Apenas essa pessoa teria a oportunidade.Marcelo olhou para Esther e, cada vez mais magra, decidiu que não podia mais ficar de braços cruzados. — Fica de olho nela, vou sair para resolver uma coisa. — Disse ele, já se preparando para voltar ao apartamento.Ele sabia que o homem estaria lá.Issac não fazia ideia de onde Marcelo pretendia ir, mas assentiu com firmeza.— Tudo bem.Era evidente que o sequestro de Esther deixou sequelas. Saber que ela foi envenenada e que, ainda assim, alguém conseguiu conter os efeitos do veneno tão rapidamente indicava que essa pessoa era muito mais do que aparentava.Naquele momento, qualquer fio de esperança era valioso demais para ser ignorado.Marcelo chegou ao prédio e foi direto para o apartamento ao lado do de Esther. A porta estava trancada, mas ele bateu com firmeza.Em menos de um minuto, a porta se abriu.Geraldo estava em casa o tempo todo. Parecia que ele já esperava por Marcelo, sem esboçar qualquer surpresa. Apenas disse:— Entre.Marcelo
Esse nome, Marcelo já tinha ouvido falar quando ainda estava no exército. O problema era que nunca conseguiu encontrar o paradeiro dessa pessoa.— Você também nunca o viu pessoalmente? — Marcelo perguntou.Geraldo balançou a cabeça.— Ele é extremamente misterioso. Nunca aparece fisicamente diante de ninguém. O que sei é que ele estuda vírus e tem uma habilidade incrível em combate. Isso é tudo que conheço sobre ele.Se envolver com esse tipo de organização criminosa fazia a situação se tornar ainda mais grave. Marcelo começou a ligar os pontos, percebendo que Esther poderia estar envolvida com isso há muito mais tempo. Inclusive, a situação fazia sentido quando ele se lembrava do sumiço dela durante o verão da época do colégio. Naquele mesmo período, uma grande organização criminosa havia sido capturada. Muitos foram presos, muitos outros morreram. Agora, parecia que um deles estava voltando à tona. E essa pessoa, conhecida como “Faraó”, ainda estava livre, vivendo à margem da lei.Ma
Esther estava mais calma agora, suas emoções não estava tão à flor da pele. Era evidente que Marcelo se preocupava com ela há muito tempo e todas as palavras duras que poderiam ser ditas se dissiparam naquele momento.Ela abraçou ele pela cintura, dizendo: — Vamos fazer um combinado? Daqui pra frente, nada de brigas. Se tivermos algum problema, a gente conversa, certo? — Certo. — Marcelo respondeu baixinho. Esther, no entanto, achou a resposta dele um tanto estranha. — Só isso? Um simples “certo”? Está bravo comigo? — Não estou, não. — Ele disse, acariciando delicadamente o rosto dela. — Você acabou de falar que não quer mais brigar. Como eu poderia estar bravo com isso? Ela olhou diretamente nos olhos dele e continuou: — Se você não confiar mais em mim e já estiver planejando se separar? Aí o que eu estou falando agora vai ser em vão, né? — Isso nunca vai acontecer. — Marcelo tranquilizou ela, segurando as mãos dela. — Não vamos nos separar. — Então não quer mais se d
— Eu posso te ensinar. — Marcelo respondeu. — Sério? Então não preciso mais procurar um mestre, já tenho você como mestre! — Esther ficou animada.— A gente vê isso depois. — Marcelo comentou, mudando de assunto. — Você já deve estar cansada de ficar no hospital, né? Vamos sair um pouco, eu te levo pra dar uma volta.Esther, mais alegre, agarrou o braço dele e pediu com um tom manhoso: — Quero tomar um suco doce e comer uns docinhos de fruta.— Tão viciada em doce assim? — Marcelo perguntou com uma leve provocação.— É que grávida tem esses desejos. Vai mudando o gosto o tempo todo. — Esther respondeu com um sorriso maroto.Fazia tempo que eles não tinham um momento assim juntos e Esther se sentia verdadeiramente feliz, algo que nunca tinha experimentado de forma tão plena antes. Se aquele tipo de felicidade pudesse durar para sempre, seria perfeito.Durval estava dirigindo, enquanto eles relaxavam no banco de trás. Esther logo se sentiu cansada com o balanço do carro e encostou a c
O homem à frente ouviu começou a rir com desprezo.— Amar a esposa vai trazer dinheiro? De onde você tirou essa besteira? Isso é só superstição, eu não acredito nisso nem um pouco! Me diz aí, você ficou rico, por acaso? Hahahaha!— Já estamos juntos há tanto tempo e ela não gastar dinheiro à toa já é um alívio! Ainda esperar que a gente enriqueça? — O homem de trás comentou, engrossando a zombaria. — Essas saídas pra comer e beber têm que ser economizadas. Se não fosse porque ela está grávida, eu nem teria vindo!Os dois homens pareciam ser farinha do mesmo saco, compartilhando a mesma visão estreita de mundo.— Se não acredita, o problema é seu. — Marcelo respondeu com um tom frio.A forma como eles falavam claramente não lhe agradava. Ele não podia concordar com a visão deles. Desde quando a sua esposa exagerava nos gastos? Quando ele decidiu casar com ela, essas coisas nem passavam pela sua cabeça. Se eles não acreditavam, por que se casaram, afinal?Os dois homens notaram que Marc
Antes que a mão do homem pudesse alcançar Marcelo, Durval interveio rapidamente. Com um movimento preciso, ele torceu o braço do sujeito, que imediatamente soltou um grito de dor.— Aaaiii... Tá doendo!Durval era um homem bem treinado, atento a qualquer ameaça. Se alguém ousasse levantar a mão contra um deles, ele reagiria no mesmo instante, sem dar qualquer chance para a agressão.— Capitão Marcelo, está tudo bem? — Perguntou Durval, se mantendo alerta.— Está tudo certo.Os homens perceberam que Durval usava um uniforme camuflado e que seus reflexos e habilidades não eram nada comuns. Além disso, a maneira respeitosa com que ele tratava Marcelo deixou claro que aquele homem não era como eles.De repente, a ficha caiu. Eles haviam provocado a pessoa errada.Rapidamente, os dois homens recuaram e, num tom submisso, disseram:— Desculpa aí, chefe, nós erramos feio. Não deveríamos ter falado aquelas besteiras!— Você estava certo... Amar a mulher realmente traz dinheiro! — Completou o o
— Ah... — Esther tentou chamar a garota que havia passado correndo.Logo em seguida, uma pomba branquinha e rechonchuda voou em direção a eles. Esther deu um passo para trás, com medo de que o pássaro bicasse ela. Mas, de repente, ela notou algo diferente. O bico da pomba carregava um objeto circular.Sem ter tempo de entender completamente o que estava acontecendo, a bomba voou até Marcelo, e o objeto pousou diretamente nas mãos dele.Com os olhos arregalados de surpresa, Esther fixou o olhar em Marcelo. No momento seguinte, ela viu que o objeto era um anel de diamante. O sol brilhava intensamente e o reflexo da pedra era tão ofuscante que quase machucava seus olhos.Instintivamente, ela estreitou os olhos. Mas, antes que pudesse reagir, Marcelo já estava colocando o anel em seu dedo anular.Palmas ecoaram ao redor.Esther olhou para os lados e viu que várias pessoas ao redor estavam aplaudindo, algumas sorrindo e olhando para eles com admiração e alegria. De repente, ela se sentiu in
— Quero! — Ele respondeu sem hesitação.Ninguém queria mais que ele que Esther continuasse viva. Se precisasse, ele trocaria sua própria vida pela dela.— Se quer tanto, por que está fazendo isso? — Sofia gritou, perdendo o controle da situação. — Você fez um pedido de casamento para ela, deu a ela tantas coisas. E eu? Onde você me coloca nisso tudo?Sofia estava à beira da loucura, completamente sem razão. Ela não conseguia suportar aquilo. Tudo que ela acreditava ser dela estava agora nas mãos de Esther.Ela pensava que quem deveria estar casada com Marcelo era ela. Que a única pessoa que merecia ser pedida em casamento daquela forma, cercada de rosas e com um helicóptero, era ela.Marcelo olhou para longe, onde Esther estava, radiante de felicidade. O sorriso em seu rosto era a visão que ele mais queria ver. Há quanto tempo ele sonhava em vê-la sorrir assim, um sorriso que viesse do coração, só para ele.Antes, sempre que ele a via, ela parecia distante, fria. Sua expressão não reve