— Então você não tem limites, destrói uma família após a outra! Nunca parou para pensar no erro que cometeu! — Exclamou Michele, seu tom cheio de raiva. — Eu não cometi erro nenhum! — Joana respondeu, furiosa, com a voz tremendo de emoção. — Fui obrigada a agir assim por causa de vocês! Sofia, que estava ao lado, vendo a tensão entre as duas, tentou acalmar os ânimos. — Dona Michele, não briga com a Sra. Joana, ela só está sendo impulsiva. Eu estou bem, não guardo rancor de você. Vamos tentar conversar, todas nós. Ninguém precisa continuar nesse clima. Michele olhou para Sofia com desdém e respondeu de forma cortante: — Não se mete nisso! Se você não se importa, por que fica falando para Joana? Está tentando fazer ela tomar partido? Está se fazendo de boazinha, com esse papel de “florzinha branca”. Eu sou completamente contra gente como você! Joana, já a ponto de explodir, empurrou Michele com força, gritando: — Tá me xingando, é? Fala mal da Fifi nas minhas costas só por
— Marcelo... — Joana exclamou, visivelmente chocada ao perceber sua presença no meio da discussão com Michele.Esther, que estava ao seu lado, também olhou na direção de Marcelo. Ele estava parado atrás delas, com um olhar frio e distante. Para ele, não parecia nenhuma surpresa, como se já soubesse o que estava acontecendo. Na verdade, ele parecia aceitar a situação com uma serenidade inesperada.Michele, ao notar a expressão de Marcelo, ficou completamente surpresa. Naquele momento, ela se arrependeu de ter falado impulsivamente que ele não era filho biológico de Joana. Sabia que aquilo seria um golpe duro para ele. Ela ficou paralisada, os olhos fixos em Marcelo, sem conseguir dizer mais nada. — Marcelo... — Ela murmurou, mas a dor em sua voz era evidente.Marcelo, por sua vez, não disse uma palavra. Ele sabia que estavam no cemitério por algum motivo e que algo poderia acontecer. Preocupado, ele veio até ali para verificar, mas se manteve em silêncio. Joana, furiosa, não consegui
— Não é isso... — Joana disse, com a voz trêmula. — Você ainda é meu filho. Eu já me arrependi, estou tentando fazer tudo o que posso para te compensar...— Eu não preciso disso. — Marcelo respondeu com um olhar frio, que parecia cortar mais fundo do que palavras duras. — Chamar você de mãe já é o meu maior esforço. Você deveria se sentir grata por isso! Joana não conseguiu se conter e deu alguns passos para trás, como se tivesse sido fisicamente atingida pelas palavras dele. — Você não pode me tratar assim! Você não pode ser igual ao seu pai! Por que foi que eu te trouxe de volta? — Eu só tenho valor se puder recuperar o coração do seu marido, mas foi tudo em vão, não adiantou nada! — Marcelo falou com a voz gelada, sem um pingo de emoção.Cada palavra dele era uma lança cravada diretamente no peito de Joana, e ela sentiu como se tivesse sido exposta de maneira cruel, desmascarada pelas escolhas de sua vida.A sua relação com Vitor era um erro que ela não conseguia corrigir. Se olh
— Claro que você tem culpa. — Esther disse, com a expressão fechada, enquanto Joana defendia Sofia.Joana, ao ouvir Esther falar, respondeu de imediato:— Esther, a Fifi já está nesse estado! Não fica atrapalhando mais, só vai acabar machucando ela!Sua primeira reação foi a de proteger quem ela via como sua nora.Esther se aproximou e viu Sofia, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, chorando desesperadamente, como uma flor que murcha à beira do fim.— Por que você acha que não posso falar? Quem está realmente preocupada com a Michele? Você está mais preocupada com seu filho, a Sofia está com medo de ser responsabilizada por tudo isso, tentando fazer papel de vítima. A Michele foi empurrada. Eu vi com meus próprios olhos, e você é a culpada por tudo isso. Acredito que Sofia é a principal responsável.Michele já estava sendo levada para a sala de emergência, com lesões graves, o que fez Esther ficar ainda mais decidida a não poupar palavras.— Não inventa! — Exclamou Joana, irrit
— Marcelo! — Joana o chamou, percebendo sua frieza.Marcelo ignorou suas palavras, com o rosto fechado, se afastando sem nem olhar para trás.Joana queria aproveitar o momento para tentar melhorar as coisas com Marcelo, mas Sofia estava chorando ao lado, depois de ter sido humilhada. Sem outra opção, Joana foi até ela para ajudá-la a se levantar.— Fifi, levanta, para de chorar. — Disse Joana, com um tom suave, tentando acalmá-la.Sofia se levantou com a ajuda de Joana, mas continuou se jogando em seus braços.— Sra. Joana, será que eu sou tão insuportável assim? Por que ninguém gosta de mim? — Sofia soluçava, a voz entrecortada pelo choro.— Claro que não, Fifi. Eu gosto muito de você, e todo mundo gosta também. — Joana a abraçou forte, acariciando suas costas na tentativa de acalmá-la.Sofia continuava a chorar nos braços de Joana, se fazendo de vítima, como se a culpada da situação fosse qualquer outra pessoa. Mesmo que estivesse errada, quem ousaria criticar uma moça que chorava tã
Vitor não se dignou a discutir com Joana, ignorando completamente as suas súplicas e choros. Para ele, as lágrimas dela não tinham o menor valor. Ele não se abalava com nada do que ela dissesse ou fizesse.Joana, por sua vez, sentia cada vez mais o peso da indiferença do marido. Cada gesto dele parecia um golpe direto no seu coração, fazendo sua resistência diminuir ainda mais. Com os olhos vermelhos e cheios de raiva, ela tentou uma última vez provocar uma reação dele. — Fala alguma coisa! Por que você não fala nada? Em seus olhos, Michele é mais importante que eu, né? Eu sou a sua esposa legítima, Vitor, você não pode me tratar assim!Ela estava quase aos prantos, querendo desesperadamente que ele a olhasse, que ao menos se importasse. Um simples olhar dele já seria suficiente para acalmar sua indignação e seu pavor. Mas Vitor se manteve em silêncio, sem dar a mínima. Olhou para ela como se fosse uma estranha. Marcelo observava tudo com indiferença, sem se surpreender com o cenári
Será que ele já sabia?Esther, imersa em seus pensamentos, se recordou das vezes em que Michele havia mencionado algo sobre o assunto, mas até então ela não havia pensado com tanta atenção nas palavras de Michele. Talvez Marcelo já soubesse de tudo. — Esther. A voz suave de Luiz a trouxe de volta à realidade. Ele se aproximou dela e, com um sorriso gentil, sugeriu: — Que tal descansar um pouco? Você está de pé há muito tempo, vai acabar se cansando. Ela sentiu uma leve dor nas costas, o cansaço se acumulando após tanto tempo em pé, mas não queria sair dali. — Eu quero esperar a Michele acordar. — Respondeu com uma expressão determinada, se sentando ao lado.— Eu fico com você. — Luiz disse, de maneira tranquila.Ela lançou um sorriso agradecido a ele e assentiu levemente com a cabeça.Marcelo, com sua figura alta e imponente, estava apoiado na porta, observando a cena. Seu olhar se fixou em Luiz e na maneira como ele estava preocupado com Esther. Havia algo nos olhos de Luiz, um
— Não é isso. — Esther respondeu, sem hesitar.Marcelo, que estava ao lado dela, fez uma expressão fechada, o rosto tenso. A voz saiu gelada, com um toque de frustração:— Logo ela vai se tornar minha ex-esposa.O médico ficou surpreso por um momento, mas logo retomou a compostura. Ele olhou para Esther e Marcelo com uma calma profissional e disse:— O estado da paciente é estável. Ela tem uma leve concussão e uma fratura no braço, mas com descanso, ela vai melhorar. Não há com o que se preocupar demais.Aliviada, Esther respondeu imediatamente:— Obrigada, doutor.— De nada. — O médico sorriu gentilmente e fez um gesto indicando que poderiam entrar no quarto.Esther e Marcelo seguiram Michele até o quarto, onde ela estava internada. Esther logo notou que os lábios de Michele estavam ressecados, e rapidamente foi até a mesa ao lado para pegar um pouco de água morna. Com a ajuda de um cotonete, ela delicadamente umedeceu os lábios de Michele.Marcelo estava quieto ao lado, apenas obser