Joana respondeu imediatamente: [Agora! Agora mesmo!]Sofia deu um leve sorriso nos lábios. Ela sabia que Joana não demoraria a ir vê-la. Bastava ficar ali, esperando, que logo a visita chegaria.Ela deu uma volta pelo ambiente, sentindo uma curiosidade crescente sobre o quarto principal. Não resistiu e abriu a porta do cômodo. Aparentemente, fazia um tempo que ninguém usava aquele espaço. Com um olhar atento, ela percebeu o quanto a poeira já havia se acumulado.Com um gesto simples, abriu o guarda-roupa, que estava repleto de pijama femininos. Havia alguns com a etiqueta ainda intacta, outros já sem a marca, e até alguns modelos mais sensuais, como camisolas de seda e conjuntos de renda. Sofia pegou uma dessas peças e a vestiu por cima de sua roupa, dando uma olhada rápida no espelho. Girou levemente, imaginando como ficaria se desfilasse assim para Marcelo. Ele com certeza ficaria encantado.Ela não ficou ali por muito tempo, no entanto. Algumas oportunidades precisavam ser aguarda
Michele não esperava que Joana ligasse para ela, e seu temperamento se acendeu na hora. — O que eu fiz? A Sofia te contou alguma coisa, não foi? Pois é, eu fiz sim, e daí? — Onde você está agora? — Joana estava decidida a tirar satisfações com Michele. — Por que eu te diria? Quem você pensa que é? — Michele largou os amendoins que estava descascando, balançando a mão, sentindo que finalmente tinha em quem descarregar toda a raiva acumulada. Joana soltou uma risada sarcástica. — Está com medo, não é? Medo que eu vá te dar o troco. Sei que a sua clínica de estética foi destruída, e agora você está aí, se escondendo feito uma covarde! — Eu? Medo de você? Em todos esses anos, você acha que algum dia eu tive medo de você? Se não fosse pelo casamento com o Vítor, eu nunca teria aceitado você na nossa família! — Michele disparou suas palavras com crueldade. — Então por que não aparece, hein? Vamos resolver isso cara a cara! — Joana provocou. — Aparecer? Eu vou sim, Joana. E se
— Então você não tem limites, destrói uma família após a outra! Nunca parou para pensar no erro que cometeu! — Exclamou Michele, seu tom cheio de raiva. — Eu não cometi erro nenhum! — Joana respondeu, furiosa, com a voz tremendo de emoção. — Fui obrigada a agir assim por causa de vocês! Sofia, que estava ao lado, vendo a tensão entre as duas, tentou acalmar os ânimos. — Dona Michele, não briga com a Sra. Joana, ela só está sendo impulsiva. Eu estou bem, não guardo rancor de você. Vamos tentar conversar, todas nós. Ninguém precisa continuar nesse clima. Michele olhou para Sofia com desdém e respondeu de forma cortante: — Não se mete nisso! Se você não se importa, por que fica falando para Joana? Está tentando fazer ela tomar partido? Está se fazendo de boazinha, com esse papel de “florzinha branca”. Eu sou completamente contra gente como você! Joana, já a ponto de explodir, empurrou Michele com força, gritando: — Tá me xingando, é? Fala mal da Fifi nas minhas costas só por
— Marcelo... — Joana exclamou, visivelmente chocada ao perceber sua presença no meio da discussão com Michele.Esther, que estava ao seu lado, também olhou na direção de Marcelo. Ele estava parado atrás delas, com um olhar frio e distante. Para ele, não parecia nenhuma surpresa, como se já soubesse o que estava acontecendo. Na verdade, ele parecia aceitar a situação com uma serenidade inesperada.Michele, ao notar a expressão de Marcelo, ficou completamente surpresa. Naquele momento, ela se arrependeu de ter falado impulsivamente que ele não era filho biológico de Joana. Sabia que aquilo seria um golpe duro para ele. Ela ficou paralisada, os olhos fixos em Marcelo, sem conseguir dizer mais nada. — Marcelo... — Ela murmurou, mas a dor em sua voz era evidente.Marcelo, por sua vez, não disse uma palavra. Ele sabia que estavam no cemitério por algum motivo e que algo poderia acontecer. Preocupado, ele veio até ali para verificar, mas se manteve em silêncio. Joana, furiosa, não consegui
— Não é isso... — Joana disse, com a voz trêmula. — Você ainda é meu filho. Eu já me arrependi, estou tentando fazer tudo o que posso para te compensar...— Eu não preciso disso. — Marcelo respondeu com um olhar frio, que parecia cortar mais fundo do que palavras duras. — Chamar você de mãe já é o meu maior esforço. Você deveria se sentir grata por isso! Joana não conseguiu se conter e deu alguns passos para trás, como se tivesse sido fisicamente atingida pelas palavras dele. — Você não pode me tratar assim! Você não pode ser igual ao seu pai! Por que foi que eu te trouxe de volta? — Eu só tenho valor se puder recuperar o coração do seu marido, mas foi tudo em vão, não adiantou nada! — Marcelo falou com a voz gelada, sem um pingo de emoção.Cada palavra dele era uma lança cravada diretamente no peito de Joana, e ela sentiu como se tivesse sido exposta de maneira cruel, desmascarada pelas escolhas de sua vida.A sua relação com Vitor era um erro que ela não conseguia corrigir. Se olh
— Claro que você tem culpa. — Esther disse, com a expressão fechada, enquanto Joana defendia Sofia.Joana, ao ouvir Esther falar, respondeu de imediato:— Esther, a Fifi já está nesse estado! Não fica atrapalhando mais, só vai acabar machucando ela!Sua primeira reação foi a de proteger quem ela via como sua nora.Esther se aproximou e viu Sofia, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, chorando desesperadamente, como uma flor que murcha à beira do fim.— Por que você acha que não posso falar? Quem está realmente preocupada com a Michele? Você está mais preocupada com seu filho, a Sofia está com medo de ser responsabilizada por tudo isso, tentando fazer papel de vítima. A Michele foi empurrada. Eu vi com meus próprios olhos, e você é a culpada por tudo isso. Acredito que Sofia é a principal responsável.Michele já estava sendo levada para a sala de emergência, com lesões graves, o que fez Esther ficar ainda mais decidida a não poupar palavras.— Não inventa! — Exclamou Joana, irrit
— Marcelo! — Joana o chamou, percebendo sua frieza.Marcelo ignorou suas palavras, com o rosto fechado, se afastando sem nem olhar para trás.Joana queria aproveitar o momento para tentar melhorar as coisas com Marcelo, mas Sofia estava chorando ao lado, depois de ter sido humilhada. Sem outra opção, Joana foi até ela para ajudá-la a se levantar.— Fifi, levanta, para de chorar. — Disse Joana, com um tom suave, tentando acalmá-la.Sofia se levantou com a ajuda de Joana, mas continuou se jogando em seus braços.— Sra. Joana, será que eu sou tão insuportável assim? Por que ninguém gosta de mim? — Sofia soluçava, a voz entrecortada pelo choro.— Claro que não, Fifi. Eu gosto muito de você, e todo mundo gosta também. — Joana a abraçou forte, acariciando suas costas na tentativa de acalmá-la.Sofia continuava a chorar nos braços de Joana, se fazendo de vítima, como se a culpada da situação fosse qualquer outra pessoa. Mesmo que estivesse errada, quem ousaria criticar uma moça que chorava tã
Vitor não se dignou a discutir com Joana, ignorando completamente as suas súplicas e choros. Para ele, as lágrimas dela não tinham o menor valor. Ele não se abalava com nada do que ela dissesse ou fizesse.Joana, por sua vez, sentia cada vez mais o peso da indiferença do marido. Cada gesto dele parecia um golpe direto no seu coração, fazendo sua resistência diminuir ainda mais. Com os olhos vermelhos e cheios de raiva, ela tentou uma última vez provocar uma reação dele. — Fala alguma coisa! Por que você não fala nada? Em seus olhos, Michele é mais importante que eu, né? Eu sou a sua esposa legítima, Vitor, você não pode me tratar assim!Ela estava quase aos prantos, querendo desesperadamente que ele a olhasse, que ao menos se importasse. Um simples olhar dele já seria suficiente para acalmar sua indignação e seu pavor. Mas Vitor se manteve em silêncio, sem dar a mínima. Olhou para ela como se fosse uma estranha. Marcelo observava tudo com indiferença, sem se surpreender com o cenári