As palavras de Joaquim deixaram os repóteres surpresos. Eles se entreolharam, surpresos e inseguros. Ninguém teve coragem de se manifestar, tendo medo de enfrentar a poderosa família Camargo. Natacha soltou um suspiro de alívio, sentindo um peso sair de seus ombros. Discretamente, ela olhou para o homem ao seu lado, e, sem que pudesse controlar, seu coração começou a se encher de uma sensação estranha e inexplicável. No entanto, a calmaria foi quebrada por um jornalista mais audacioso que, decidido a arriscar.— Sr. Joaquim, sua esposa sabe que a Dra. Susan cuidou do senhor? O que ela acha disso? — Perguntou ele, com um tom que misturava provocação e curiosidade. O olhar afiado de Joaquim imediatamente se fixou no jornalista. Esposa? Cada vez que ele ouvia aquela palavra, algo dentro dele se revoltava. Rafaela... Ele quase abriu a boca para dizer que Rafaela não era sua esposa de verdade, que tudo não passava de uma fachada. Joaquim sempre tão rápido em suas respostas, dessa vez he
— Você! — Joaquim rugiu, já cerrando os punhos com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos, prontos para dar um golpe. Antes que pudesse avançar, sentiu uma pressão suave, mas firme, em seu braço. Rafaela correu até ele, seus olhos brilhando com um misto de preocupação e medo. Ela segurou seu braço com força, tentando impedir que ele fizesse algo de que ambos poderiam se arrepender. Aproveitando a situação, ela entrelaçou seu braço no dele, forçando um sorriso suave em seus lábios.— Joaquim, agora que tudo se resolveu e os rumores foram esclarecidos, deveríamos estar felizes, né? — Sussurrou ela, sua voz tremendo ligeiramente enquanto tentava apaziguar a tempestade que se formava dentro dele.Gabriel, observando a cena com um olhar gélido, lançou um olhar frio para Rafaela antes de se dirigir a Joaquim. — Acho que a Sra. Rafaela tem razão. O Sr. Joaquim tem uma esposa tão bonita e agora um filho também. Parece que a vida está realmente ao seu favor. — Disse Gabriel, sua vo
— Não foi culpa sua. — Gabriel se aproximou com passos firmes, seus olhos fixos em Natacha, enquanto ele a envolvia em um abraço suave. Ele inclinou a cabeça, sussurrando em seu ouvido, tentando transmitir conforto através de suas palavras e calor. — Antes de um medicamento ser aprovado, ele passa por várias fases de teste. Diversas coisas podem acontecer. Os pais que aceitaram participar dos testes sabiam dos riscos. O remédio pode melhorar ou piorar a condição dos pacientes.Natacha, no entanto, sentiu um leve desconforto crescer em seu peito. Sentindo a pressão do abraço, ela se afastou lentamente. Suas longas pestanas tremiam levemente enquanto ela desviava o olhar, seus olhos refletindo uma tristeza profunda. — Eu sei que é isso, mas, mesmo assim, eu não consigo deixar de me sentir mal. — Murmurou ela, desanimada.Gabriel a observou intensamente, sua expressão suavizando ao ver a vulnerabilidade dela. — Isso aconteceu faz tempo, mas você nunca me contou nada. Se fosse eu, também
Gabriel se aproximou lentamente, seus passos medidos e silenciosos. Ele segurou o rosto de Natacha entre as mãos, seus dedos acariciando suavemente a pele macia dela. Natacha sentiu seu coração acelerar, batendo forte como se estivesse prestes a explodir. O calor das mãos dele fez um arrepio subir por sua espinha, enquanto os olhos de Gabriel a fitavam com uma intensidade que a deixou desnorteada. Quando os lábios dele estavam quase tocando os dela, uma avalanche de pensamentos e emoções a invadiu.— Eu… Eu acabei de lembrar que tenho uma coisa do trabalho para resolver. Preciso ir. — Murmurou Natacha, rapidamente se afastando, nervosa e atrapalhada, sentindo o rosto arder de vergonha e confusão. Ela deu um passo para trás, tropeçando levemente, seus pés vacilando como os de um cervo assustado, antes de se virar e correr para o escritório, suas mãos trêmulas tentando esconder o tumulto de emoções que a dominava.Gabriel ficou olhando para ela se afastar, uma mistura de tristeza e resi
Gabriel sentiu um aperto no coração, uma dor surda que ameaçava esmagá-lo por dentro. Mas ele manteve a aparência calma, os olhos fixos em Joaquim, como se estivesse olhando diretamente para a alma do homem à sua frente. — Você tem coragem? Coragem de contar a ela o que realmente aconteceu naquela época? Coragem de dizer por que ela te deixou? Ou como sua esposa e seu filho vieram ao mundo? — Provocou ele, pausadamente, cada palavra cheia de um peso insuportável. — Eu acho que, mesmo que Natacha recupere a memória, ela preferiria não saber a verdade. Afinal, Sr. Joaquim, você não deu a ela muitas boas lembranças, né? Era verdade… Tudo o que ele disse era verdade. Joaquim sentiu as pernas fraquejarem, o sangue gelando em suas veias, e ficou paralisado no lugar, incapaz de reagir. As palavras de Gabriel eram como punhaladas em seu peito, dificultando até mesmo sua respiração. “Mesmo que Natacha lembrasse do passado, o que isso mudaria? Ela apenas me odiaria ainda mais…”, pensou Joaqui
Embora Natacha estivesse furiosa, ela ainda conseguiu manter a calma, uma façanha que exigiu todo o seu autocontrole. — Você está tentando se livrar de toda a responsabilidade, né? — Disse ela, a voz cortante como lâminas de gelo, enquanto suas mãos tremiam levemente de raiva contida. — Mas o laudo da autópsia já saiu. A única explicação é que a concentração do medicamento não foi suficiente, por isso a doença do menino não foi controlada e acabou piorando rapidamente. Na prescrição médica, a dosagem estava claramente indicada. E foi você que administrou as injeções. A única pessoa que poderia ter alterado a concentração do remédio foi você. A enfermeira, sentindo o peso das palavras de Natacha, recuou ligeiramente, seu rosto se contorcendo em uma mistura de medo e indignação. — Eu já disse que não sei de nada! Dra. Susan, mesmo sendo uma especialista contratada a peso de ouro pelo hospital, eu também tenho minha dignidade! Com que direito você me acusa assim? — Retrucou ela, a voz
Natacha quase gritou de tão irritada. Sentia o sangue pulsar nas têmporas, como se o controle que mantinha estivesse prestes a se romper. Sua respiração, acelerada, denunciava a fúria que tentava conter. Os olhos, fixos na enfermeira, estavam carregados de uma intensidade quase avassaladora. Ela não suportava mais ouvir desculpas ou evasivas.— Vamos, agora! — Natacha ordenou, a voz baixa. Com um movimento brusco, agarrou o braço da enfermeira, puxando ela sem qualquer cerimônia. Seu olhar, cortante, parecia penetrar a alma da outra mulher, deixando claro que não havia espaço para negociação.A enfermeira, assustada e sem forças para resistir, deixou-se ser conduzida, sentindo o peso da vergonha a esmagar.Ao chegar ao escritório do diretor, seu coração pulsava acelerado, mas sua determinação era inabalável.Não demorou muito para que a polícia fosse chamada. A enfermeira, agora encolhida em um canto, chorava sem parar, enquanto era escoltada pelos policiais. As lágrimas, no entanto,
A experiência de anos no trato da saúde fez com que Rafaela percebesse, quase instantaneamente, que a doença de Domingos havia voltado. Mas, dessa vez, a gravidade parecia ainda maior, como se a vida do filho estivesse pendendo por um fio.— Mãe, eu... Eu tô me sentindo... Muito mal. Será que... eu tô prestes a... Morrer? — Domingos, lutando para respirar, tentava falar, a voz fraca e carregada de medo. As palavras de Domingos atingiram Rafaela como um golpe no estômago. O desespero tomou conta dela. — Não, não diga isso, meu filho! — Ela quase gritou, sua voz trêmula, tomada pelo pânico. — Não fale besteiras! Eu não vou deixar, ouviu?! — Ela segurou o rosto de Domingos com as mãos trêmulas, como se tentasse ancorá-lo à vida através do toque.Em um movimento brusco, Rafaela se virou para Dora, que estava pálida de medo, incapaz de se mover. — Dora, pelo amor de Deus, liga pro Dr. Bryan agora! — Ela gritou, o desespero transbordando em cada palavra. — Faça ele vir aqui imediatamente!