de leveza. Ele sabia que não era apenas Esther que estava em perigo. Havia também o segredo sujo de Sofia, seu passado oculto, que ele finalmente começava a entender.— Você diz que quase se sacrificou por mim? Antes, eu jamais duvidaria das suas intenções. Mas agora... Você me salvou porque queria se livrar da sua própria culpa, queria se distanciar dos crimes que cometeu como cúmplice.Essas palavras fizeram os olhos de Sofia se arregalarem. Ela fi
— Com quem você estava falando? Está no telefone há um tempão. — Esther, mesmo não estando ao lado de Marcelo, esperou pacientemente enquanto ele estava ao telefone. Mas, curiosa, não pôde deixar de perguntar quando percebeu que ele já estava há um bom tempo na ligação.Marcelo colocou o celular de volta no bolso da calça, se aproximando dela. Ele segurou sua mão e puxou ela para um abraço apertado.— Reunião por telefone, era algo importante, por isso demorou mais. Você ficou esperando muito tempo?Esther balançou a cabeça, com um sorriso suave no rosto.— Se era urgente, tudo bem, não me importo. Só fiquei preocupada porque você estava com a testa franzida, pensei que estivesse chateado com alguma coisa.Esther era uma pessoa muito atenta, sempre observando o que acontecia ao redor. Sendo Marcelo seu marido, ela ficava ainda mais sensível a qualquer sinal de que algo o estivesse incomodando.— Não estou chateado. — Marcelo deu um sorriso leve, seus lábios se curvando enquanto puxava
— Você precisa se cuidar melhor. — Liliane acrescentou, enquanto olhava para Esther com uma expressão preocupada. — Falei com meu avô e disse a ele que ficaria com você nos próximos dias. Trouxe até minhas malas!No mesmo momento, um soldado colocou as malas dela no carro.— Ótimo, então vou pedir para o Marcelo cozinhar para você. — Disse Esther, tentando descontrair.— Sério? — Liliane abriu um sorriso surpreso. — Isso seria maravilhoso! Já está mais do que na hora de ele fazer alguma coisa na cozinha e deixar você relaxar um pouco.Ao voltar para a casa, uma bela e espaçosa vila, Esther sentiu como se não tivesse se afastado por tanto tempo. Embora já fizesse um tempo desde a última vez que tinha ido até a mansão, tudo parecia exatamente como se ela tivesse estado ontem naquela casa.Liliane, sendo uma verdadeira fã de comida, nem esperou chegar em casa para comprar várias guloseimas. Era evidente que ela planejava passar bastante tempo com Esther e já estava confortável em se insta
Esther não conseguiu esconder a expressão de incômodo que tomou conta de seu rosto. Mesmo assim, ela colocou o celular de Marcelo de volta no lugar, como se nada tivesse acontecido. Ela se deitou de lado na cama, ouvindo o som da água caindo no banheiro. Sua mente, porém, estava cheia de pensamentos e incertezas.“O que ele estava fazendo esta tarde?”, ela se perguntava. Marcelo teria ido investigar a cena do crime onde encontraram o corpo da mulher ou teria se encontrado com Sofia? Algo dentro de Esther deixava ela inquieta, embora ela quisesse confiar em Marcelo. Afinal, eles estavam casados há três anos e ele nunca havia agido de forma tão estranha como nos últimos tempos.Ele demonstrava amor de maneiras únicas e Esther sabia reconhecer o afeto nos olhos dele, algo que ele reservava apenas para ela. Ele já havia lhe dito mais de uma vez que a amava e que ela seria, para sempre, a sua esposa.Contudo, essa mudança no comportamento de Marcelo fazia Esther se perguntar se havia algo q
— Ah, deixa pra lá! — Liliane disse, rindo. — Vamos fazer o nosso, né? Que tal irmos ao shopping hoje? Vou te dar uma bolsa de compras super prática e bonita, o que acha?Esther já estava bem à vontade com Liliane, então respondeu sem rodeios:— Nossa, tá toda generosa hoje, hein?— Claro, né? Tenho que te mimar pra não ficar na mira do Marcelo! Você sabe que ele me mata com aquele olhar gelado dele. — Liliane resmungou, não sendo muito fã da “cara de poucos amigos” de Marcelo.— Vou só trocar de roupa e já podemos sair. — Esther também queria aproveitar a saída para dar uma volta no shopping. Com a barriga crescendo a cada dia, ela sabia que logo precisaria comprar mais coisas para o bebê.As duas se arrumaram e logo saíram de casa. Como sempre, havia um motorista e seguranças as acompanhando. Esther havia tirado uma licença na emissora de TV onde trabalhava, mas isso não impedia ela de cuidar dos assuntos importantes à distância. Sempre que Eduarda precisava de algo ou surgia algum p