— Marcelo... — Joana exclamou, visivelmente chocada ao perceber sua presença no meio da discussão com Michele.Esther, que estava ao seu lado, também olhou na direção de Marcelo. Ele estava parado atrás delas, com um olhar frio e distante. Para ele, não parecia nenhuma surpresa, como se já soubesse o que estava acontecendo. Na verdade, ele parecia aceitar a situação com uma serenidade inesperada.Michele, ao notar a expressão de Marcelo, ficou completamente surpresa. Naquele momento, ela se arrependeu de ter falado impulsivamente que ele não era filho biológico de Joana. Sabia que aquilo seria um golpe duro para ele. Ela ficou paralisada, os olhos fixos em Marcelo, sem conseguir dizer mais nada. — Marcelo... — Ela murmurou, mas a dor em sua voz era evidente.Marcelo, por sua vez, não disse uma palavra. Ele sabia que estavam no cemitério por algum motivo e que algo poderia acontecer. Preocupado, ele veio até ali para verificar, mas se manteve em silêncio. Joana, furiosa, não consegui
— Não é isso... — Joana disse, com a voz trêmula. — Você ainda é meu filho. Eu já me arrependi, estou tentando fazer tudo o que posso para te compensar...— Eu não preciso disso. — Marcelo respondeu com um olhar frio, que parecia cortar mais fundo do que palavras duras. — Chamar você de mãe já é o meu maior esforço. Você deveria se sentir grata por isso! Joana não conseguiu se conter e deu alguns passos para trás, como se tivesse sido fisicamente atingida pelas palavras dele. — Você não pode me tratar assim! Você não pode ser igual ao seu pai! Por que foi que eu te trouxe de volta? — Eu só tenho valor se puder recuperar o coração do seu marido, mas foi tudo em vão, não adiantou nada! — Marcelo falou com a voz gelada, sem um pingo de emoção.Cada palavra dele era uma lança cravada diretamente no peito de Joana, e ela sentiu como se tivesse sido exposta de maneira cruel, desmascarada pelas escolhas de sua vida.A sua relação com Vitor era um erro que ela não conseguia corrigir. Se olh
— Claro que você tem culpa. — Esther disse, com a expressão fechada, enquanto Joana defendia Sofia.Joana, ao ouvir Esther falar, respondeu de imediato:— Esther, a Fifi já está nesse estado! Não fica atrapalhando mais, só vai acabar machucando ela!Sua primeira reação foi a de proteger quem ela via como sua nora.Esther se aproximou e viu Sofia, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, chorando desesperadamente, como uma flor que murcha à beira do fim.— Por que você acha que não posso falar? Quem está realmente preocupada com a Michele? Você está mais preocupada com seu filho, a Sofia está com medo de ser responsabilizada por tudo isso, tentando fazer papel de vítima. A Michele foi empurrada. Eu vi com meus próprios olhos, e você é a culpada por tudo isso. Acredito que Sofia é a principal responsável.Michele já estava sendo levada para a sala de emergência, com lesões graves, o que fez Esther ficar ainda mais decidida a não poupar palavras.— Não inventa! — Exclamou Joana, irrit
— Marcelo! — Joana o chamou, percebendo sua frieza.Marcelo ignorou suas palavras, com o rosto fechado, se afastando sem nem olhar para trás.Joana queria aproveitar o momento para tentar melhorar as coisas com Marcelo, mas Sofia estava chorando ao lado, depois de ter sido humilhada. Sem outra opção, Joana foi até ela para ajudá-la a se levantar.— Fifi, levanta, para de chorar. — Disse Joana, com um tom suave, tentando acalmá-la.Sofia se levantou com a ajuda de Joana, mas continuou se jogando em seus braços.— Sra. Joana, será que eu sou tão insuportável assim? Por que ninguém gosta de mim? — Sofia soluçava, a voz entrecortada pelo choro.— Claro que não, Fifi. Eu gosto muito de você, e todo mundo gosta também. — Joana a abraçou forte, acariciando suas costas na tentativa de acalmá-la.Sofia continuava a chorar nos braços de Joana, se fazendo de vítima, como se a culpada da situação fosse qualquer outra pessoa. Mesmo que estivesse errada, quem ousaria criticar uma moça que chorava tã
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi
Ela levantou a cabeça e viu Sofia com um avental, segurando uma concha.Quando viu Esther, seu sorriso vacilou por um instante, mas logo voltou a ser acolhedor: - É uma amiga da tia? Acabei de fazer uma sopa, entre e se sente.Sua postura era tranquila, com uma atitude totalmente de dona da casa.Parecia que Esther era a visitante de longe.De fato, em breve ela seria uma estranha.Esther franziu a testa, se sentindo extremamente desconfortável.Quando se casou com Marcelo, fez um anúncio para toda a cidade. Sofia até enviou uma carta de felicitações. Então não tinha como ela não saber que ela era a esposa do Marcelo.Vendo que Esther não se mexia na porta, Sofia logo se aproximou e segurou sua mão: - Quem vem é sempre bem-vindo. Não seja tímida, entre.Quando ela se aproximou, o ar trouxe um leve aroma de jasmim, o mesmo perfume que Marcelo tinha dado a Esther no aniversário do ano passado, exatamente igual.Esther sentiu a garganta doer e a respiração ficar pesada, como se tivesse
- A Esther parece que não está muito bem hoje, ela não quis vir entregar os documentos, então só eu vim. - Sofia colocou sua mão queimada na frente dele. - Marcelo, você também não precisa culpar a Esther, acho que não foi de propósito, não atrasou nada, né.Os documentos da empresa acabaram indo parar nas mãos erradas, e esta foi a primeira vez que Esther fez algo assim.Marcelo estava com o semblante fechado, mas diante de Sofia ele conteve a raiva, apenas ajustou a gravata e falou num tom neutro: - Não tem problema. - Mudando de assunto, ele continuou. - Já que está aqui, que tal sentar um pouco?Ouvindo ele dizer isso, Sofia se sentiu um pouco animada. Pelo menos ele a aceitava, não a detestava.- Você não ia ter uma reunião? Não vou te atrapalhar?Marcelo então fez uma ligação: - A reunião foi adiada em meia hora.Sofia sorriu de canto, antes de vir, ela estava preocupada se ele guardava rancor por ela ter partido sem avisar, mas as coisas não pareciam tão ruins quanto imaginava